Participaram da mesa, como expositores, Adilson Antonio Primo (Siemens), Carlos Tadeu Fraga (Petrobrás), Carlos Américo Pacheco (Unicamp) e Luciano Coutinho (BNDES). A opinião consensual é que o Brasil precisa avançar na integração entre governo, empresas e institutos de pesquisa.

Os palestrantes defenderam, ainda, que a inovação é fundamental para o crescimento da economia no mundo. A expectativa é que em 4 anos o número de empresas inovadoras seja duplicado.

Produção do Conhecimento

O segundo painel da manhã abordou o cenário e as perspectivas da produção científica no país. Os debatedores – Jacob Palis (ABC), Carlos Henrique Brito Cruz (FAPESP), Jailson Bitencourt de Andrade (UFBA), e Sergio Danilo Pena (UFMG) – concordaram com os dados de avanço significativo na produção científica do país.

A necessidade de uma pesquisa mais criativa, bem como a realização de mais pesquisas básicas, foram apontadas como os grandes desafios da área. Realizar pesquisas nesses moldes se torna bem mais difícil nas circunstâncias atuais, devido às características próprias – mais tempo de análise e resultados nem sempre necessariamente aplicados à tecnologia – que não se encaixam nos perfis das pesquisas financiáveis.

Os especialistas defenderam que as agências de financiamento devem observar com mais cuidado os critérios para aprovação de projetos. Cronogramas apertados e a quantificação de publicações – práticas que configuram o tão criticado “produtivismo” acadêmico – foram classificados como nocivos ao potencial criador da pesquisa brasileira. “Cronogramas definidos vão de encontro ao espírito da ciência. Precisamos ter liberdade de obter apoio para projetos que tenham evolução natural”, defendeu Sergio Danilo, pesquisador da UFMG.

Outro aspecto salientado foi a necessidade de as universidades garantirem o potencial competitivo das pesquisas de suas instituições, garantindo condições administrativas, estruturais e técnicas – assim como as instituições estrangeiras – para o pesquisador.

25 anos do MCT – Ainda no turno da manhã o auditório principal recebeu o ato em comemoração aos 25 anos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Além do ministro Sérgio Rezende, os ex-ministros Roberto Amaral, José Israel Vargas e Luiz Henrique da Silveira estiveram no ato. Presentes também o ministro interino da Defesa, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, e o secretário-executivo do MCT, Luiz Antonio Elias.

Nas exposições foi traçado um breve panorama da vida do MCT nestes 25 anos, com destaque para a criação do Ministério e as particularidades de aliar política e ciência na rotina de gestão. A solenidade foi encerrada pelo ministro Sergio Rezende, que conduziu a entrega do troféu 25 anos de MCT. Além dos ex-ministros presentes, o embaixador Ronaldo Mota Sardenberg, representado pelo chefe de gabinete da presidência da Anatel, Rodrigo Augusto Barbosa, foi homenageado.

Os servidores do MCT foram condecorados pelo ministro Sergio Rezende, que também recebeu homenagem dos servidores e do CNPq. Durante a cerimônia, Sérgio Rezende realizou o lançamento do livro 25 anos de MCT: raízes históricas da criação de um ministério, redigido pelo historiador Antonio Augusto Passos Videira, um dos colaboradores recentes da revista Princípios.