A ciência das pesquisas eleitorais
Uma das grandes dificuldades na análise das pesquisas – como em qualquer tema complexo – é conseguir identificar a linha principal em meio ao emaranhado de variáveis que constituem o universo.
Os mineiros Instituto Sensus e Vox Populi foram os primeiros a identificar corretamente esse fato-chave, comprovando sua superioridade analítica sobre os outros dois grandes, IBOPE e Datafolha.
Perceberam que havia uma ligação quase total do voto em Dilma Rousseff e da percepção do eleitor de que ela era a candidata de Lula. A partir dessa análise, ambos os Institutos puderam bancar desde o começo do ano o favoritismo da candidata. Mesmo quando colocados sob fogo intenso do Globo e da Folha, em nenhum momento relutaram em reafirmar sua opinião – que, agora, revela-se plenamente correta.
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Do lado do IBOPE, a nota destoante foi de seu presidente Carlos Augusto Montenegro que, no ano passado, emitiu projeções definitivas sustentando a impossibilidade de vitória de Dilma. Baseava-se em apenas uma eleição similar à atual para tentar determinar um padrão – uma irresponsabilidade analítica que comprometeu o nome do seu instituto.
Do lado do Datafolha, houve uma pesquisa extemporânea que atropelou a tendências de todas as demais pesquisas – que apontavam crescimento sistemático da candidatura Dilma. De repente, a distância que a separava da candidatura Serra deixou de cair, Serra abriu 10 pontos de vantagem – que não se sustentaram duas pesquisas depois.
A explicação é que o fim das enchentes de São Paulo tinham melhorado a percepção de Serra… junto aos eleitores gaúchos – onde o Instituto identificou as maiores mudanças de voto (não confirmadas pelas pesquisas posteriores).
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Pela pesquisa de ontem, três quartos dos eleitores já sabem que Dilma é candidata de Lula. Portanto, ela ainda tem espaço para crescer em um quarto do eleitorado – ou 25%.
De junho de 2009 a junho de 2010, a probabilidade voto em Dilma cresceu de 13% para 35%. Os que não votariam nela de forma alguma caíram de 34% para 23%.
Nesse mesmo período, a probabilidade dos que votariam em Serra passou de 2% para 28%; e os que não votariam de forma alguma passou de 25% para 30%.
Enquanto Serra caí, aumenta o percentual dos que poderiam votar em Marina Silva – de 17% em junho passado para 27% em março e 36% agora.
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Gradativamente vai caindo o peso de Lula na definição de voto: de 53% que, em março, votariam no seu candidato, para 48% agora, ainda um patamar bastante elevado. Mas os que não votariam de forma alguma no seu candidato permaneceram em 10%.
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Fonte: Luis Nassif Online