Como todo bom filósofo, Domenico Losurdo se esmerou em “dar nomes aos bois” e “botar os pingos nos is” ao definir que tipo de democracia pode estar associada àquele país ao norte do Rio Grande, durante a conferência ocorrida nestas terça e quarta-feiras (1o. e 2 de outubro), na PUC de São Paulo e na Unicamp, por meio do tema: Liberalismo, emancipação e os mitos da modernidade. Numa crítica histórica feroz, o italiano revelou como intelectuais norte-americanos e europeus vão apagando do léxico imperialista dos EUA a verdade de sua constituição política até se tornar paradigma de democracia para o resto do mundo. Mais que isso, por trás de um discurso imperialista permeado de supostas boas intenções, estão subjacentes essas verdades apagadas pela retórica liberal forjada no decorrer do tempo.

O sentido maior da conferência, conforme disse o próprio Losurdo, é ampliar o tradicional léxico político, simplificado (e empobrecido) nas categorias de absolutismo monárquico, liberalismo, democracia e totalitarismo. Para ele, manter a leitura hegemônica de que alguns países são democracias plenas enquanto outros são totalitários ou ditatoriais, é ignorar traços históricos fundantes daqueles regimes que obscurecem nossa visão sobre o tipo de sociedade que temos hoje.

Por meio de uma narrativa histórica direta e linear, compreensível para qualquer leigo em filosofia, o italiano situou o caráter da revolução estadunidense, fugindo à narrativa hegemônica que sublinha elementos avançados em detrimento do acobertamento de retrocessos brutais que determinam a qualidade desse movimento histórico para a posteridade.

Revolução ou contrarrevolução?

Desta forma, a revolta contra Londres que culmina em 1776 com a declaração de independência, aguça o conflito com os “peles vermelhas”, até o genocídio indígena. Londres impunha limites à expansão dos colonos norte-americanos, inclusive obrigando-os a estabelecer tratados com aquelas comunidades nativas. Do mesmo modo, a questão da escravidão negra é central na formulação do professor italiano, sobre o tipo de democracia que vai se afirmar nos EUA.

Embora a revolução de independência dos EUA seja vista como um marco da modernidade liberal, tendo influenciado outras revoluções pelo mundo, como a francesa, a transformação ocorrida ali, serviu, inclusive à manutenção e reforço do comércio escravagista. Enquanto o governo britânico a havia abolido em suas outras colônias em 1833, os EUA só o fazem três décadas depois. Nas Américas, os negros de Santo Domingo, colônia francesa que se tornou o Haiti, foram os responsáveis pela primeira abolição da escravidão, em 1804, por meio de uma luta sangrenta de resistência a Napoleão, enfrentando ainda a Inglaterra e os EUA.

“A revolução americana é a única que não produz abolição da escravidão”, diz Losurdo, acrescentando que, na metade do século XIX, quando os EUA derrotam o México e tomam posse do Texas, a escravidão é reintroduzida naquele território que já a tinha abolido por meio das revoluções antiespanholas, explicitando o caráter reacionário daquele movimento.

Maior opressão em pleno iluminismo

A revolução norte-americana apenas piorou a condição dos negros e dos índios, recrudescendo as práticas violentas contra essas populações. Os limites impostos pela igreja católica, por muito tempo, de que não era permitido quebrar a unidade da família dos escravos, são abandonados na nova ordem. Com o triunfo do mercado e da modernidade liberal, ocorre a plena reificação e desumanização do escravo negro. “Afirma-se, então, uma escravidão sem precedentes até a revolução americana, em que os negros são reificados, tornando-se coisas singulares a serem comercializadas”, afirma o filósofo.

“A maior vilania que jamais apareceu sobre a terra” (John Wesley) e “o domínio mais opressivo exercitado do homem sobre o homem” (James Madison), são elaborações conscientes de protagonistas daquela revolução, admitindo que esse ambiente de opressão pela “simples distinção de cor”, se impõe no período de tempo mais iluminado e esclarecido da modernidade.

