A tática "corações e mentes" parece não dar muito resultado para os ingleses; pelo menos, em partidas de futebol. Depois da guerra das Malvinas, já no primeiro jogo entre ingleses e argentinos, o time da ilha sofreu uma derrota memorável com o famoso gol de mão, a mão de deus de Maradona; mais recentemente, soldados ingleses querendo fazer-se de amistosos, levaram um chocolate numa partida contra civis iraquianos (Aliás, nunca soube por que a crônica esportiva chama isso de chocolate). Enfim, ainda que sejam ruins de bola, os ingleses pretendem-se craques ao jogar com os valores e costumes do povo-alvo e, se o negócio não vai com futebol dão pra cima da religião.

      Exemplos representativos desse "modus operandi", que os ingleses chamam de "corações e mentes", existem também do outro lado do canal da mancha; e dizem que Napoleão, antes de invadir o Egito, fez um estudo detalhado sobre a tradição cultural do país, o que lhe valeu passar por um quase muçulmano quando reunido com lideres religiosos egípcios. Imagino que esta manobra do comandante francês, deva ter exigido, além de algum conhecimento sobre o Islã, alguma inclinação para arte dramática; um talento, que embora perseguido, falta de todo a Tony Blair.