Companheiros, companheiras, camaradas e amigos, boa tarde,

Meu nome é Adalberto Monteiro, sou presidente da Fundação Maurício Grabois, em nome da Grabois e da Fundação Perseu Abramo, instituições, realizadoras deste evento, agradecemos a presença de todos vocês. Esta Casa que nos acolhe, Clube Roms, é um espaço de convivência, de confraternização , e ,também, de debates, da comunidade árabe brasileira.

Escolhemos esta Casa que simboliza, aqui na Avenida Paulista, amizade e solidariedade entre povos, o espaço para acolher uma delegação de um país amigo do Brasil, de um governo amigo do governo brasileiro, e de um povo irmão do povo brasileiro. Estamos aqui para receber Cuba, estamos aqui dialogar sobre a revolução cubana que este ano completou 52 anos. Uma revolução que apesar das adversidades e de um bloqueio criminoso que lhe é imposto pode estampar no seu cartão de apresentação as seguintes frases:"A cada ano, 80 mil crianças morrem vítimas de doenças evitáveis. Nenhuma delas é cubana". "Esta noite, 200 milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma é cubana".

A oceânica bravura do povo cubano, a rebeldia desta indômita Ilha, desta teimosa Ilha, que insiste em cultivar o ideal de homens livres, tem sido ao longo de mais de meio século, uma chama revolucionária que alimenta sonho, que inspira a luta dos oprimidos e causas humanitárias em todos os continentes. A revolução cubana integra o leque de revoluções patrióticas, populares, democráticas que eclodiram no Século XX e impulsionaram positivamente a marcha da Humanidade.

Uma revolução que desde seu nascedouro soube compreender que somente o socialismo é capaz realizar as potencialidades da nação e que, também, o socialismo só prospera se assumir a defesa da soberania e da prosperidade da nação. O socialismo em Cuba, mesmo sob duríssimas condições, foi capaz de garantir ao povo, aos trabalhadores uma vida digna. A saúde e a educação, efetivamente, são um direito de todos e a miséria absoluta e o analfabetismo foram erradicados. O socialismo é fruto das contradições, do movimento que não para . Socialismo que passa por etapas e fases, é pois construção e renovação permanentes.

Em abril último, o Partido Comunista de Cuba, força dirigente da revolução, realizou um histórico Congresso que procurou dar respostas ao desafio de promover inovações e transformações destinadas a aperfeiçoar seu modelo econômico-social socialista, em um contexto contraditório; por um lado uma grave crise capitalista mundial que é a um só tempo representa ameaças e oportunidades, e por outro, quando na América Latina e Caribe floresce um ciclo político de mudanças progressistas com o predomínio de governos democráticos, patrióticos e populares.

Exatamente, com intuito de contribuir para compreensão objetiva da realidade do país e sua atual conjuntura, a Fundação Mauricio Grabois em conjunto com a Fundação Perseu Abramo, organizaram este debate– A atualização do Modelo Economico Cubano. Na verdade, o que teremos nesta tarde, é uma mesa de diálogo, de troca de opiniões, uma conversa entre amigos que se encontram, como se diz no Brasil, para matar a saudade, e aumentar a amizade e elevar os compromissos de apoio recíproco pelo progresso das duas nações e por um mundo novo de paz e solidariedade.

Dito isto, passo a compor a mesa.