Deste modo, Losurdo aponta um paradoxo que obriga a repensar até mesmo Karl Marx, além de toda a visão liberal da história moderna: a escravidão mais brutal se impõe com a modernidade liberal. “Isso refuta toda a visão liberal da história moderna”. Se a fundação dos EUA é um momento essencial do advento da modernidade liberal, segundo o filósofo, devemos dizer que esta modernidade é um enredo de revolução e reação, de emancipação (a favor da comunidade branca) e de desemancipação (em prejuízo dos nativos e dos negros e do povo colonial). “Embora Marx escreva que a revolução burguesa produz uma emancipação limitada, não diz que ela pode produzir desemancipação”, afirma o filósofo marxista.

Recusa ao liberalismo

Para tentar definir com clareza a sociedade que surgiu da revolução americana, Losurdo faz um exercício de ignorar a condição negra e indígena, visto como uma tragédia, para concentrar-se na suposta emancipação da sociedade branca. Mesmo nesse caso, exercício que a maioria dos pensadores se apoia para afirmar o liberalismo democrático dos EUA, Losurdo recusa a constatação. “Era proibido relação sexual entre negros e brancos, portanto, o estado intervinha até na relação íntima dos brancos, e não apenas.” O próprio Tocqueville, liberal francês que exalta a América, diz que nos EUA era proibido ensinar a ler e escrever aos escravos. Na Georgia, era um crime ao proprietário de escravo fornecer papel e caneta ao escravo, uma reação à revolta de negros massacrada anos antes.

“Vocês vejam que o estado intervinha em todo aspecto da vida da comunidade branca”, diz o italiano, citando ainda o caso do padre que ia para a prisão, caso celebrasse casamento inter-racial, ou seja, um estado que rompia com a própria liberdade religiosa.

Que tipo de democracia é esta, em que, no máximo, podemos falar que o presidente era eleito pelo povo? De 1832 a 1836, todos os presidentes eleitos são proprietários de escravos, como George Washington, Thomas Jefferson (autor da Declaração de Independência) e o próprio James Madison (autor da Constituição). “Estamos falando de uma democracia fundada sobre a escravidão e sobre a desapropriação e extermínio dos índios, que George Washington considerava bestas selvagens da floresta.”

Herrenvolk democracy

Como definir uma sociedade que, por um lado desenvolvia a liberdade da comunidade branca, mas era assim tão feroz contra negros e índios? Esta questão é crucial para o raciocínio de Losurdo, e não é nova, pois era um problema que já se colocavam os contemporâneos daquela revolução. Losurdo cita autores da época e as definições que deram àquele regime, jamais falando em democracia liberal. É preciso entender que este esforço por resgatar esses autores e suas inquietações é o cerne do raciocínio de Losurdo, ao criticar as categorias que se consolidam posteriormente, ignorando todo esse debate anterior.

Em 1791, o jacobino francês Sonthonax dizia que os EUA eram uma aristocracia da pele e o abade Grégoire fala em nobreza da pele, ambos abolicionistas, que raciocinam a partir dos parâmetros da época, em que a necessidade de manter a pureza do sangue azul dos aristocratas europeus é a mesma do esforço dos estadunidenses por não contaminarem o sangue branco com a mestiçagem com negros e índios. Assim estamos falando de uma obsessão da pureza do sangue, comum tanto à aristocracia pré-revolucionária, quanto à aristocracia racial dos EUA, pós-revolucionária. Os próprios apologistas do regime estadunidense falam em um regime de castas, como o ideólogo do Sul escravista, Thomas Dew.

“Tocqueville é o primeiro a falar em democracia. E erra completamente”, afirma Losurdo, apontando um processo de empobrecimento teórico, por ignorar todos os problemas até então apontados. A partir de Tocqueville, a questão colonial e racial é ignorada e deslocada, concepção que se consagra e mantém.

