CEZAR XAVIERPUBLICADO EM 16.06.2015

A Sociedade Amigos de Lênin (SAL) reuniu-se, nesta segunda-feira, 15, para discutir agenda de debates e publicações sobre a contribuição de Lênin para o processo revolucionário de 1917.

A reunião contou com a participação de João Quartim de Moraes, Augusto Buonicore, Rita Coitinho, Marly Viana, Lígia Maria Osório e do coordenador Aloísio Sérgio Barroso.

Buonicore lembra que esta é a segunda reunião da SAL com seus coordenadores gerais. A pauta discutiu a participação do coletivo nas comemorações do centenário da Revolução Russa, a se completar em 2017. |Até lá, queremos discutir seminários e debates, em especial, sobre a participação de Lênin”, afirmou o secretário-geral da Fundação Maurício Grabois, responsável pelo Centro de Documentação e Memória.

De acordo com Barroso, a reunião leva adiante a agenda apresentada e debatida sob o “guarda chuva” da comemoração dos cem anos da Revolução de Outubro, que vem sendo discutida no Partido. “Dentro dessa ideia para 2017, vamos realizar debates nos estados, e uma publicação com textos inéditos para 2016, abordando os pontos relativos a Lênin e sua contribuição para o socialismo na União Soviética. Os temas que dizem respeito aos direitos trabalhistas e sociais, os direitos das mulheres, a questão dos nacionalismos, toda essa temática será vinculada à contribuição teórica de Lênin e o desenvolvimento dela na construção do socialismo”, acrescentou.

A doutoranda em geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Rita Coitinho, por sua vez, destaca a importância dessa agenda trazer de volta ao debate “a proeminência da figura do Lênin”. “Na academia, nas universidades, nos estudos históricos se fala muito da Revolução Russa e da União Soviética, se fala de conceitos originais de Lênin, mas se omite o autor. A partir dessas atividades, queremos estimular a releitura e trazer o interesse de volta, assim como a reinterpretação e reatualização desses conceitos”, afirmou. Rita espera poder contribuir com estudos em que se especializa, como a teoria do imperialismo e do partido, tanto quanto agregar conhecidos interessados em Lênin.

Conforme defende Lígia, os cem anos da Revolução Bolchevique é uma oportunidade para lançar publicações, discutir, atualizando, não só a contribuição do Lênin para a revolução, mas também os problemas da revolução que se desdobraram ao longo do século XX. “Discutir a grande contribuição de Lênin no sentido de mostrar a importância das lutas de libertação nacional, que foram a tônica do que ocorreu após a Primeira Guerra Mundial. E os problemas de não completude de alguns aspectos da revolução, como a emancipação das mulheres que avançou muito, mas que houve aspectos que não foram resolvidos”, pontuou.

Ela ressaltou o fato de Lênin ter sido um pensador prolífico e, ao mesmo tempo, um ator político. “Seus escritos mudam, se transformam, ele faz autocrítica por conta das condições objetivas da histórica que se transformam”, disse Lígia.