Não obstante a maioria do povo brasileiro ter vivido na ignorância sobre as realizações da União Soviética e o esforço desempenhado pelos seus geniais dirigentes, em virtude da opressão em que se achava (e ainda se acha) submetido, seu sentimento de justiça e de amor à liberdade, suas aspirações a um mundo livre da exploração imperialista e seu ódio ao fascismo manifestaram-se ainda mais fortemente quando a União Soviética foi agredida covardemente pelas hordas hitleristas. As grandes massas do povo brasileiro, ontem como hoje, sabiam e sabem por que os seus opressores tanto temem e caluniam, intrigam e forjam gueixas contra a pátria dos trabalhadores. Ainda mais: nosso povo, como todos os povos, compreende cada vez melhor o porquê da campanha de mentiras e de ódios, que o campo imperialista e da guerra e seus lacaios promovem contra o camarada Stálin. É porque o grande Stálin é o firme timoneiro da humanidade na luta pela paz e pelo esmagamento dos provocadores de guerra.

                                                                 A Dura Prova da Guerra
A Grande Guerra dos povos contra o fascismo, a vitória histórica da União Soviética nessa guerra, todos os acontecimentos que a ela estão ligados, só fizeram ressaltar a gigantesca figura do condutor das forças do campo da democracia e da paz e confirmar as esperanças dos povos em Stálin.
Fazendo o balanço dos resultados da guerra, em 9 de fevereiro de 1946, o camarada Stálin animava que seria injusto pensar que a segunda guerra mundial surgiu casualmente ou como resultado dos erros deste ou daquele estadista, embora admitindo que houvesse erros. E acrescentava:
“Na realidade a guerra surgiu como resultado inevitável do desenvolvimento das forças econômicas e políticas mundiais baseadas no capitalismo monopolista”. “Mas a guerra não foi apenas maldição. Foi ao mesmo tempo uma grande escola de prova e verificação de todas as forças do povo. A guerra pôs a nu todos os fatos e acontecimentos tanto na retaguarda como na linha de frente, arrancou implacavelmente todos os véus (mascaras que ocultavam a fisionomia real dos estados, governos e partidos e os colocou no palco, de face a descoberto, sem maquilagens, com os seus defeitos e virtudes”.
Assim, na dura prova da guerra, foi que o camarada Stálin pode mostrar toda a altura do seu gênio revolucionário, de líder vitorioso da luta contra o fascismo. Sábio dirigente político, mestre da ciência militar soviética, o camarada Stálin é a expressão da verdade marxista-leninista de que a estratégia militar e a estratégia política têm o mesmo fundamento, o mesmo caráter. A estratégia stalinista, o seu plano de liquidação do inimigo, foi coroado do mais completo êxito.
Naturalmente, a realização de tão gigantesca empresa não dependeu somente daquilo que tiveram de fazer o povo soviético e seu guia, no curso da própria guerra. A vitória foi fruto da capacidade de previsão, do trabalho persistente de vários anos, da fidelidade aos princípios leninistas e ao Partido e da capacidade de sacrifícios de um povo quando luta por uma causa justa.
Toda a força do regime proletário e socialista, a capacidade dirigente e organizadora do Partido de Lênin e Stálin, as qualidades do povo soviético e do seu Exército e o caráter e a sabedoria dos seus líderes, foram a viga mestra da vitória alcançada. Os líderes soviéticos, com Lênin e Stálin à frente, fundaram o primeiro Estado de operários e camponeses do mundo, defenderam-no na guerra civil e dos assaltos dos bandos imperialistas. Edificaram o regime socialista, onde a exploração do homem pelo homem está abolida para sempre, tendo uma indústria de primeira ordem, uma agricultura coletivizada e homens capazes e dedicados que o levam pela senda do comunismo. Fortaleceram a sólida amizade das nacionalidades que compõem a URSS, assim como a unidade indestrutível dos operários, camponeses e intelectuais soviéticos. Organizaram o Exército Soviético, libertador de povos, educado no espírito do internacionalismo proletário, de fraternidade dos povos e de manutenção e defesa da paz mundial.
A União Soviética se transformara, portanto, numa grande potência, em uma força econômica, política e militar de primeiro plano, num dos Estados mais poderosos da terra. Foi assim que a guerra encontrou a União Soviética, foi com esse regime avançado que o camarada Stálin conduziu os povos para a vitória e dessa forma, tornou-se o líder amado de milhões e milhões de seres humanos que lutam pela independência nacional dos seus países e pela paz em todo o mundo.
