Luciana, que é deputada federal pelo estado de Pernambuco, foi eleita presidenta nacional pela maioria dos votos da direção do Comitê Central.

“O rico legado deixado pelo presidente Renato Rabelo e o clima de confiança e responsabilidade coletiva demonstrado nos debates dão ao Comitê Central a segurança de saudar e ratificar tal decisão, que por muitos méritos é histórica para o PCdoB”, afirma a resolução do Comitê Central, que também aprovou o nome de Walter Sorrentino como vice-presidente.

Muito aplaudida pelo plenário, em seu primeiro discurso como presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos destacou: “Somente o socialismo é capaz de sustentar a soberania da Nação e a valorização do trabalho, no esforço comum de edificação de um país soberano, democrático, solidário… Apenas o socialismo é capaz de se contrapor aos valores inspirados pelo capitalismo. Neste momento em que a disseminação do ódio, da intolerância e de preconceitos das mais diversas origens se manifesta com vigor na nossa sociedade é preciso termos claro que só o socialismo é capaz de fazer contraposição ao individualismo e a todas as mazelas atreladas à lógica do lucro e da busca desenfreada pelo capital”.

Quem é Luciana

A deputada federal Luciana Santos ocupava a vice-presidência do PCdoB desde novembro de 2009, quando foi eleita no 12º Congresso. Ela integra o Comitê Central desde 2001. Formada em engenheira elétrica, Luciana vem de uma família progressista, na qual seu pai se destacou com larga militância comunista. Tem uma trajetória de dedicação ao PCdoB.

Tem 49 anos de idade, 30 de militância política, e 27 anos de militância no PCdoB, oriunda da escola da militância juvenil. Concorreu pela primeira vez a um cargo público, em 1992, como candidata a vereadora em Olinda. Assumiu dois mandatos de deputada estadual em Pernambuco. Em 2000 foi eleita prefeita de Olinda, e reeleita em 2004 no primeiro turno.

Assumiu a secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do estado, em 2009. Eleita deputada federal em 2010 e reeleita em 2014, assumiu a liderança da bancada comunista já no segundo ano de seu primeiro mandato.

Rumos

A resolução também referendou as decisões aprovadas pelos 324 delegados participantes da 10ª Conferência Nacional do PCdoB.

“As resoluções adotadas na 10ª Conferência Nacional verificam a vontade e a linha de ação dos comunistas para forjar uma ampla frente de forças políticas e sociais, democráticas, patrióticas e progressistas com o papel destacado da esquerda, em defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma; contra a corrupção e pelo fim do financiamento empresarial de campanhas eleitorais; em defesa da Petrobras, da engenharia e economia nacional, e pela retomada do crescimento econômico, garantia dos direitos trabalhistas e sociais”, enfatiza a resolução.

Além das lideranças do partido, como o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo; as líderes de bancada na Câmara e no Senado, Jandira Feghali e Vanessa Grazziotin, respectivamente; do vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira, a mesa de encerramento da conferência contou com a participação do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e do líder do governo na Assembleia de Pernambuco, Waldemar Borges (PSB).

O ministro Aldo Rebelo fez uma análise sobre o atual momento da política brasileira. “Eu olho para o horizonte do nosso partido e do nosso país, em meio as turbulências da conjuntura atual, com muito otimismo porque olho também para o passado. Vejo algo confortador que é a capacidade dessa democracia resistir aos seus impetuosos inimigos. Se ela não resistisse ela não seria digna desse nome”, destacou o ministro.

Para Aldo, a democracia resiste a todas essas turbulências internas e externas, “dos que procuram sabotar não os defeitos, que são grandes, mas as virtudes desse processo democrático, principalmente as virtudes que ampliam a soberania do país”.

Ele completou: “Devemos analisar este processo também como uma prova do que está sendo construído, que se demostra forte. Portanto, olhemos para o futuro que vai sendo construído com as provas do presente, mas, principalmente, com os êxitos do passado. O futuro será possível porque esse presente tornou possível com a nossa luta”.

Homenagem a Renato

A conferência também fez uma justa homenagem ao dirigente Renato Rabelo que passa o cargo para Luciana Santos que fez questão de ressaltar os avanços obtidos pelo PCdoB sob a direção de Renato.

Luciana “Recebemos das tuas mãos um Partido Comunista forte e influente, contemporâneo… Recebemos um partido que constrói, zela, defende sua unidade de ação, pois sabe que ela é uma das principais condições de sua força”, pontuou a presidenta do PCdoB. Finalizando, Luciana completou: “Tuas atitudes, Renato, demonstram a essência, a matéria de que és constituído”.

A homenagem a Renato Rabelo, que ocupou a presidência do PCdoB de 2001 a 2015, também contou a presença de familiares e com a apresentação de um vídeo resgatando a sua trajetória de luta à frente do partido.

Sob o coro da música “Canção da América”, de Milton Nascimento, cantado pela sambista Leci Brandão, que é também deputada estatual pelo PCdoB de São Paulo, o plenário aplaudiu de pé Renato Rabelo.