Não sobrou nada. Nada mesmo.

      Nenhum desenho. Nem o motivo pra escrever em verso e em prosa como resgate das fotografias da mente em resistência épica mesmo que às vezes… às vezes sinto o coração acelerado como na subida do vulcão e vejo meus pés, as pedras, meus pés pisando as pedras, o topo como casquinha de sorvete, meus pés no gelo, a estação abandonada e a madeira apodrecida pela umidade, meus pés na madeira podre. Não vale a pena ficar lembrando. A lembrança está sempre esperando algum desguarnecido pela sorte e sozinho num quarto escuro. É. Não foi nada. Tudo é como um pequeno tombo de bicicleta. É. Um tombo de bicicleta com fraturas múltiplas e expostas. Não foi nada. Tudo é quase nada.