                                         A Luta Contra a Guerra e a Agressão Fascista
Mas de que forma o camarada Stálin orientou a política da União Soviética para conter o fascismo, impedir a guerra e esmagar seus fautores?
A política da União Soviética, dirigida pelo camarada Stálin, foi orientada para a luta contra o fascismo e o que ele representava, para a denúncia do perigo de guerra e da agressão, para a luta contra as bases sociais que engendram o fascismo e a guerra, para a frente única dos povos como meio capaz de derrotar os imperialistas fascistas. O fascismo era uma ameaça à paz, um sintoma de debilidade do capitalismo para governar pelo antigo método do parlamentarismo e da democracia burguesa. Em política interior era a repressão e o terrorismo mais brutal como forma de governo da burguesia, e em política exterior era a preparação de guerra, o expansionismo imperialista mais rapace, sob a máscara do nacionalismo. Toda guerra iniciada pelos agressores constitui um perigo para os países amantes da paz. Tal era a análise do camarada Stálin sobre o caráter do fascismo, tais eram os seus ensinamentos, profundos e plenos de atualidade.
A crise econômica de 1929 a 1932 havia abalado o mundo capitalista e originara febris preparativos de guerra numa série de países capitalistas, especialmente na Alemanha, onde Hitler havia chegado ao poder em 1933. A Manchúria e a China, a Abissínia e a Espanha, a Áustria e a Tchecoslováquia, iam sendo tragadas, uma a uma, na voragem da agressão. Os agentes fascistas tornavam-se cada vez mais audaciosos. Suas provocações se multiplicavam, não escondendo seus planos de domínio mundial. A União Soviética tomava medidas cada vez mais enérgicas para sua defesa. Esmagou a conspiração trotsquista—bukarinista que, a serviço dos fascistas alemães e japoneses, pretendia desmembrá-la. Obrigou os imperialistas japoneses a morderem o pó da derrota e a recuarem, quando quiseram invadir as fronteiras soviéticas em 1938 e 1939. E propunha a frente única dos povos para resistir aos fascistas, pactos e acordos capazes de defender a segurança e a paz para os povos, sua independência e integridade. Assim, a União Soviética empregou todos os esforços para evitar que os fascistas entendessem a agressão e fizessem uma guerra destruidora e sangrenta como resultou ser a segunda guerra mundial.
Mas apesar disso, da firmeza da política stalinista e dos anseios de paz dos povos, sob a capa do anti-comunismo e do anti-sovietismo, as potências fascistas agressoras prosseguiam no seu criminoso caminho de envolver a humanidade no incêndio da guerra. Isto acontecia não porque a Alemanha, o Japão e a Itália fossem mais fortes que a Inglaterra, a França e os Estados Unidos, sem falar na União Soviética. O camarada Stálin explicava que a agressão continuava pela ausência de uma frente única dos estados “democráticos” contra as potências fascistas. Com medo do povo, esses estados empurravam na prática as potência fascistas para novas agressões, particularmente para o ataque contra a União Soviética.
Por isso o camarada Stálin definiu genialmente a política da União Soviética, nesse período, de forma a desmascarar os agressores e os que faziam o seu jogo e ao mesmo tempo demonstrando que o país do socialismo defenderia de qualquer maneira a causa da paz. Afirmava então Stálin:
“Não tememos ameaças e estamos preparados para responder aos provocadores de guerra, golpe por golpe. Aqueles que desejam a paz e buscam relações comerciais conosco, terão sempre nosso apoio. Mas aqueles que tentarem atacar nosso país receberão uma esmagadora resposta que há de ensiná-los a não meter seu focinho de porco no nosso jardim soviético”.
Além do mais, o camarada Stálin advertia que o perigoso jogo político realizado pelos adeptos da “não intervenção” podia terminar num sério fracasso para eles.
Essa posição infundia nos antifascistas de todo o mundo a certeza de que a URSS era a mais consequente lutadora contra o fascismo e a guerra. Estimulados por ela, as grandes massas que lutavam para derrotar o fascismo, compreendiam que na pessoa de Stálin possuíam um guia seguro e de que a vitória, sob sua direção, seria infalível.
