1. Fortalecimento das Fileiras do Partido Comunista e de seu Papel Dirigente no Estado Soviético

Segundo dados de 1.º de fevereiro de 1956, o Partido Comunista da União Soviética conta em suas fileiras com 7.215.505 pessoas, das quais 6.795.896 membros do Partido e 419.609 candidatos a membros do Partido, isto é, quase o triplo dos efetivos do Partido às vésperas do XVIII Congresso e 333.000 pessoas mais que ao iniciar seus trabalhos o XIX Congresso. No período de que prestamos conta, o Partido se fortaleceu ainda mais organicamente e sob o aspecto ideológico e político. Elevou-se a tempera marxista-leninista das massas do Partido. Os quadros do Partido, força decisiva da direção do Partido e do Estado, desenvolveram-se consideravelmente.

Nosso genial chefe e mestre Vladimir Ilitch Lênin criou e fortaleceu o Partido Comunista como grande força inspiradora e orientadora dos trabalhadores em sua luta pela liberdade e a felicidade do povo, pelo comunismo. Lênin lutou resolutamente contra todos os intentos de menosprezar ou debilitar o papel dirigente do Partido no Estado soviético. O Comitê Central guiou-se e guia-se invariavelmente pela teoria leninista do Partido. Hoje podemos dizer que, no período de que prestamos conta, robusteceu-se ainda mais o papel que desempenha nosso Partido na edificação do Estado, em toda a vida política, econômica e cultural do país.

Na luta pelo fortalecimento incessante do Estado soviético, por um novo ascenso da economia e da cultura socialistas, pela elevação do bem-estar material dos trabalhadores, o Partido multiplicou seus vínculos com as massas, irmanou-se ainda mais com o povo.

Seria injusto, entretanto, dizer que o período de que prestamos conta tenha sido desde o princípio até o fim para nosso Partido um desfile triunfal sob um céu claro e por um caminho sem obstáculos.

Naturalmente, não foi assim, de modo algum. Tivemos grandes vitórias e alguns reveses, tivemos grandes alegrias e nossos pesares. Mas as vitórias não nos subiram à cabeça e os reveses não nos lançaram no abatimento. O Partido avançou e avança audaz e firme pelo caminho que escolheu. (Prolongados aplausos.’)

Pouco depois do XIX Congresso do Partido, a morte arrancou de nossas fileiras a José Vissarianovitch Stálin. Os inimigos do socialismo baseavam suas esperanças num possível transtorno nas fileiras do Partido, em possíveis discórdias no seio de sua direção, em possíveis vacilações na aplicação de sua política interna e externa. Entretanto, essas esperanças viram-se frustradas. O Partido Comunista agrupou-se ainda mais estreitamente em torno do seu Comitê Central, levantou ainda mais alta a bandeira invencível do marxismo-leninismo.

Os imperialistas depositavam particulares esperanças em Béria, seu velho agente que se havia infiltrado perfidamente em postos de direção do Partido e do Estado. O Comitê Central pôs fim resolutamente à criminosa atividade conspirativa desse perigoso inimigo e de seus sequazes. Isto foi uma grande vitória do Partido, uma vitória de sua direção coletiva.

O esmagamento do miserável bando de traidores contribuiu para um maior fortalecimento do Partido e para o cumprimento com êxito das tarefas que nosso país tem colocadas diante de si. O Partido é hoje mais monolítico que antes. A unidade ideológico-política e orgânica do Partido é a garantia de sua invencibilidade. Não há inimigos nem dificuldades que possam infundir temor ao Partido quando está unido. O Partido pode enfrentar qualquer tarefa quando atua como uma força unida, que não conhece o medo na luta, que não vacila na aplicação de sua linha e não retrocede diante das dificuldades. Hoje nosso Partido está mais unido que nunca, agrupa-se estreitamente em torno ao Comitê Central e conduz com pulso firme o país pelo caminho que o grande Lênin indicou. (Tempestuosos e prolongados aplausos).

