O sete de novembro de 1917 é um marco no calendário de eventos do século XX: esse dia viu a Grande Revolução Socialista de Outubro que abriu caminhos para que toda a humanidade pudesse conhecer uma sociedade sem guerras, violência e opressão. Essa sociedade, nascida na Rússia, é, hoje, a meta que muitos povos tentam alcançar. Na vida de todos os países o novo século mostrará os brilhantes ideais em nome dos quais nossos pais, avós e bisavós se juntaram à revolução.

Revoluções não são encomendadas. A Revolução de Outubro não foi uma “experiência de desempregados”, mas a única real oportunidade para a Rússia sobreviver como nação-estado perante sua situação de colapso militar, político e econômico; de desintegração territorial e total impotência social frente ao bloco impositor da burguesia e dos latifundiários.

A Revolução de fevereiro de 1917 – uma grande surpresa para a maioria das forças políticas – marcou o ponto alto, e não o começo da crise do velho sistema social e político da Rússia. Se alguém olhar para os pontos-chave na vida de quaisquer povos ou Estados, verá que em 1917 eles estavam todos em profunda crise ou tinham sido completamente destruídos.

A Revolução de Outubro causou o surgimento do movimento revolucionário por todo o mundo. “Mãos à obra, Rússia Soviética!” se tornou o slogan de uma campanha massiva das forças progressivas pelo mundo da jovem república. Enquanto o governo burguês tentava estrangular a revolução, o proletariado internacional apoiava os povos da Rússia na luta contra a agressão do capital e dos invasores. Alguns países assistiram a heróicas tentativas de estabelecer o poder ao povo trabalhador. A Revolução de outubro de 1917 foi um catalizador do empenho pela libertação nacional no Leste – na China, Índia, Mongólia, Turquia e países africanos.

Uma reviravolta na História

A questão era as várias opções para se alcançar os objetivos. Lênin, por exemplo, estava longe de negar a possibilidade da “burocracia reacionária” restaurar um governo forte, a economia do país e sua reabilitação econômica.

Mas ele invariavelmente repetia que os bolcheviques estavam advogando em nome do “revolucionário-democrático” modo de resolver os problemas como um caminho que ia de encontro aos interesses da maioria da população e estava baseado em canalizar a iniciativa e criatividade das grandes massas populares.

Todas as classes e castas sociais produzem poderosos cérebros habilidosos e previdentes. Como a crise crescia, todos os políticos que possuíam algum conhecimento da situação ficaram alertas para as medidas urgentes que eram inevitavelmente necessárias. Na véspera do levante de Petrogrado, um dos líderes mencheviques, Dan, foi ao Palácio de Inverno e, em nome de vários membros do Conselho Provisório da República da Rússia (o então chamado Pré-Parlamento), tentou persuadir Kerensky a imediatamente começar a tratar os assuntos de paz e terras através de decretos do Governo Provisório. Kerensky declinou dessa sugestão.

Em outras palavras, a possibilidade de a burocracia-reacionária encontrar um atalho para a transformação seria a “revolução vinda de cima”, que tinha como seu principal proponente e incorporador Stolypin – àquela época, essas possibilidades foram completamente exauridas na Rússia. As classes dominantes da antiga Rússia tiveram a chance de resolver essas questões à sua própria maneira, mas elas falharam no modo de agir e tiveram de sair de cena.

O velho Estado desapareceria junto com elas

O poder poderia somente ser conseguido através da livre competição entre as várias forças políticas de arrebanhar o apoio da maioria da população, ou seja, essencialmente, superar ou minimizar o hiato social.

Os sovietes tiveram sucesso nessa empreitada, isso é um fato histórico. Houve tentativas de outras forças para fazê-los retroagir através das forças armadas em curso na Guerra Civil, mas não foram coroadas com sucesso, e isso foi mais uma prova do caráter legítimo do Governo Soviete. O Grande Outubro salvou o Estado da Rússia

A Revolução de Outubro marcou o começo da nova reintegração do Estado da Rússia.
É moda, hoje em dia, acusar os bolcheviques e Lênin de deliberadamente “dividirem o único e indivisível” país em pequenas repúblicas nacionais. Mas essa divisão não ocorreu em 1922, mas no verão de 1917. A Polônia, por exemplo, foi declarada independente pelo Governo Provisório logo depois da Revolução de fevereiro de 1917. Na Ucrânia, o Central Rada, liderado por Vinnitchenko fez o mesmo que Kravtchuk faria em 1991. E assim foi por toda parte, dos Bálcâs ao Turquistão. Não foi em conseqüência da Revolução de Outubro que o império Russo deixou de existir como uma comunidade de povos. Nesse contexto coube a Lênin resolver o problema de restaurar a unidade do império Russo como um Estado-nação. Ele chegou e propôs uma fórmula de união das repúblicas afins que inclusive já existiam àquela época.