                                               Preparativos para a Defesa da Pátria
Acompanhando com toda a atenção o desenvolvimento da situação internacional e da guerra e seguindo uma política de paz, firme e justa, vendo o perigo crescer contra as fronteiras da Pátria socialista, o governo soviético, tendo à frente o camarada Stálin, repelia a agressão dos governantes reacionários da Finlândia e conclui a com esse país um acordo garantindo a defesa da terra soviética, de uma cidade tão importante como Leningrado. Quase ao mesmo tempo fez voltar pacificamente ao seio dos povos soviéticos os povos ucraniano, bielo-russo, letão, estoniano, lituano e moldávio, que haviam sido arrancados à força da União Soviética pelos intervencionistas estrangeiros depois da primeira guerra mundial. Desse modo, a União Soviética fortalecia-se e alargava as barreiras contra as quais iriam quebrar-se as hordas de Hitler.
Os povos do mundo podiam ver e comprovar a sabedoria política, do grande estadista soviético, do dirigente de novo tipo, que esclarecia e mobilizava as massas contra a guerra imperialista e pela liquidação do fascismo e que não mantinha ilusões sobre o fascismo.
Mas não daríamos uma idéia sequer longínqua da grandiosa importância da tarefa que coube ao camarada Stálin realizar sem recordar pelo menos sucintamente a situação política e militar que precedeu a felonia da Alemanha contra a URSS. O Eixo fascista estava em pleno apogeu. A Europa achava-se praticamente sob o tacão de Hitler. Com exceção da Inglaterra, que se mantinha em guerra contra a Alemanha, as outras nações ou haviam caído sob o seu peso ou mantinham uma neutralidade do seu interesse ou uma posição de apoio efetivo aos fascistas alemães. Os hitleristas jactavam-se de que o mundo pertenceria à raça de senhores que eram os alemães arianos. O pânico apoderava-se de certas forças chamadas democráticas que assim serviam melhor aos desígnios dos novos conquistadores. Criara-se o mito da invencibilidade dos exércitos fascistas germânicos que efetuaram quase um passeio pela Europa, graças à traição dos governos da burguesia, que preferiam vender a pátria a permitir a sua defesa pelas forças do proletariado e das massas populares dirigidas pelos comunistas. A máquina militar alemã, com a experiência de dois anos e uma mobilização completa para a guerra, com a indústria da Europa continental à sua disposição, com um poderio jamais visto, com vitórias relâmpagos sobre exércitos tão tradicionais como o da França, pretendia também levar a cabo sua “Blitzkrieg” contra a União Soviética no prazo de 6 semanas.
A 22 de junho de 1941, Hitler desfechou o ataque de surpresa contra a pátria do socialismo, com 170 divisões aguerridas. O exército alemão e as forças dos seus satélites queriam obrigar o povo soviético a render-se rapidamente. Todas as nações amantes da liberdade, todos os povos oprimidos pelo fascismo, todos os trabalhadores do mundo que odeiam o fascismo colocaram imediatamente suas esperanças na pátria socialista. Todos podíamos compreender que se jogava naqueles instantes a sorte do socialismo e com ela a de toda a humanidade avançada. E qual era a resposta do camarada Stálin, como falava ele a seu glorioso povo e aos povos do mundo?
O camarada Stálin dizia profeticamente:
“A guerra contra a Alemanha fascista não deve considerar-se uma guerra corrente. Não é somente uma guerra entre dois exércitos. É ao mesmo tempo a grande guerra de todo o povo soviético contra as tropas fascistas alemãs. Nossa guerra pela liberdade da Pátria se fundirá com a luta dos povos da Europa e da América por sua independência e pelas liberdades democráticas. Será uma frente unida dos povos que lutam pela liberdade e contra o subjugamento e a ameaça de subjugamento pelos exércitos fascistas de Hitler”.
Desde o seu início a segunda guerra mundial tomara a fisionomia de uma guerra dos povos contra o fascismo, pela independência e pela liberdade dos povos. A participação da União Soviética nessa guerra só podia acentuar seu caráter libertador. Os hitleristas não passavam dos mais ferozes e cruéis imperialistas já conhecidos pela humanidade, um bando de assassinos que sob as ordens dos barões feudais e grandes capitalistas alemães queriam avassalar o mundo e impor aos povos uma ideologia racista e anti-democrática, hedionda e bárbara. Os hitleristas faziam uma guerra de extermínio contra povos e nações que não pertenciam à raça alemã e que se opunham aos seus desígnios miseráveis.
