No corredor do prédio abandonado, o velho segurava a mãozinha da menina e colocava cuidadosamente os grãos de pólen amarelo na tela. A senhora na fila do banco contava os últimos instantes de vida do marido, que à beira da morte ainda teve um desejo: Champanhe. Se ela viu nalgum filme? Que importa?

      O veterano combatente, sentado na calçada do conjunto habitacional falava-me sobre os combates na França ocupada. O que são verdades? O que é a história romanceada de uma vida? O que importa?

      A veterana bailarina mostrava-me as fotos enquanto fazia movimentos de pendulo com as pernas. A fotografa Tereza Pinheiro, uns dez anos antes de sua morte, dizia-me enxergar a alma das pessoas através da lente. Não existem almas? Que importa?