É então que Losurdo resgata estudiosos estadunidenses atuais (Berghe, Fredrickson, Jennings), que falam em nova categoria para o tipo de sociedade que surgiu da revolução: Herrenvolk democracy, a “democracia” para o povo dos senhores, em oposição ao povo colonial. Para ele, essa ampliação do léxico político para aquela sociedade surgida da revolução dos EUA, na verdade, se amplia para toda a história do Ocidente, na medida em que o sufrágio universal avança conforme o expansionismo colonial, ainda que o enredo seja menos evidente que aquele da república norte-americana, pois na Europa, o povo dos senhores está separado do povo colonial pelos oceanos.

O italiano ressalta o caráter “bastardo” da expressão linguística, ao associar o anglicismo “democracy” ao germanismo “herrenvolk”, justamente um termo celebrado pelo nazismo, segundo ele, pela apologia à superioridade ariana. Uma expressão, no entanto que extrapola origens alemãs e estadunidenses, na opinião de Losurdo, para valer à compreensão de toda a história do ocidente. Ele foi citando direitos como o sufrágio das classes populares, que, afirma-se na Europa, no momento exato da expansão colonial, quando restringia-se apenas à metrópoles e não aos povos coloniais, inclusive submetidos a um regime escravagista.

Socialismo para o povo dos senhores

Losurdo fala inclusive num “socialismo para o povo dos senhores” que se estabelecia na Argélia colonial francesa, enquanto se procedia ao genocídio da população local em meados do século XIX. Experiência que se repete contemporaneamente nos assentamentos judaicos às custas do apartheid palestino. Uma teorização que surge no sionismo de Arendt, assim como é explicitado pelos ideólogos nazistas, como Heinrich Himmler, que falava em estabelecer na Europa oriental um “socialismo do sangue bom”, a partir da escravização e extermínio dos povos eslavos e soviéticos. Marx rivalizava tanto contra o conceito de democracia para o povo dos senhores, como contra o socialismo para o povo dos senhores, de acordo com Losurdo.

Losurdo ressalta que, em condição alguma, foram os liberais que aboliram a escravidão, embora se queira afirmar isso. Num raciocínio típico do liberalismo, um autor estadunidense, Francis Lieber, diz que o estado não pode intervir na propriedade privada e que a escravidão é uma questão pessoal. Os liberais mantinham distância do movimento abolicionista por considerá-lo “extremista” e “fanático”. O próprio Tocqueville também se afirmava esse distanciamento por considerar o abolicionismo prematuro.

Por outro lado, o filósofo Losurdo enfatiza a importância dos jacobinos e religiosos cristãos para a abolição, em detrimento dos liberais que os atacavam como “cruzadistas”, enquanto Marx defendia o vanguardismo desses religiosos de modo fervoroso. O primeiro país a efetivamente aboli-la, o Haiti (colônia francesa de Santo Domingo), fez isso pelas mãos dos próprios negros, liderados pelo negro abolicionista e jacobino Toussaint Louverture. “Uma revolução da qual não se fala nos livros de história e que influenciou os abolicionistas do resto da América”.

Brutalidade máxima nos EUA

Losurdo vai mais longe e observa que, em 1865, com o fim da escravidão e da Guerra de Secessão, não se encerra a democracia para o povo dos senhores nos EUA. Com o fim da guerra, as forças armadas se concentram no extermínio dos povos indígenas. Para os negros, a violência se torna brutal, com linchamentos exibidos para crianças dispensadas das salas de aula como espetáculos de massa, com direito a venda de “souvenires” como dedos, postais (foto acima) ou até mesmo pênis das vítimas. “Alguns historiadores consideram o pior período dos EUA”, diz Losurdo.

