“Todos os túneis têm uma saída. Espero que a Europa mude. Mas quem quer que analise as coisas corretamente dirá que estamos hoje pior do que há cinco anos. Não há bases para dizer que estamos mais próximos do fim da crise”, declarou Joseph Stiglitz em entrevista à revista espanhola “Capital”, citada pela “Europa Press”.

Na sua opinião, as atuais políticas aplicadas na Espanha e no conjunto da Europa não oferecem uma resposta para a atual crise: “se as atuais políticas se mantiverem, não só na Espanha mas na Europa em geral, creio que não há luz ao fundo do túnel”.

Stiglitz , que é um dos principais críticos dos programas de austeridade receitados às economias europeias em dificuldades, adverte que apesar de reformas como a harmonização orçamental, a mutualização de dívidas e a união bancária poderem salvaguardar o futuro do euro, vê-se “pouca vontade política”, já que os políticos europeus “não entendem o papel dos bancos e não sabem o que fazem”.

O economista norte-americano alerta que quanto mais tarde a Europa resolver os seus problemas, mais débil será o sistema financeiro espanhol e mais necessária será a ajuda externa à Espanha. “Preocupa-me que a Europa e a Alemanha estejam a pôr em perigo o futuro de Espanha”, sublinhou, citado pelo “Cinco Días”.

O Nobel da Economia considera “muito preocupante” o futuro de Espanha, particularmente no que diz respeito ao desemprego jovem. E salienta que com as atuais políticas há mais dificuldades em reduzir o desemprego.

“O euro esteve assentado na premissa de que os mercados são eficientes e estáveis. [No entanto], todas as evidências dos últimos 200 anos de capitalismo apontam na direção contrária”, explicou Joseph Stiglitz.

Fonte: África 21