A unidade de nosso Partido vem sendo forjada durante anos e decênios e temperou-se e robusteceu-se na luta contra numerosos inimigos. Os trotskistas, os bukharinistas, os nacionalistas burgueses e outros inimigos figadais do povo, partidários da restauração do capitalismo, fizeram tentativas desesperadas para minar de dentro a unidade leninista das fileiras do Partido, e todos eles se despedaçaram contra esta unidade.

A base da unidade do Partido Comunista e de seu núcleo dirigente é constituída pela unidade moral e polítca de toda a sociedade soviética e pelos inabaláveis princípios do marxismo-lemnismo. As pessoas não vêm a nosso Partido com fins egoistas, mas para realizar o grande objetivo da construção do comunismo. O núcleo dirigente do Partido não é um grupo de pessoas ligadas por simpatias pessoais ou por um proveito mútuo, mas uma coletividade ativa de dirigentes cujas relações têm uma base ideológica de princípios que não admite nem indulgências recíprocas nem malquerenças pessoais.

Todas as vezes que se descobriu que um ou outro dirigente do Partido cometeu erres em seu trabalho, o C.C. do PCUS adotou unanimemente as medidas necessárias para corrigi-los. Nos Plenos do C.C. do PCUS tem-se criticado como criticamos os bolcheviques, sem repararmos na hierarquia, a atividade de diversas organizações do Partido e de distintas pessoas, compreendidos membros do Comitê Central. Alguns funcionários que não justificaram a honrosa confiança neles depositada pelo Partido, foram excluídos do Comitê Central. É desnecessário demonstrar que a unidade do Partido, longe de perder por isto, saiu ganhando.

Lênin ensinava que a única linha correta é a que se baseia nos princípios. Não afastar-se um só passo, nunca e em nada, dos interesses gerais do Partido: este é o princípio imutável pelo qual se guiam os comunistas na luta pela unidade de suas fileiras. E se no período do qual prestamos conta conseguimos novos grandes êxitos, isto evidencia melhor que nada que o Partido e seu Comitê Central souberam salvaguardar e fortalecer a unidade das fileiras do Partido. (Prolongados aplausos).

Ao lançar um olhar retrospectivo sobre o caminho percorrido, podemos dizer sem temor de nos equivocarmos que, no período que analisamos, a direção política de nosso país pelo Comitê Central do Partido esteve à altura devida, que o Partido resolveu acertadamente as questões relacionadas com a edificação do Estado e do Partido e conduziu sabiamente o país pelo caminho leninista.

A tarefa principal do Partido e de seu Comitê Central consistia em assegurar o fortalecimento incessante do poderio econômico da Pátria socialista, em tornar ainda mais inexpugnáveis suas fronteiras sagradas e em elevar mais ainda o nível material e cultural dos cidadãos soviéticos.

Nosso Partido Comunista é um partido governante. De sua direção, da atividade de suas organizações locais depende numa medida decisiva o êxito de qualquer tarefa importante. É natural que para realizar as tarefas que o país tinha colocado diante de si fosse necessário em primeiro lugar desenvolver um grande trabalho de mobilização das organizações do Partido e fomentar em cada comunista a intransigência diante dos defeitos.

Na vida do Partido e de todo o país desempenharam um papel de extraordinária importância os Plenos do C.C. do PCUS celebrados regularmente ao longo do período de que prestamos conta. Nesses Plenos, o Comitê Central pôs a nu diante de todo o Partido e diante de todo o povo, com sinceridade e intransigência leninistas, graves deficiências no desenvolvimento da agricultura e da indústria, assinalou como é necessário superá-las e o que se deve fazer para cumprir as inadiáveis tarefas relacionadas com o ascenso contínuo da economia nacional do país e do nível material e cultural dos trabalhadores.

Ao criticar as deficiências na edificação econômica, o Comitê Central partiu de que o Partido não deve temer dizer ao povo a verdade sobre os defeitos e as dificuldades em nosso avanço. Quem teme reconhecer seus erros e debilidades, não é um revolucionário. Não temos por que ocultar nossas deficiências, pois nossa linha geral é justa, a edificação comunista se robustece e triunfa, e os defeitos serão tanto menos quanto mais amplamente se incorporem as massas à luta contra eles.

