Os amigos pensavam que o amor que os unia
Tinha o buquê e a resistência de um bom vinho.

Todavia, em tom de magistrado
Ela sentenciou que ele não a procurasse mais
E que buscasse ser feliz com outra…

Ele ficou sem fala como quem recebe
Um soco na boca do estômago.
O telefone fora do gancho, ele caído no assoalho.
A cena era uma fotografia de um crime.

Ali, nocauteado, ele concluiu que
O amor, por mais forte que seja,
É igual ao vinho: até o mais tenro tinto, vinagra.

As Delícias do Amargo & Uma Homenagem poemas – Adalberto Monteiro
Editora Anita Garibaldi, 2006

Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta. É da direção nacional do PCdoB. Presidente da Fundação Maurício Grabois. Editor da Revista Princípios. Publicou três livros de poemas: Os Sonhos e os Séculos(1991); Os Verbos do Amor &outros versos(1997) e As delícias do amargo & uma homenagem(2007).