A conseqüência da Revolução de Outubro e da Guerra Civil foi o triunfo do modo revolucionário-democrático de salvar e reintegrar a Rússia sobre o modo reacionário-burocrático.
Foi uma única concatenação de circunstâncias que forçou a Rússia a ser a primeira a tomar o caminho do desenvolvimento socialista a despeito do fato de vários “pré-requisitos para o socialismo”, especialmente no campo econômico, ainda não estarem amadurecidos.

O país estava salvo. A construção de uma nova sociedade havia começado. A primeira preocupação do Governo Soviete foi tornar a educação acessível a todos os cidadãos. Escolas, institutos e universidades tornaram-se acessíveis às pessoas mais brilhantes, não às mais ricas. O povo soviético tornou-se o de maior nível educacional e com o melhor nível de leitura em todo em mundo.

O grandioso plano GOELRO proveu o país de uma moderna e poderosa indústria, mudando drasticamente a vida das pessoas e a tecnologia industrial. Indústrias modernas, que não existiam na Rússia Czarista, foram criadas dentro de um curto espaço de tempo. O país estava apto a produzir, independentemente, tudo o que necessitava para o desenvolvimento e o progresso e para defender a si mesmo de agressões externas.

O direito ao trabalho não foi garantido por palavras vazias, mas pela criação de novos postos de trabalho, e o direito ao descanso, através do repasse de palácios e vilas dos endinheirados e oligarcas para o povo.

Novas cidades espalharam-se pelo país, a marcha do progresso fazia a construção civil crescer e as pessoas se mudavam dos acampamentos dos trabalhadores e dos porões para modernos apartamentos.

Teatros e salas de concerto tornaram-se acessíveis para todos, e todos
puderam mostrar seus talentos e habilidades nos Palácios de Cultura e nos clubes locais.

A única classe privilegiada era a das crianças. A primeira geração de soviéticos cresceu bem educada, forte, saudável e patriótica. Isso bateu de frente com a mais poderosa máquina de guerra no mundo, o exército fascista que empurrava seus suprimentos de armas e comida, tecnologia e recursos para toda a Europa. A Grande Vitória tornou-se um triunfo e a mais poderosa prova do poder do sistema Soviético. A bandeira vermelha com a estrela, a foice e o martelo foi hasteada por sobre todo o então vencido Reichstag.

Nos anos do pós-guerra o Governo soviético libertou o país dos desarranjos da economia em um breve espaço de tempo. Foi o primeiro entre os países a lutar na guerra pela abolição do racionamento de comida. Ele protegeu o país e o mundo de um perigo mortal criando um escudo contra mísseis nucleares. Ele direcionou a energia atômica para fins pacíficos criando a primeira usina nuclear e o primeiro navio movido a energia nuclear. Apenas 12 anos após o fim de uma devastadora guerra lançou-se o primeiro homem ao espaço, abrindo o caminho da humanidade para as estrelas. Educação e saúde gratuitas , o incremento da construção civil, a estabilidade dos preços, a robustez moral da sociedade e um alto nível cultural – esses valores fundamentais contribuíram para o crescimento de uma população onde todos se sentiam seguros sobre o amanhã e sobre o futuro de seus filhos.

Os povos das Terras dos Soviéticos viviam em amizade e harmonia. Houve milhões de casamentos inter-étnicos e a herança cultural e as tradições de cada povo foram cultivadas. O poder da União Soviética nascido com a Revolução de Outubro tornou possível preservar a paz na Terra contendo as ambições dos imperialistas e prevenindo o estabelecimento de uma ditadura da “democracia da bomba”.

Mas um sistema social de justiça e oportunidades iguais, a fraternidade dos povos e a criação de trabalhos não estava no coração de todos. Os inimigos do socialismo e do sistema soviético, que temporariamente esconderam suas garras e seu desejo de viver do trabalho alheio, estavam infiltrados nas altas cúpulas do poder no país. Com demagogia e conversa vã, mentiras deslavadas e falsas promessas desproveram o povo de todas as suas conquistas. Apelando para o lado mais baixo da natureza humana, o desejo de sempre ter mais e mais, e ter mais do que os outros, eles destruíram o país e provocaram guerras e conflitos entre os povos. O desenvolvimento da Rússia foi retroagido em muitas décadas.

