Pondo de lado todas as ilações, convinha confiar. Não que ele fosse assim merecedor, mas eram tantos os seus esforços por agradar, que valia a pena encorajá-lo.

      Sim, sim: cometera tantas gafes; tantas foram as sacanagens – cafajestadas até -, que qualquer uma, em pleno domínio de suas faculdades sentimentais, não apostaria um traque nele. Mas o que fazer quando o sujeito vinha com aquele riso malandro e aquela voz de locutor de FM? Como resistir às flores, à troca de todo o seu guarda-roupa de função por outro mais comportado, aos telefonemas de bom dia, boa tarde e boa noite, princesa, ao emprego arrancado a fórceps na padaria, e à renúncia ao pagode quase que diário?

      Sim: daria a ele mais essa chance.

      E se não desse certo? 

      Não importa. Nada importa. O que vale é esse fogo que nela se acende e esse agora tão urgente quanto necessário. O resto, se há, é barulho.