A presidenta cumprimentou também o papa Francisco, a quem creditou participação fundamental para essa reaproximação. As declarações foram feitas no discurso de encerramento da 47ª Cúpula do Mercosul.

“Em um dia como o de hoje, em que, como disse a presidenta Cristina, nós, lutadores sociais, imaginávamos que jamais veríamos este momento de retomada das relações entre os Estados Unidos e Cuba. Eu queria cumprimentar o presidente Raul Castro. Queria cumprimentar também o presidente Barack Obama. E, sobretudo, queria cumprimentar o papa Francisco por ter sido, muito possivelmente, um dos fatores mais importantes para essa aproximação. Acho que é um momento que marca uma mudança na civilização mostrando que é possível restabelecer relações interrompidas há muitos anos.”

Dilma disse que este evento histórico deve servir de exemplo para o mundo. Destacou que os métodos para resolução de conflitos adotados pela América do Sul são o diálogo e o estabelecimento de relações, o que tem permitido que o continente usufrua de paz  há mais de um século, sem conflitos de ordem religiosa, étnica ou de qualquer outra espécie.

“Nós, de fato, vivemos num continente, num hemisfério especial. Nós, pelo menos da América do Sul, estamos há mais de 120 anos vivendo em paz. Não há entre nós nenhum conflito de ordem religiosa, étnica ou de qualquer outra espécie. Nós não resolvemos nossos conflitos com métodos que não sejam o diálogo e o estabelecimento de relações. Daí porque também conquistamos muito com o Mercosul, a Unasul e a Celac.”

A presidenta também exaltou o esforço dos países da região para manutenção da democracia na Venezuela, destacando a contribuição fundamental do papa Francisco.

“Lembro perfeitamente de todas as ações que fizemos, no sentido de fazer vigorar a democracia, seja no caso mais recente, que eu quero me referir, que é o caso da Venezuela. Acho que nós todos tivemos, na Venezuela, uma experiência extraordinária e, nessa ocasião também, acredito que o papa Francisco foi um grande suporte para que a constitucionalidade na Venezuela fosse respeitada.”

Fala de encerramento da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante a XLVII Cúpula do Mercosul e Estados Associados – Paraná, Província de Entre Ríos- Argentina

Paraná, Província de Entre Rios-Argentina, 17 de dezembro de 2014

…pela segunda vez, assumir a Presidência Pro Tempore do Mercosul, principalmente num dia como o de hoje, em que, como disse a presidenta Cristina, nós, lutadores sociais, imaginávamos que jamais veríamos este momento de retomada das relações entre os Estados Unidos e Cuba.

Eu queria cumprimentar o presidente Raul Castro,

Queria cumprimentar também o presidente Barack Obama,

E, sobretudo, queria cumprimentar o Papa Francisco por ter sido,  muito possivelmente, um dos fatores mais importantes para essa aproximação.

Acho que é um momento que marca uma mudança na civilização mostrando que é possível restabelecer relações interrompidas há muitos anos. E eu assumo a Presidência Pro Tempore do Mercosul na certeza de que isso vai inspirar ainda mais as  nossas relações e que vamos, como países, nos comprometer ainda mais a cumprir fielmente aquelas palavras faladas pelo nosso querido Pepe Mujica: “Ou estamos juntos ou estamos vencidos”.

Estamos juntos porque vamos reforçar as nossas relações aduaneiras, vamos reforçá-las, vamos reforçar nossas ações na área de infraestrutura, vamos reforçar relações, ampliando o que nós chamamos de desenvolvimento compartilhado aumentando a integração produtiva entre as nossas diferentes economias. Sobretudo nos mantendo firmes na trajetória de crescimento com inclusão social, distribuição de renda e justiça social para nossa população. Acredito que esses próximos seis meses  como todos os que vieram antes de mim, eles resultam num acúmulo de forças que nós viemos sistematicamente fazendo.

E aí, eu cumprimento efusivamente a Presidência da Argentina por todas as realizações, como cumprimento os demais integrantes do Mercosul que já exerceram essa Presidência.

Agradeço a todos vocês e desejo, de fato, que este evento de hoje sirva de sinal para o resto do mundo. Nós, de fato, vivemos num continente, num hemisfério especial.  Nós, pelo menos, da América do Sul, estamos há mais de 120 anos vivendo em paz. Não há entre nós nenhum conflito de ordem religiosa, étnica ou de qualquer outra espécie. Nós não resolvemos nossos conflitos com métodos que não sejam o diálogo e o estabelecimento de relações. Daí porque também conquistamos muito com o Mercosul, a Unasul e a Celac. Lembro perfeitamente de todas as ações que fizemos no sentido de fazer vigorar a democracia, seja no caso mais recente, que eu quero me referir, que é o caso da Venezuela. Acho que nós todos tivemos, na Venezuela, uma experiência extraordinária e, nessa ocasião também, acredito que o Papa Francisco foi um grande suporte para que a constitucionalidade na Venezuela fosse respeitada.

Daí então eu queria encerrar, e fazendo o gesto que sempre a gente estranha quando chega a primeira vez mas eu já aprendi.