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    Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar me, e novas esquivanças; que não pode tirar me as esperanças, que mal me tirará o que eu não tenho. Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças! Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho. Mas, conquanto não pode […]

    POR: Luis Vaz de Camões

    1 min de leitura

    Busque Amor novas artes, novo engenho,
    para matar me, e novas esquivanças;
    que não pode tirar me as esperanças,
    que mal me tirará o que eu não tenho.
    Olhai de que esperanças me mantenho!
    Vede que perigosas seguranças!
    Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.
    Mas, conquanto não pode haver desgosto
    onde esperança falta, lá me esconde
    Amor um mal, que mata e não se vê.
    Que dias há que n’alma me tem posto
    um não sei quê, que nasce não sei onde,
    vem não sei como, e dói não sei porquê.

     

    CAMÕES, Luis de. Lírica. Cultrix: São Paulo, 1963.