Quanto tempo dura a eternidade? Um átimo de teu riso, ou o estalo em mim de tua presença? Valeria aquela tarde que se estendia tensa sob o sol – tu, nua, me dizendo prazeres e indecências; eu, louco, penetrado em ti, envolto em abismos?

      Essa sensação de sempre ter sido um caminho até ti, como a explico diante de tua ausência em meu tempo vivido? Quais vestígios de minha pré-história ofertar aos investigadores do tempo, se tudo parece se iluminar a partir de teu nome escrito em algum papiro, palimpsesto, tábua, lápide, parede de caverna do aqui dentro?