O traiçoeiro ataque dos fascistas deu-lhes vantagens iniciais. A despeito de perdas imensas ocasionadas pela resistência do Exército e do povo soviético, lograram avançar para o interior do território da URSS. O camarada Stálin jamais duvidou da vitória e chamou o povo soviético a formar guerrilhas, a lutar até a morte contra os bárbaros invasores alemães. Demonstrando que a história nunca, em tempo algum, havia registrado a existência de exércitos invencíveis, o camarada Stálin sabia o quanto havia de falso e de aventureiro nos planos alemães, pois distanciava seus exércitos de suas bases e levava-os a lutar em um país cujo povo havia se erguido para defender sua pátria. Ridicularizava ao mesmo tempo os intelectuais pequeno-burgueses assustados e os cabecilhas fascistas, afirmando que o leão não é tão feroz como o pintam, que Hitler se parecia a Napoleão como o gato a um leão. O camarada Stálin infundia dessa maneira confiança aos combatentes do heróico exército soviético, que tinha sobre seus ombros a tarefa histórica e sagrada de sepultar as jactanciosas pretensões de Hitler e dos imperialistas alemães.
                                              A Superioridade do Exército Soviético
O fortalecimento e a consolidação da unidade, da coalizão anti-fascista, eram preocupações centrais do camarada Stálin. Não se cansava de mostrar, pelo desenvolvimento da própria guerra, que os recursos e as vantagens políticas das Nações Unidas, recém-organizadas, eram superiores aos do hitlerismo. As diferenças do sistema não impediam, como de fato não impediram, que elas, colaborassem para a derrota militar do Eixo fascista e que a justa e correta utilização desses recursos e vantagens indispensáveis para esse esmagamento, também seriam, no seu entender, realizadas com êxito pelos demais dirigentes da coalizão na luta pela libertação dos povos da tirania germano-fascista.
O camarada Stálin observava que os hitleristas fundamentavam os seus cálculos para derrotar a União Soviética em tempo recorde, em três condições.
A primeira era isolar a União Soviética, formar uma união da Alemanha, dos Estados Unidos e da Grã Bretanha. Esperavam, para isso, amedrontar mais uma vez os círculos governantes dessas potências com o fantasma da revolução, do bolchevismo. Para concluir esse plano Hitler enviou o seu lugar tenente Hess a Londres, de pára-quedas. Mas essa tentativa falhou redondamente, porque a União Soviética encontrou aliados cada vez mais firmes nos povos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos.
A segunda condição sobre a qual baseava suas pretensões o sanguinário tirano nazista era a suposta falta de solidez da retaguarda soviética, que, segundo os velhos inimigos da URSS, os raivosos agentes do imperialismo de todos os tempos, viria a baixo, com qualquer golpe sério ou revés infringido ao exército soviético. O camarada Stálin responde que tais golpes, longe de terem conseguido a ruptura da retaguarda soviética, converteram-se num sólido campo armado, consolidaram ainda mais a amizade dos operários e camponeses da URSS e de toda a família dos povos soviéticos, que apoiavam, apóiam e apoiarão de forma inabalável as forças armadas defensoras da pátria socialista.
A terceira fonte de especulação da estratégia hitlerista residia na falsa lenda de que o Exército Vermelho e a Marinha Vermelha eram débeis, e que seriam postos em fuga e dispersados logo aos primeiros ataques e golpes dos invasores fascistas. Mas ficou provado que isso não passava de um sonho dos inebriados chefetes fascistas. Forjado pela Revolução de Outubro, organizado por Lênin e Stálin, destinado a defender as conquistas da revolução e a pátria dos trabalhadores, o exército soviético possuía uma tempera especial, engendrada pela idéia da defesa da Pátria e de libertação dos povos oprimidos, coisa que não conhecia nem podia conhecer o exército fascista, criado para oprimir, pilhar e saquear seu próprio povo e os demais povos.
Apesar de ter de enfrentar tal exército, as forças armadas soviéticas revelaram a capacidade de combate, dos seus soldados e comandantes, seu heroísmo, a supremacia, de suas armas, a alta classe da estratégia stalinista. Aos brados de “Por Stálin!” “Pela Pátria!”, os soldados soviéticos cobriam de glória a história de seu povo.
