Assim seguem, pelas ravinas.
a defender-se de agrestes espinhos
e do sol abrasador, quem nasceu
marcado nos primeiros dias
– assim como o gado,
tendo como destino
um futuro mofino.

Em vaquejadas de lida e festa
tem as alegrias domingueiras
desde o sertão mais áspero,
em um viver tão estreito
que se contenta com pouco

Um pouco mais que nada
sendo bastante
para quem nasce e morre
com muito nada
por tudo quanto é lado.

Como o boi na caatinga,
vai tangendo a sua sina:
a de ser humano gado
– nordestinado. 

 Brasigóis Felício, é goiano, nasceu em 1950. Poeta, contista, romancista, crítico literário e crítico de arte. Tem 36 livros publicados entre obras de poesia, contos, romances, crônicas e críticas literárias.