No limite do abismo histórico

Durante os governos Yeltsin-Putin a Rússia perdeu sua economia, defesa, potencial e informação científico-cultural de que precisava para perseguir uma política que vai de encontro a posições e interesses nacionais. Ela perdeu aliados que estariam prontos a apóia-la em todo o mundo. Nunca antes na história recente, a Rússia esteve tão fraca e tão isolada como está hoje. Estamos pagando o preço pela política antipopular perseguida por Yeltsin desde 1991 e continuada por Putin, que se apóia no dócil Partido Unido da Rússia.

O partido no poder está caminhando para o ditatorialismo. Os direitos civis estão sendo pisoteados sob a falsa esperança do “fortalecimento da estrutura vertical.” O Conselho Federal tornou-se apenas figurativo. Cidadãos têm sido privados do direito de eleger os líderes de suas regiões. Os governadores indicados por Moscou se identificam mais com os interesses e estruturas comerciais de Moscou do que com os interesses do povo de sua própria região. O governo despreza o diálogo com a sociedade.

O terror foi introduzido. A mídia está entrando numa verdadeira guerra contra a opinião pública. Como resultado, o povo empobrecido cada vez menos acredita em palavras, mas em efetivas ações. Embora a reforma liberal tenha falhado, muitos estão prestes a votar na “estabilidade” de Putin. Eles se esqueceram do submarino Kursk que afundou, ou da prejudicada estação espacial Mir, esqueceram das tragédias de Nord Ost e Beslan. Esqueceram do declínio da população, que só encontra parâmetros dentro das perdas sofridas pela Rússia durante a Primeira Guerra Mundial. Eles se esqueceram do crescimento do analfabetismo entre as crianças russas e das mudanças de opinião a respeito do materialismo.

Essa perversa estrutura é sustentada pelas “injeções” do narcotráfico e pelas rédeas da OMON.
Não é por acaso que o Ocidente recebeu com uma dose de cinismo o discurso de Putin em Munique e em outros encontros. Deixe-o falar para agradar os eleitores russos, que desejam ardentemente a volta dos tempos da Grande Rússia e da União Soviética. Na verdade, o Kremlim nada pode fazer para mudar a atual posição de humilhação do país. Então Washington e Bruxelas acreditam que a Rússia vai continuar aprovando a linha deles. A maioria dos projetos anunciados por Putin e pela Rússia Unida demorará muitos anos para ser implementada . E por falta de bom senso e a forma caótica de implementação, é improvável que eles façam muito para dar mais força às posições internacionais da Rússia. Todos esses projetos muito provavelmente serão uma ferramenta conveniente para dividir o orçamento e o fundo de estabilização, mais do que tirar o país de sua profunda crise sistêmica. Obviamente, a maior parte do dinheiro já destinado para esses projetos será simplesmente roubada pelos “verdadeiros donos” e pelo corrupto funcionalismo público.

Estamos sendo postos de lado e discriminados. No Oriente, o rolo compressor da OTAN, atuando lado a lado com a União Européia, está avançando contra a Rússia. O Japão está “flutuando” sobre o nosso Extremo Leste e continua reclamando territórios, não apenas as quatro ilhas Kuril do Sul, mas dá indicações de tempos em tempos de que vai partir para cima de outras concessões.

A situação no sul é tudo, menos calma. A guerra está ardendo no Iraque e no Afeganistão, e não há sinal de término. Aparentemente os conflitos naquela região, longe de diminuir, vão continuar sua escalada. E podem se espalhar para Irã e Síria. A questão Palestina parece estar se agravando.

Por trás de todo o desenvolvimento no Oeste, Leste e Sul, estão os Estados Unidos. Sua liderança parece controlar o mundo, ou seja, dominar o mundo sob o pretexto de lutar contra o terrorismo e impor o estilo americano de democracia, exportar o modo americano de viver pela força, violando normas e princípios de leis internacionais. O mais repugnante é que essa política imperialista escancarada de roubar outras pessoas e países, chantagear e agredir, é encoberta por uma conversa crédula de direitos humanos, valores democráticos e mesmo da palavra e providência Divinas. Existe tal força
Existe uma saída para o impasse a que os “democratas” levaram o país? Sim, existe. É oferecida pelas idéias, valores e experiência do Grande Outubro.

