Quanto pode esperar aquele que há séculos espera? Como dizer à fome que aguarde o tempo em que pão e carne a extinguirão? O que dizer ao menino, há décadas sem escola, ou ao ancião, que nunca experimentou o descanso, senão o da cova? Quem explicará à mãe que é necessário que se desempregue mais um de seus filhos? Em que razão encontrar apoio para fundamentar a morte e a prostituição de adolescentes por mais alguns anos? Alguém será capaz de justificar a alegria dos banqueiros em tempos de tanta amargura para os muitos que habitam sertões e favelas? E nossa capital – quem poderá traduzir à presente geração que ela continue a se chamar Washington?