O Comitê Central apelou para as organizações do Partido a fim de que desenvolvam ao máximo a crítica e a autocrítica, a fim de que analisem criticamente os resultados do trabalho realizado e lutem resolutamente contra a fatuidade, a jactância e a presunção. Muitos dos defeitos contra os quais lutamos não existiriam hoje se oportunamente não se houvessem difundido em alguns escalões do Partido a auto-satisfação e os intentos de dar uma tonalidade rósea ao estado real das coisas. Uma crítica e autocrítica abertas, de princípios, eis o caminho seguro para fortalecer ainda mais o Partido, eliminar com n maior rapidez as deficiências e alcançar novos êxitos em todas as esferas da edificação comunista.

Para continuar fortalecendo a unidade do Partido e elevando a atividade de suas organizações era necessário restabelecer as normas da vida do Partido elaboradas por Lênin, normas que antes se infringiam com frequência.

Tinha uma importância primordial o restabelecimento e o fortalecimento máximo do princípio leninista da direção coletiva. O Comitê Central do PCUS esforçou-se por dar um exemplo nesse sentido, é evidente para todos até que ponto se elevou nos últimos anos o papel do Comitê Central como dirigente coletivo de nosso Partido. O Presidium do Comitê Central chegou a ser um órgão coletivo que atua regularmente e se ocupa das questões mais importantes da vida do Partido e do país.

Lutando por um máximo desenvolvimento da atividade criadora dos comunistas e de todos os trabalhadores, o Comitê Central tomou medidas para que se esclareça amplamente a concepção marxista-leninista do papel do indivíduo na história. O C.C. manifestou-se resolutamente contra o culto à personalidade, alheio ao espírito do marxismo-leninismo e que faz de um ou outro dirigente um herói milagroso, subestimando ao mesmo tempo o papel do Partido e das massas populares e diminuindo sua atividade criadora. A difusão do culto à personalidade reduzia a importância da direção coletiva do Partido e levava às vezes a graves deficiências em nosso trabalho.

Na “Internacional”, hino de nosso Partido, se diz:

“Nem em deuses, reis, nem tribunos, está o supremo salvador, nós mesmos realizemos o esforço redentor”. (Clamorosos aplausos).
Estas inspiradas palavras refletem acertadamente de um modo marxista, o papel revolucionário e criador das massas, o papel da coletividade. O povo, dirigido por um Partido armado da doutrina marxista, é uma grande e invencível força, o criador da nova vida, o criador da história. (Prolongados aplausos).

A realização dos princípios leninistas da vida do Partido permitiu elevar a atividade política das organizações do Partido, robustecer seus vínculos com os trabalhadores e fortalecer sua influência no seio das massas. Isto multiplicou a força das organizações do Partido, elevou incomensuravelmente sua combatividade para resolver as tarefas da edificação econômica e cultural.

Assim, pois, do ponto de vista do desenvolvimento de nosso Partido, o período de que prestamos conta foi um período de incessante fortalecimento da unidade do Partido, de seu papel político e organizador de sua influência no seio das massas. O Partido traçou um minucioso programa de novo ascenso da economia nacional e do bem-estar dos trabalhadores, mobilizou todo o povo para dar cumprimento a esse programa e conseguiu consideráveis êxitos em todas as frentes da edificação comunista.

Mas tampouco agora, quando a força e o prestígio de nosso Partido alcançaram uma altura sem precedentes, podemos entregar-nos à placidez nem dormir sobre os louros. Para continuar avançando com êxito é necessário manter num alto grau de mobilização todas as organizações de nosso Partido; é necessário melhorar e aperfeiçoar infatigavelmente todo o nosso trabalho do Partido. E, em primeiro lugar, é necessário elevar o nível do trabalho de organização e ideológico do Partido.