Logo aos primeiros embates, o mito da invencibilidade dos exércitos nazistas caiu por terra, a guerra relâmpago passou para a categoria das mentiras da propaganda nazista e ninguém mais nela acreditou. As vantagens da surpresa do ataque eram temporárias e foram logo superadas. Após a vitória dos exércitos soviéticos na batalha de Moscou, o camarada Stálin dizia:
“Agora a sorte da guerra não será decidida por um elemento provisório como a surpresa, senão por fatores de ação permanente: a solidez da retaguarda, a moral do exército, a quantidade e qualidade das divisões, o armamento do exército, a capacidade dos comandos do mesmo”.
Esta tese era uma enorme contribuição de Stálin para o desenvolvimento da ciência militar soviética e tornou-se decisiva para o resultado da guerra.
Depois da derrota de Moscou o inimigo já não tinha condições para compreender a ofensiva em todas as frentes. Sua superioridade em homens e materiais desaparecia e ele só podia conservar a iniciativa do ataque numa única direção. Mas essa possibilidade se devia também ao fato de que a União Soviética e o seu exército suportavam sozinhos o peso principal da luta, de que não havia uma segunda frente na Europa, pois nem a Inglaterra nem os Estados Unidos possuíam os seus exércitos no ocidente europeu, para aliviar a tremenda pressão exercida pela Alemanha e seus satélites contra o Exército Soviético.
Era impossível disfarçar ou esconder que a ausência da 2.ª frente na Europa permitia aos exércitos alemães, italianos, romenos, húngaros, finlandeses, espanhóis que atacavam a União Soviética, colocar em perigo o futuro da guerra. Essa era uma questão militar e política de alta relevância, decisiva. Por isso o camarada Stálin tanto se empenhou para que os aliados abrissem a 2.ª frente, pois esse seria não somente o cumprimento de solenes compromissos tomados pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, como seria o meio mais rápido e eficiente de acabar com a guerra, pela derrota completa dos nazistas alemães, que não poderiam suportar por muito tempo a luta em duas frentes. Com os exemplos da primeira guerra mundial, o camarada Stálin mostrava que militarmente essa medida seria, como foi, a única capaz de colocar fora de combate sem mais delongas o inimigo comum. E como questão política, o camarada Stálin colocava perante os povos a necessidade de se mobilizarem para pressionar os círculos governantes anglo-americanos que a olhos vistos nada faziam para concretizar a 2.ª frente. Churchill tudo fez no sentido de evitar a abertura da 2.ª frente, na Europa Ocidental. Já conta com o traidor Tito para invadir os Bálcãs, e assim antepor-se ao avanço dos exércitos soviéticos, segundo revelou o processo contra os espiões Raek e Prankov. Stálin previra que apesar de tudo a 2.ª frente seria aberta e que a Alemanha se veria sob o fogo cruzado das forças da coalizão anti-fascista, até cair de joelhos e render-se incondicionalmente.
Hitler continuava seu sonho de ocupar Moscou. Desta vez, atacando pelo Sul, pensava alcançar a capital soviética pela retaguarda, liquidar a resistência soviética e então colocar o país socialista fora de combate. Stálin, prevendo o plano fascista, deu ordens para a defesa de Stalingrado.
A vitória soviética de Stalingrado, orgulho da causa anti-hitlerista, marca a viragem política e militar do curso da guerra.
Numa guerra sem paralelos na história, dizia o camarada Stálin:
“Stalingrado foi a maior batalha da história da guerra e nela os valentes soldados, combatentes e chefes do heróico Exército Soviético, assentaram os sólidos alicerces para a vitória sobre os exércitos fascistas alemães”.
Nessa batalha a ciência militar soviética, a direção militar stalinista, demonstraram sua superioridade sobre a estratégia e a tática alemãs. A respeito destas, dizia o camarada Stálin:
“sua estratégia é deficiente, pois, como regra geral, subestima as possibilidades e as forças do adversário e sobreestima suas próprias forças. Sua tática é uma tática “clichê”, já que trata de enclausurar os acontecimentos da frente em tal ou qual artigo do regulamento’.