A gigante China, inicialmente inspirada pelo sucesso e pelas conquistas da nossa revolução, está se empenhando muito. Tem sido a mais crescente economia nos últimos 28 anos. A fraternal Bielorrússia, nossa “vizinha de porta” e um país próximo a nós como nenhum outro em termos de destino e mentalidade. A sábia e previdente liderança do presidente Alexander Lukashenko levou ao país sua experiência de “reformador”. A república é pequena, mas um em cada oito tratores no mundo hoje foi feito na Bielorrússia. Um em cada três caminhões pesados foi produzido em Belaz. Geladeiras feitas em Minsk e fogões feitos em Brest são conhecidos no mundo todo. Todos os negócios constituídos durante o período soviético estão trabalhando à toda capacidade. A qualidade dos produtos da Bielorrússia nem se compara àqueles fabricados na Rússia capitalista, obcecada com lucros e falsificando tudo: do pão à vodka.

A pequena Bielorrússia e a enorme China são muito diferentes, mas elas têm algo em comum: o poder do povo, exercido em favor do povo e não do capital. E esse é o maior legado da Grande Revolução Socialista de Outubro, cujos 90 anos estamos comemorando.

E, ainda, na Bielorrússia não há gás, ou petróleo, ou ouro, ou diamantes. Pode perguntar aos habitantes da Rússia da fronteira com a Bielorrússia onde a vida é melhor. Eles lhe dirão: a vida é melhor na Bielorrússia. Isso é um indício do regime de pressão da Rússia, que está claramente procurando trapacear Lukashenko e evitando cumprir os acordos de criação de uma União-Estado.

Exigimos um fim para essa situação. Chega de chantagear Minsk. Chega de encrencar com a Bielorrússia sobre quem deveria ser o presidente e quem deveria ser o vice-presidente, com os olhos em cima das fábricas da Bielorrússia. Se há um acordo para criar uma União-Estado, façam o favor de cumpri-lo. Façam o favor de criar um único corpo de governo para governar aquele Estado integrando defesa, política externa, serviços de alfândega, criando leis uniformes. Os sonhos do Oriente estão separando a Bielorrússia da Rússia, encobrindo o governo lá e incluindo a Bielorrússia na OTAN e na União Européia.

Todos esses planos devem ser detidos e a Bielorrússia deve ser protegida do Ocidente. Para o PCFR (Partido Comunista da Federação Russa), a criação de uma União-Estado deve ser um assunto imediato da política externa russa. Afinal de contas é uma chave para assegurar a segurança e os interesses geopolíticos da Rússia.

No século XXI o mundo está se voltando para a esquerda, as idéias da Grande Revolução de Outubro estão sendo revisitadas e entendidas mais profundamente pelas novas gerações. Há um crescente sobreaviso de que o “capitalismo selvagem” é a derrocada da humanidade.

Toda experiência de Lênin para o desenvolvimento pacífico da revolução tem sido muito estudada pelo Partido Comunista da Federação Russa e forma a base da suas atuais estratégias e táticas.
Hoje, como em 1917, nosso país está novamente encarando o desafio de sobreviver como Estado-Nação, a necessidade de adotar medidas complexas para as quais não há alternativas. Nós estamos constantemente falando sobre elas, que são muito bem conhecidas.

Acima de tudo existe a necessidade de mudança de curso no âmbito social e econômico, a fim de estimular a produção interna, restaurar os direitos de posse dos trabalhadores e os direitos sociais da classe trabalhadora.

Depois, a necessidade de estabelecer uma forma soviética de controle pelo povo de cima a baixo, para assegurar que o poder executivo seja controlado pelo legislativo.

Finalmente, será a restauração de uma posição internacional independente e a genuína soberania da Rússia, que clama por medidas práticas para criar um único Estado-Nação.
Resumindo, os desafios encarados hoje pelo país são os mesmos de 90 anos atrás. Mas há algumas diferenças. Enquanto a revolução socialista de 1917 pode ser levada adiante, por meios pacíficos ou não, hoje se faz necessária a preservação dos direito civis e a paz interétnica internacional para que a Rússia sobreviva e ressurja como Estado-Nação.

A revolução socialista só se manterá de pé se aglutinar forças para romper o círculo vicioso que surgiu e tentar suplantar os elementos e métodos burgueses pela pura convicção. Devemos tentar conter o caos que tomou conta da edificação da civilização pouco a pouco, com ordem. Não a ordem confinada em uma barraca primitiva, mas uma ordem que acomode totalmente todas as diversidades e cores da vida real, como reflexo do ideal humano de harmonia.