É nesse período pós-abolição, por exemplo, que Friedrich Ratzel, um dos fundadores da geopolítica expansionista alemã, visita os EUA e se expressa positivamente sobre o regime vivido no sul do país. Ele elogia como um ideal a “aristocracia racial” afirmada naquela região do país. A ideologia racial dominante no sul ganha força no resto do país, no início do século XX e guarda simpatias com o nazismo alemão.

A própria filósofa Hannah Arendt oscila em chamar aquele regime de imperialismo racial, antes de considerar o Terceiro Reich de “totalitarismo”, depois da guerra, abstraindo totalmente a questão colonial e racial, “num empobrecimento teórico evidente”. Hitler, no entanto, é explicito ao elogiar em Mein Kampf o arianismo da população norte-americana e seu esforço para não permitir a miscigenação, como aquela que ocorreu entre latinos, indígenas e negros nas demais Américas.

Tocqueville é o primeiro a considerar os EUA uma democracia, ao cancelar o debate anterior sobre casta e aristocracia, assim como Arendt o fez, a partir da guerra fria. Surge um léxico político fundado sobre o apagamento do período colonial. “Se pegarmos os EUA no início do século XIX, ninguém falava de democracia, mas de aristocracia da pele, nobreza da pele, sociedade de castas”.

“O que eu tentei demonstrar é que se faz necessário um apelo para repensar a história do ocidente sem parar no léxico político tradicional, fazendo valer a categoria de democracia para o povo do senhor”, encerrou Losurdo sua conferência.

Bobbio e Zizek

Nas intervenções da plateia, após isso, ele pode extrapolar o conceito de herrenvolk democracy para a gênese economicista liberal, que deu origem a um sistema que transferiu a “senhoria” da cor da pele para o bolso. Losurdo diz que os jacobinos já falavam em aristocracia do dinheiro. “Nos EUA há uma plutocracia, um domínio da riqueza e do dinheiro. Por aí, não desapareceu de todo a democracia do senhor”.

O italiano critica seu conterrâneo Norberto Bobbio que enxerga o liberalismo como um sistema progressivo até a democracia, “e não entende nada da democracia para o povo dos senhores”. Para exemplificar isso, ele citou o fato da segregação racial ter persistido nos EUA até mesmo depois da 2ª. Guerra Mundial.

“Em 1952, a Corte Suprema dos EUA tem que decidir se a segregação era constitucional ou não, se seria mantida ou abolida. Os juízes ficam indecisos e escrevem ao Departamento de Estado, que afirma sua inconstitucionalidade e portanto exige a abolição, “porque se fizer de outra forma, aproveitará disso a URSS e o movimento revolucionário no terceiro mundo”. Desta forma, Losurdo demonstra que a segregação racial começou a ser abolida nos EUA, nos anos 50 do século XX, não por uma dialética espontânea interna, mas pelo desafio proveniente do mundo comunista e da revolução anticolonialista.

Em sua obra, Losurdo já falou sobre o governo da lei (Rule of Law) que só serve para israelenses, enquanto os palestinos podem ser presos e mortos sem decisão da justiça, mas pelo arbítrio dos governantes israelenses. “Do mesmo modo como ocorre nos EUA, com Guantanamo ou Abu Graib, em que os presos nem sequer sabem qual o crime cometido”.

Losurdo lembra o fato de toda terça-feira haver uma reunião na Casa Branca, no decorrer da qual a CIA submete ao presidente Obama uma “kill list” das áreas do mundo (oriental) que devem ser atacadas por drones (aviões não tripulados com mísseis). “Após ler atentamente a lista, ele decide quem tem que morrer, por seu arbítrio executivo, independente de qualquer envolvimento judiciário. Mas não quero mais falar do presidente Obama, porque ele é o Prêmio Nobel da Paz”, disse ele, provocando risos.