Mais tarde, em fevereiro de 1946, na resposta ao coronel Razin, do Exército Soviético, a respeito de Clausewitz e da ciência e da ideologia militares da Alemanha, o camarada Stálin aconselhava:
“Estamos obrigados, do ponto de vista dos interesses de nossa causa e da ciência militar de nosso tempo, a fazer a crítica não somente de Clausewitz, senão também de Moltk e Schliefen, Ludendorff, Keitel e outros representantes da ideologia militar da Alemanha. Nos últimos trinta anos a Alemanha impôs ao mundo por duas vezes uma guerra sangrenta e em ambas as vezes acabou vencida”.
Ressaltava Stálin que esse fato não era casual, que isso significava que a ideologia militar alemã não havia resistido à prova, que era necessário acabar com o respeito imerecido às autoridades militares alemães e que para isso era preciso fazer a crítica desses ideólogos, especialmente por parte dos vencedores da Alemanha, os militares e chefes soviéticos. E acrescentava:
“No que se refere em particular a Clausewitz, ele, claro está, envelheceu como especialista de autoridade militar. Clausewitz foi em suma um representante do período manufatureiro da guerra. Mas agora estamos no período da guerra de maquinárias. É indiscutível que o período da maquinaria exige novos ideólogos militares. Seria ridículo agora aceitar as lições de Clausewitz”.
A batalha de Stalingrado e a crítica que faz da ideologia militar alemã, de sua estratégia e táticas, nos dão por inteiro o retrato do camarada Stálin como chefe militar, como gênio da arte da guerra. No trabalho sobre “A estratégia e a tática dos comunistas russos” o camarada Stálin já havia ensinado que
“a arte da condução da guerra nas condições atuais consiste em dominar todas as formas da guerra e todos os avanços da ciência nesse terreno, em empregá-los sensatamente, como combiná-los inteligentemente ou utilizar uma ou outra destas formas de acordo com a situação”.
Inspirados e orientados por Stálin, os exércitos soviéticos realizaram esse histórico feito militar, com a bravura e a tenacidade que causaram a admiração de todos os povos do mundo. Em Stalingrado o inimigo foi cercado e aniquilado completamente. Dizem os técnicos militares que Stalingrado é um novo Cannes, de maiores proporções e muito mais completo, porque reduziu à impotência mais de 300.000 homens do inimigo e destruiu um arsenal de guerra espantoso, com repercussões políticas de enorme significação.
                                      Vitórias Diplomáticas e Militares Stalinistas
A situação militar modificava-se. As forças armadas soviéticas passaram à ofensiva não só no inverno como no verão. A última tentativa de ofensiva alemã no saliente de Kursk foi desbaratada. A Alemanha marchava para a catástrofe. Das terras soviéticas foram varridos os invasores nazistas. A Romênia, a Bulgária, a Hungria e a Finlândia depuseram as armas. A Iugoslávia havia recebido a ajuda decisiva dos exércitos soviéticos. A Polônia e a Tchecoslováquia foram libertadas. As nações satélites juntaram-se para combater a própria Alemanha ao lado da URSS Isto indicava, de modo indubitável, que a União Soviética sozinha e sem a assistência militar dos seus aliados, tinha todas as condições de esmagar o hitlerismo, ocupar a Alemanha e libertar toda a Europa continental.
A 2.ª frente, em face dessa situação, foi finalmente aberta. Atacada em duas frentes, a Alemanha de Hitler não teve outro remédio senão render-se incondicionalmente, de acordo com as estipulações das forças aliadas. Vencendo a desesperada resistência inimiga, os gloriosos soldados soviéticos atravessaram o Oder, cercaram e tomaram de assalto a capital alemã. Em 8 de maio de 1945 Stálin anunciava ao mundo que a bandeira vitoriosa dos povos tremulava em Berlim, último reduto da Alemanha de Hitler.
Mas não devemos esquecer que o camarada Stálin, dirigindo os forças armadas soviéticas, orientava também a política externa soviética. Ele conduzia as forças aliadas para o contínuo reforçamento da cooperação militar e concomitantemente traçava as linhas mestras da conduta a ser seguida quanto à Alemanha e decisões relativas aos problemas econômicos e políticos da Europa libertada. Repetia que ao contrário de Hitler, que desejava destruir os outros povos e seus estados, o povo soviético e seu exército não queriam destruir o povo alemão nem o seu Estado. Esses não podiam ser confundidos com Hitler, que era um fenômeno passageiro na vida do povo alemão, que como povo não podia nem devia ser destruído. O camarada Stálin havia aplicado esta sábia política quando transformou os antigos satélites da Alemanha em aliados para a luta contra o hitlerismo. Foram elaborados diversos tratados com os Estados Unidos e a Inglaterra, como o de Teerã, o de Ialta e o de Potsdam, que constituíram a diretiva política justa para vencer a guerra e tratar a Alemanha vencida e o fundamento para uma política de cooperação no após guerra das forças aliadas vitoriosas, com o objetivo de assegurar a paz para todos os povos. Firmou com a Polônia, antes da tomada de Berlim, um tratado de amizade e cooperação, modelo para as relações entre os povos no após guerra e que representava um substancial reforçamento da frente única das Nações Unidas.
