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Sorrentino: “a Grabois é um espaço do pensamento marxista e progressista no país”

2 de julho de 2024

Entrevista exclusiva concedida pelo novo presidente da FMG, Walter Sorrentino, ao Portal Grabois.

Desde abril de 2024, a Fundação Maurício Grabois está sob nova direção. O novo presidente da entidade é Walter Sorrentino, que também acumula a vice-presidência nacional do PCdoB. Nesta entrevista exclusiva para o Portal Grabois, Sorrentino conta um pouco do que a nova gestão está preparando para o próximo período. Entre as novidades está a criação dos Grupos de Acompanhamento e Pesquisas, instrumento organizativo voltado para a atualização do programa socialista do PCdoB para o Brasil.

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Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida por Walter Sorrentino ao Portal Grabois.

Walter, como você avalia esse primeiro mês como presidente da FMG?

Neste primeiro mês de mandato buscamos fazer um reconhecimento do estado da arte no panorama da luta de ideias. Em recente artigo publicado neste Portal, eu dizia que estamos vivendo uma época de grandes crises e transformações das sociedades. É uma evidência que se carece de desenvolvimentos do marxismo e de formulações estratégicas para ultrapassar os atuais limites da luta das esquerdas e forças progressistas. Daí se formulou uma reconfiguração do plano político de trabalho da Grabois. Ouvimos os coletivos envolvidos e constituímos projetos novos, ao lado de dar continuidade ao rico acervo de projetos já existentes.

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Uma das suas primeiras iniciativas foi a construção dos GAPs. Pode explicar melhor do que se trata?

Sim, os Grupos de Acompanhamento e Pesquisas (GAPs) estão entre as principais inovações. Voltam-se para um esforço decidido de estudo e elaboração estratégicas, no plano teórico e político concreto. Vamos reunir os saberes interdisciplinares marxistas e progressistas de forma sistemática sobre o Brasil e o mundo, a economia, a política, a sociedade e as formas da consciência social. São 7 corpos temáticos em investigação, mais uma Comissão voltada para as Tendências de desenvolvimento da teoria do marxismo. Teremos em conta as necessidades de enriquecer a teoria socialista e a economia do planejamento, em especial aplicada ao nosso país, por via de um novo projeto nacional.

O que é importante compreender nesse trabalho – aliás, de todo o centro do trabalho da Grabois – é seu espírito de práxis transformadora. No caso, estará voltado para a atualização do programa socialista do PCdoB para o Brasil. Mas, como dizemos, a Grabois é um espaço do pensamento marxista e progressista no país, portanto o debate será amplo, dentro e fora de nossas fileiras, para atualizar a leitura do país, suas contradições estruturais, as classes em luta, o caráter do Estado Nacional, óbices e potencialidades da luta por abrir caminho a um novo ciclo de desenvolvimento com autodeterminação e soberania, sob um regime de democracia popular e nova escala de direitos sociais, civis e humanos.

Em verdade, o que queremos é revigorar a disputa política pelas opiniões avançadas em sustentação a esse novo projeto nacional e do lugar do Brasil no mundo. Quer dizer, é uma luta de ideias eminentemente política, de intervenção concreta na realidade em curso e de soluções originais aos problemas do Brasil numa perspectiva desenvolvimentista. 

Você está reformulando a comunicação da FMG. O que vem de novo por aí?

A comunicação é um elo decisivo desse esforço. O Portal, a TV Grabois, a Revista Princípios, os EADs, a Escola Nacional, a memória, enfim, todo o trabalho da Grabois tem que chegar à extensa base de centenas de milhares de filiados do PCdoB, como também dos ativistas e lutadores da esquerda política e social, da intelectualidade progressista do país. Hoje ela está muito restrita. Será o maior investimento da nova gestão. Todos sabemos que na Comunicação reside um dos pontos fortes da extrema-direita no país, nós temos que reacumular forças nesse terreno e essa é uma coisa que cada militante ou ativista pode e deve contribuir. O que vamos fazer é promover um choque de oferta de produtos de opinião qualificada, no formato digital, para possibilitar maior difusão. 

Nesse breve período você já fez algumas importantes reuniões como a da semana passada com os dirigentes da Universidade do Povo da China.  Podemos esperar mais parcerias internacionais com a FMG?

A reunião com a RUC foi muito importante, enriquecerá o fazer político e teórico da Grabois. Deverei ir à China em dezembro para avançar nas consequências do que foi acordado. Na ocasião assinaremos também convênios com duas outras Universidades. Já temos um protocolo de entendimento com o PC cubano e vamos formular algo para entendimentos com o PC do Vietnã. Isso no plano internacional. Mas estamos atentos para convênios, parcerias, colaborações, patrocínios com instituições e entidades nacionais. Aliás, o próprio GAP é um instrumento possível para isso.

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