A clockwork orange
mochila de fetiche
e violência nas costas
de meus olhos
 
Debalde harpejo
para dizer
que não falhei
nas flores
 
A respiração
se perde em cifra$
a política?
a pó
 
Neste alpendre
(sem tempo
presente
deitado no dêitico):
 
vida nada.
 
Cascalhos
limam os objetos
deste museu
da espoliação
 
“É a mesma coisa que você estar num enterro”
 
Bichos sequer
quaisquer
mosquitam aqui
 
Rastros
de celulite
cuia de esmoler
vazia
 
Respiram só
galões de ruína
que a chuva
rói
 
Vida nada
nem hálito
corrupto
 
Na prática
pastos de
plástico
 
O que era
cápsula
se quebrou
– o amor que tu me tinhas esboroou –
 
Aqui
sem luta-de-classes
só disfarces
só besteira
sem dar nem flor
de laranjeira