A comissão irá investigar violações de direitos humanos e crimes políticos cometidos por agentes do Estado brasileiro entre 1946 e 1988. Compõem a comissão o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias; o ministro do Supremo Tribunal de Justiça Gilson Dipp; o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha; o jurista José Cavalcante Filho; o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro e Kehl.
Ontem, às 15h, o grupo teve a primeira reunião oficial. Kehl contou que não foram ainda discutidas questões técnicas sobre os métodos de investigação, apenas operacionais. Mas já foi estabelecido o estatuto interno da Comissão da Verdade e quais as condições materiais que serão oferecidas pela Casa Civil. Também ficou decidido que os integrantes não vão, por enquanto, se pronunciar individualmente à imprensa, para falar sobre temas específicos, como a polêmica sobre se é necessário investigar, além dos torturadores, os militantes de esquerda que cometeram “crimes”.
Kehl se colocou contra, isto é, para ela devem ser investigados apenas os torturadores, uma vez que os militantes de esquerda tiveram que pegar em armas exatamente para lutar e se defender contra os abusos da Ditadura. Contúdo, há, na comissão, quem considere que ambos os lados devem ser investigados, como é o caso de Gilson Dipp.
Kehl disse ainda que no próximo dia 28, a comissão terá nova reunião. Dessa vez, espera-se que os membros discutam temas da pauta específica da comissão e comecem a definir os assessores que farão parte dos trabalhos da equipe. Até dia 28, portanto, não haverá pronunciamentos mais detalhados para a imprensa, pois “tudo ainda está vago”, disse ela.
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Fonte: Brasilianas.org