Consequente na guerra anti-fascista, fiel aos compromissos assumidos, aliada leal e desinteressada, 3 meses após a derrota da Alemanha, a União Soviética entrou na guerra contra o Japão militarista e feudal, velho agressor do povo soviético e contínua ameaça à sua segurança e independência. Em poucos dias de ofensiva do Exército Soviético contra as melhores e mais numerosas forças do Exército japonês do Kuantung na Manchúria, a resistência do Japão foi quebrada e ele teve de capitular incondicionalmente.
                                                            Nossa Dívida a Stálin
A segunda guerra mundial terminou portanto com a destruição militar e política dos agressores, o que levou o camarada Stálin a anunciar que a União Soviética podia considerar-se livre da ameaça da invasão alemã no ocidente e da invasão japonesa no oriente. “Chegou a paz largamente esperada para os povos de todo o mundo”? proclamava o camarada Stálin.
A causa da humanidade civilizada, do socialismo, da independência dos povos, foi assim vitoriosa. Essa vitória de importância histórica mundial, nós a devemos à União Soviética e ao seu povo que imolou mais de 16 milhões de vidas preciosas em favor da libertação da humanidade. Nos a devemos ao regime socialista soviético e ao Partido Bolchevique, que inspirou e vanguardeou, na base do verdadeiro patriotismo, desse patriotismo que não conhece ódios de raças e nações e sim a amizade e a fraternidade entre os povos, as façanhas heróicas dos seus combatentes e guerrilheiros. Nós a devemos à vitalidade da economia soviética, de sua indústria socialista e de seu regime kolkosiano, que abasteceram, com uma técnica de primeira ordem, de armas e alimentos, as forças armadas soviéticas. Nós a devemos à firme e indestrutível unidade do povo soviético, ao regime socialista, que desenvolve o bem estar material e cultural da grande família de nações que dele formam parte voluntária e que cimentava cada vez mais a sua unidade política. Nós a devemos à alta classe dos seus comandantes, quadros militares educados e forjados na grande escola do patriotismo soviético, do Partido de Lênin e de Stálin, na ciência militar mais avançada de nossos dias, a ciência militar soviética. E sobretudo, nós devemos a vitória ao gênio do camarada Stálin, que foi seu artífice principal, que é a maior encarnação viva das qualidades do povo soviético, do regime socialista e do seu Partido, e o herdeiro e continuador do grande Lênin.
Confiando no povo e apoiando-se nele, dirigindo um Partido tão poderoso como o Partido Bolchevique, tendo construído um Estado de  novo tipo, superior em todos os aspectos a todos os outros estados conhecidos, comandando um exército da qualidade e combatividade do Exército Soviético, dominando a teoria marxista-leninista e a arte militar soviética e desenvolvendo-as de maneira genial, como um grande mestre, a obra do camarada Stálin na grande guerra contra o fascismo, tornou-se imorredoura.
O povo brasileiro que esteve tão ameaçado, naquela fase negra, de perder completamente sua independência e sua soberania, que soube patrioticamente colocar-se ao lado da União Soviética e das demais nações que lutavam pela sua liberdade, que participou com uma Força Expedicionária das batalhas do Sul da Europa, que sacrificou mais de um milhar de filhos para salvaguardar sua honra nacional, jamais esquecerá o papel da União Soviética na guerra e a figura do seu genial comandante.
As esperanças do nosso povo oprimido também foram justificadas. E ontem como hoje podemos dizer com orgulho: Glória a Stálin, artífice da vitória contra o fascismo, campeão da luta pela paz mundial!
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“Nação é uma comunidade estável, historicamente formada de idioma, de território, de vida econômica e de psicologia, manifestada esta na comunidade de cultura.”
Stálin