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    Vão, minhas canções, vão simbóra que este pilati nem vale cem pilas é só um ninguém cravejado de agravos e decepações vão, vão lutar10 rounds com jesus cristo vão rebentar a teia e a manha do homem-aranha vão levar a pedra pra riba do aclive vão fundar um vértice cheio de artifícios festejar a insanidade […]

    POR: Alexandre Pilati

    2 min de leitura

    Vão, minhas canções,
    vão simbóra
    que este pilati
    nem vale cem pilas
    é só um ninguém
    cravejado de agravos
    e decepações

    vão, vão lutar10 rounds
    com jesus cristo
    vão rebentar a teia
    e a manha
    do homem-aranha

    vão levar a pedra
    pra riba do aclive
    vão fundar um vértice
    cheio de artifícios
    festejar a insanidade
    do tio sam
    numa cerimônia vodu

    vão, vão acabar
    com as pretensões
    do poeta nacional
    e dizer: “era uma vez,
    tem mais não!”
    vão sorrir seus molares
    de nitroglicerina
    e confetes

    vão, minhas canções,
    e ofereçam sexo barato
    na estrada aos viajantes
    ofereçam perdão aos padres
    eles não sabem o que fazem

    vão, vão simbora
    ser camisa de força
    para os crânios
    mais escrotos
    vão pular pela janela
    se afogar a fórceps
    no paranoá

    vão iluminar
    com plumas e paetês
    o corpo dos mendigos
    que vivem em nossos romances
    vão cobrir os olhos
    dos pobres com lantejoulas
    para ver se eles brilham
    no escuro

    vão descobrir enfim
    por que a Folha de São Paulo
    jamais entenderá
    os mil homens
    que me tornei

    vão, que eu fico
    por aqui palitando
    os versos e morrendo
    de amores pelas maiores
    maldades que cometi