45 camponeses da região foram beneficiados em setembro do ano passado por ato da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Os camponeses chegaram a receber a aposentadoria no valor de dois salários mínimos em novembro, mas em seguida o benefício foi suspenso por decisão liminar do TRF-2.

"Os camponeses só receberam dois salários mínimos em um único mês, não estão recebendo agora. Você vê pela aparência das pessoas, com 72 anos, sofridos, acabados e ainda têm tanta dificuldade de resolver esta questão”, observou Faria de Sá. “Por isso é que vamos fazer um ofício em nome da comissão ao TRF da 2ª Região, pedindo celeridade, até porque a lei garante isso às pessoas com mais de 65 anos."

Camponeses na audiência

Nesta quarta-feira, os camponeses participaram de audiência pública da Comissão Especial da Lei da Anistia, que vai encaminhar a solicitação ao TRF-2, pedindo pressa no julgamento do processo.
"Me pegaram, amarraram minhas mãos, me jogaram dentro de um helicóptero, me encapuzaram e me jogaram de lá para cá, na base do lado de cá do rio. Lá tinha muito soldado, muito mais de mil”, contou Leonardo Miranda da Silva. “E quando o avião estava baixo me jogaram na pista, me ralou todo, os soldados me pisaram com o pé e me empurraram, e eu, com os braços amarrados e a cara encapuzada, como é que corria, né?", acrescentou.

Leonardo Miranda da Silva tem 72 anos, foi torturado e preso por 40 dias em 1972 porque era suspeito de ser informante de ativistas da Guerrilha do Araguaia. Chinelos de dedo e camisa surrada, Leonardo reclama que até hoje tem lapsos de memória por causa das agressões que sofreu, sem nunca na vida ter visto um único integrante da guerrilha.

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Fonte: Agência Câmara