A partir de solicitação da plateia, Losurdo opinou sobre o autor dito marxista Slavoj Zizek, considerando-o um pensador da corrente dominante. “Ele não atribui nenhum peso à revolução anticolonial. Contrapõe o capitalismo autoritário da China ao capitalismo democrático dos EUA. Faz abstração de Guantanamo e Abu Graib, ao considerar legítimos os ataques da kill list”. “Difícil dizer que seja um autor revolucionário”, diz ele, completando que “a República Popular Chinesa surgiu da maior revolução anticolonial da história”. “Acho que seja tarefa dos comunistas e dos democratas apoiar toda revolução anticolonialista”, afirmou ele, lembrando a resistência dos chineses contra a brutal escravização promovida pelos japoneses.

Losurdo considera que o Brasil desenvolve um papel progressista internacionalmente lutando contra a Doutrina Monroe, assim como a Venezuela, acusada por Zizek de ser um país autoritário e antidemocrático. “Ou seja, Zizek se distingue pouco dessa ideologia dominante”.

O colonialismo clássico, em que se anexa territórios, não desapareceu na Palestina e Israel, mas em escala planetária temos um neocolonialismo que atualiza a democracia para o povo dos senhores. Losurdo lembra que Lênin explicou o colonialismo como uma anexação política, em que os conquistadores englobam o território em seu domínio. De outro lado tem a anexação econômica por meio do neocolonialismo, que é o processo atual de endividamento de nações dependentes dos países ricos. “A China e o Brasil, quando lutam para se desenvolver econômica e tecnologicamente, fazem uma luta contra o neocolonialismo. Sem isso, não há verdadeira independência”.

Nietzsche e a escravidão

Houve ainda quem exigisse do filósofo italiano uma opinião sobre Nietzsche. “Ele não se cansa de dizer que sem escravidão não tem civilização”, disse o autor. Losurdo ainda contradiz os defensores do plano político de Nietzsche, que celebram a escravidão em termos poéticos metafóricos. Para ele, o autor alemão escreve em meio ao debate liberal sobre a escravidão e, portanto, elabora uma opinião clara e literal sobre o assunto. “Nascido em 1844, ele começa a escrever bem cedo, quando explode a guerra de secessão para a abolição da escravidão nos EUA, e morre em 1888, com uma vida inteira decorrendo no tempo em que a escravidão está em debate. Como não se daria conta disso?”, diz ele.

“Penso que tentam salvar Nietzsche pela metáfora, definindo um idiota no plano intelectual. Digo que é um autor reacionário do qual temos que aprender muita coisa. E, de toda forma, é muito mais inteligente que seus intérpretes”, destaca o italiano, provocando novas gargalhadas. Ele diz defender Nietzsche como um liberal extremista, assim como John Locke defendeu o instituto da escravidão e foi, simplesmente, o fundador do liberalismo. “Não só defendeu, como era acionista da empresa inglesa que geria o tráfico negro, ganhando dinheiro com a escravidão!”. Portanto, diz Losurdo, muito liberal tinha mudado de opinião e aceitava a abolição. “Mas Nietzsche era mais cabeça dura e não aceitava”.

Hegemonia em Gramsci

Ao criticar o conceito de totalitarismo, Losurdo afirmou não achar necessário fazer entender o conceito de hegemonia em Gramsci, apenas no sentido negativo. “Ou seja, no sentido em que cada estado é um cruzamento de ditadura e hegemonia e, quando tem totalitarismo, é apenas ditadura”.

Ele disse que critica a noção de totalitarismo por uma razão simples. “O Terceiro Reich pretende ser um estado racial e pretende expandir-se na Europa oriental. Para Hitler, o povo da Europa oriental são índios que precisam ser exterminados para fazer valer a expansão germânica. A categoria de totalitarismo apaga tudo isso. Hitler pretende literalmente escravizar a Europa oriental. Para edificar seu império, há a necessidade de escravos”.
A categoria de totalitarismo tem dois erros gravíssimos, de acordo com o filósofo, pois apaga todo o conteúdo racial do Terceiro Reich, e coloca sob o mesmo plano aqueles que querem escravizar a União Soviética e o regime que se defende dessa ameaça.