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    Comunicação

    Silêncio em Pedra

    Muitas vezes eu parti chorando na solidão das mil paisagens em que via desfigurar no meu passado o meu futuro; e fere e frio no meu verso sempre estavam Foi-se o tempo e com ele a nostalgia que eu trazia em minhas mãos sem vida e nexo sem função de acarinhar, mas como um cetro; […]

    POR: Brasigóis Felício

    Muitas vezes eu parti chorando
    na solidão das mil paisagens em que via
    desfigurar no meu passado o meu futuro;
    e fere e frio no meu verso sempre estavam

    Foi-se o tempo e com ele a nostalgia
    que eu trazia em minhas mãos sem vida e nexo
    sem função de acarinhar, mas como um cetro;
    não sem frieza converti-me ao ser de agora

    que tem a fúria de mil loucos num só tempo
    nesse vazio que nasceu do meu desejo
    – a plenitude foi coisa viva no meu peito

    Agora um verso fere a lira dessas rugas
    distribuídas como um rio no meu rosto
    que virou pedra de amargura e dor sem tempo.

     

    Martírio das Horas Poemas – Brasigóis Felício
    Editora Oriente

     Brasigóis Felício, é goiano, nasceu em 1950. Poeta, contista, romancista, crítico literário e crítico de arte. Tem 36 livros publicados entre obras de poesia, contos, romances, crônicas e críticas literárias.

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