A tarefa de ampliar a produção industrial requer imperiosamente que se incorporem à atividade econômica novas fontes de matérias-primas, de combustível e de energia elétrica e antes de tudo que se aproveitem os enormes recursos naturais das zonas orientais do país.
É necessário recordar que nas referidas zonas encontram-se cerca de 75% das reservas carboníferas da URSS e de 80% da energia hidráulica, 4/5 partes das riquezas florestais, as reservas fundamentais de metais não ferrosos e raros, enormes quantidades de matérias-primas para a indústria química, de minerais de ferro e de materiais de construção. A experiência demonstra que a extração de carvão e a produção de energia elétrica no Leste dão melhores resultados que na parte européia da URSS. É suficiente dizer, por exemplo, que durante o 5º Quinquênio as inversões de fundos básicos por tonelada de aumento da extração de hulha nas jazidas da Sibéria Oriental foram inferiores em duas vezes e meia (na bacia do Kuznetsk em uma vez e meia) às efetuadas no Donbas. No ano passado, o preço de custo de uma tonelada de carvão na bacia do Kuznetsk foi quase uma vez e meia menor do que no Donbas. Projeta-se extrair em 1960 na bacia do Kuznetsk 80 milhões de toneladas de carvão. Estes 80 milhões de toneladas custarão ao Estado menos 2.400 milhões de rublos do que a mesma quantidade de hulha extraída no Donbas.
Vejamos outro exemplo do mesmo tipo. No rio Angará está sendo construída a central hidrelétrica de Bratsk, com uma potência de 3 milhões e 200 mil quilowatts. Produzirá anualmente 22.000 milhões de quilowatts-hora de energia elétrica, isto é, tanto quanto as duas centrais hidrelétricas mais importantes da parte européia da União Soviética: a de Kuibishev e à de Stalingrado. E, apesar disso, as obras da Central de Bratsk custarão a metade da construção das de Kuibishev e Stalingrado juntas, e a energia produzida anualmente por ela custará 200 milhões de rublos menos do que a das centrais de Kuibishev e Stalingrado. Aí tendes, camaradas, até que ponto nos convém dar maior impulso à exploração dos recursos energéticos do Leste! Nos 10 próximos anos devemos transformar a Sibéria numa importantíssima base de extração de hulha e de produção de energia elétrica da União Soviética, na base fundamental daqueles ramos da produção que consomem grande quantidade de calor e de energia, principalmente da produção de alumínio, magnésio e titânio, bem como da eletrometalurgia, a química carbonífera e a eletroquímica. (Aplausos).
Para cumprir com êxito esta importantíssima tarefa econômica é preciso impulsionar com toda a energia o desenvolvimento da siderurgia no Leste. Em 1955, as regiões dos Urais e da Sibéria Ocidental produziram mais de 14 milhões de toneladas de ferro fundido, o que supera o obtido na Inglaterra. Entretanto, cada ano, vemo-nos obrigados a transportar vários milhões de toneladas de metais ferrosos da parte européia da URSS para as zonas do Leste. Daí a necessidade de adotar medidas enérgicas para acelerar o desenvolvimento da siderurgia na Sibéria, Kazaquistâo e Extremo Oriente.
A tarefa consiste em criar nas zonas da Sibéria, durante os dois ou três próximos quinquênios, uma nova e poderosa base siderúrgica — a 3ª em nosso país —, com uma produção anual de 15 a 20 milhões de toneladas de ferro fundido. Em relação a isto é preciso organizar um esquema geral do desenvolvimento e do deslocamento das empresas siderúrgicas na Sibéria e lá desenvolver em ampla escala os trabalhos de exploração geológica, de investigação científica, etc.
Entretanto, ainda se desenvolve em grau insuficiente a fabricação de maquinaria nas zonas orientais do país. Nos 10 próximos anos temos que criar no Leste novos centros importantes de fabricação de maquinaria, capazes de construir todos os tipos de máquinas, mecanismos e aparelhos.
É preciso pôr em marcha com maior energia os enormes recursos industriais naturais do Leste e assegurar seu melhor aproveitamento no interesse do desenvolvimento contínuo das forças produtivas do país.
Também deve-se prestar atenção à mais racional distribuição multilateral da indústria entre as zonas econômicas. Nosso país é grande, e se fomentamos a indústria de maneira unilateral em tal e qual zona econômica, aumentaremos artificialmente o transporte não racional de mercadorias e criaremos dificuldades ao desenvolvimento geral da economia nacional.