Esse aspecto do legado de Lênin tem sido relembrado nas últimas décadas, mas há uma parte inalienável da doutrina de Lênin da revolução social da sua prática revolucionária. Sim, ele podia ser resoluto, direto e implacável, e ele sabia que havia períodos em que a violência revolucionária teria de ser aplicada, por conta do fardo que o povo carregava, e que a sociedade tinha de ser salva do desastre. Mas ele estava consciente, mais que qualquer outro revolucionário de seu tempo, do perigo sinistro do hábito da violência, mesmo que a princípio ela seja cometida por uma causa justa… Do perigo de imperceptivelmente ela se tornar um incontrolável elemento antipopular que poderia provocar uma reação em cadeia de crueldades. Lênin fala a respeito usando termos que não deixam dúvidas em suas últimas cartas endereçadas ao Congresso do partido.

Os ideais e os feitos de Outubro vivem e triunfam novamente

Anticomunistas na Rússia e na Europa estão aflitos por esconder que as idéias do socialismo exercem um excepcional e favorável impacto nos destinos de muitos países que apenas meio século atrás eram colônias ou semicolônias.

O sucesso da China de hoje é indiscutível. E mais que isso, eles são escolhidos por excelência. Mas algo que se deve lembrar é que 60 anos atrás (um curto período para a medida de tempo da história) o país estava fragmentado e o povo chinês, com suas ricas tradições, retrocedendo vários milhares de anos, como quando viviam sob o feudalismo. O Partido Comunista foi a força modernizadora que tornou o país um líder mundial.

Processo similar acontece no Vietnã, que nos passados anos 1960-70 foi atingido por uma pesada investida militar do imperialismo americano. Alguns processos interessantes acontecem no Laos liderados por forças de esquerda. Na Índia o Partido Comunista é membro da força de coalizão liderante. O presidente do Parlamento Nacional da Índia é comunista.

De qualquer forma isso mostra o grau de influência dos nossos camaradas num dos mais poderosos países do mundo.

Nossos camaradas mundo afora, especialmente na Ásia, estão encontrando novas e efetivas formas de construir uma sociedade socialista.

É um momento de atitude criativa do socialismo. É um momento de troca de idéias mútuas entre partidos trabalhando em diferentes condições. Os comunistas da China e do Vietnã têm tratado de forma criativa a experiência soviética abarcando os elementos mais valorosos e rechaçando aqueles que não se mostraram bons. Em contrapartida, estamos estudando cuidadosamente a experiência de nossos amigos para adaptá-las à condição em que a Rússia se encontra após as reformas de mercado.

Perto de 40% da população mundial vivem em países em que o Partido Comunista lidera ou faz parte do governo. Quase metade da população da Terra conscientemente optou pelo socialismo. Isso é prova irrefutável da importância das idéias socialistas. O sucesso de nossos amigos mostra que o socialismo não é o passado, mas o futuro da humanidade.

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É isso que mostramos e, firme e claramente, trazemos para o povo na celebração do 90º aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro em Minsk e Moscou, junto com outras 12 delegações de partidos-irmãos de diversas partes do mundo, reafirmando que o futuro, o século XXI, é socialismo, o objetivo para o qual dedicamos todos nossos esforços, conhecimento e fé.
Eu os parabenizo, caros camaradas que descobriram um novo caminho para a humanidade. É duro e solitário o caminho para o ressurgimento e a grandeza da Rússia, para a prosperidade e o bem-estar de seu povo.

Nesse ano de jubileu, vamos começar as eleições sob a bandeira vermelha do Grande Outubro, sob a bandeira vermelha da Grande Vitória.

Eles têm seus bilhões e nós temos milhões ao nosso lado. Nossa unidade é nossa força.
A causa de Outubro triunfa, o povo triunfará.

Temos políticos experientes e excelentes profissionais em nossos quadros. Eles querem trabalhar e eles sabem como trabalhar, e eles são capazes de ressuscitar o país. Justiça social, igualdade de oportunidades, fraternidade entre as pessoas, trabalho livre, o cuidado com as crianças e os idosos, esses são nossos valores básicos. Nós podemos e devemos reviver e desenvolver ainda mais tudo de melhor que já tivemos nas últimas nove décadas da nossa história. Juntos, com a soma de nossos esforços, podemos conseguir uma vida melhor para nós mesmos e nossas crianças. Juntos nós triunfaremos!
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Guennady Zyuganov é presidente do CC CPRF
Traduzido por Iara de Rossi e Mariana Venturini

EDIÇÃO 93, DEZ/JAN, 2007-2008, PÁGINAS 64, 65, 66, 67, 68, 69