À frente Ministério do Esporte há dois anos, Aldo Rebelo (PC do B-SP) enfrentou o desafio de organizar a Copa do Mundo de 2014 sabendo que sofreria pressões, críticas e a desconfiança sobre a real capacidade de o Brasil sediar um megaevento esportivo mundial.

Seu nome teria sido mal recebido pela direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Internacional de Futebol (Fifa) por ter presidido a CPI da CBF-Nike no Congresso. Ele, no entanto, encarou a missão e permaneceu no cargo a pedido da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, deixando de lado o projeto de se candidatar ao governo de São Paulo no ano que vem.

A poucos meses da Copa, o ministro – torcedor do Palmeiras, de São Paulo, e do CRB (de Alagoas, onde nasceu) – garante que organizar a Copa do Mundo não tem mistério, apenas exige muito trabalho. E diz confiar que os jogos ocorrerão sem manifestações e violência.

Como estão os preparativos para a Copa do Mundo? Há muito por fazer ainda?

A Copa tem duas infraestruturas básicas. A primeira, que é a esportiva, são os estádios. Das arenas, seis foram entregues para a Copa das Confederações. Das outras seis, duas ficarão prontas em dezembro e serão entregues em janeiro: a de Manaus e a de Natal. Creio que a de Porto Alegre vai ser entregue em janeiro, na de Curitiba houve um atraso, mas ela deve ficar pronta em fevereiro ou março. A do Corinthians será entregue na primeira quinzena de abril e a de Cuiabá, que também atrasou, deverá ficar para o começo de fevereiro. Mas todos os estádios ficarão prontos para a Copa de 2014.

Outra infraestrutura básica está relacionada às obras de mobilidade urbana, obras aeroportuárias e portuárias, que também estão recebendo melhorias e ampliações. Essas estão todas em andamento. A infraestrutura aeroportuária projetada para junho e julho de 2014 é quase o dobro da demanda projetada para a mesma época. O que temos como objetivo nos aeroportos é melhorar a operação, porque a capacidade que temos é grande. O que precisamos é melhorar é a operação, como a mobilidade do passageiro dentro do aeroporto, no momento em que ele chega para embarcar ou no momento em que o avião pousa até a saída do passageiro do aeroporto. É isso que estamos empenhados em melhorar. As obras de mobilidade urbana, como VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), metrô, avenidas, viadutos, alças de acesso entre as vias de trânsito nas cidades-sedes também serão entregues às vésperas da Copa do Mundo. As outras que não tiveram prazo de entrega até a Copa foram retiradas da matriz de responsabilidade.

Muitas obras ficaram para trás?

Ficaram para trás algumas vias em Porto Alegre (RS), que não tiveram tempo hábil para ser entregues. O VLT de Manaus (AM) e de Brasília (DF) também deixaram de constar na matriz de responsabilidade. Mas, mais de 90% das obras previstas permaneceram e serão entregues. Em São Paulo, as obras estão quase todas situadas na Zona Leste da cidade, ou seja, são obras que facilitam o acesso e o deslocamento para o estádio do Corinthians. Estão todas em curso. O aeroporto de Guarulhos também recebeu muitas melhorias e já é possível perceber que a operação do aeroporto melhorou bastante. O de Campinas também está em obras.

Quando o sr. foi indicado para o Ministério do Esporte comentou-se que os membros da CBF e da Fifa rejeitaram o seu nome pelo fato de o sr. ter presidido a CPI da CBF-Nike. Como é a sua relação com os membros dessas entidades?

É uma relação institucional. Uma relação de respeito porque eu represento o governo no esforço de construir o projeto da Copa. A Fifa e a CBF, que dirige o comitê organizador local, sempre tiveram uma relação de respeito comigo. O governo passou a integrar o comitê organizador local, até eu assumir o ministério não tínhamos esse representante, e passamos a ter. Eu indiquei o secretário-executivo, que é o coordenador do Gecopa, (Luis Fernandes, secretário executivo do Ministério do Esporte), que, na própria avaliação da Fifa e da CBF, foi um personagem muito importante para a cooperação e a aproximação entre as ações do governo e as dos estados e municípios e do próprio comitê organizador local. Nós passamos a antecipar os problemas e as soluções da corrente do esforço e da organização da Copa. Então, eu diria que o saldo foi muito positivo. E, quando houve divergências, administramos as questões sempre em função do interesse público, do interesse nacional e do interesse do evento, para que ele fosse realizado da forma mais organizada e com o maior sucesso possível.

É possível afirmar que a Fifa foi exigente com o Brasil, colocando em xeque a soberania do país?

Não creio. No caso do Brasil, acho que houve uma compreensão muito grande e uma confiança enorme na nossa capacidade de organizar e realizar as coisas. A Fifa não tem poder, nem o objetivo de colocar a soberania de ninguém em risco. A Fifa não é nenhuma Otan do futebol, não tem essa força. É uma organização que reúne mais países que a própria ONU, que administra com muito sucesso os conflitos. Basta dizer que enquanto a ONU não reconhece bem a Palestina, a Fifa já reconhece. A Palestina participa das eliminatórias da Copa. Isso mostra que a Fifa sabe lidar com as contradições e os conflitos e, em relação ao Brasil, demonstrou ter muita compreensão e respeito. Houve aquele episódio da frase do secretário-geral da Fifa, que nós respondemos da forma que julgamos mais adequada, mas depois disso tem prevalecido mais um ambiente de cooperação. (Em referência à frase de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, que, em março do ano passado, disse que o Brasil merecia “um chute no traseiro” pelos atrasos nas obras e que a prioridade do país era ganhar o mundial e não organizar a Copa do Mundo).

Serão adotadas medidas preventivas contra possíveis manifestações durante a Copa?

As manifestações não interferiram na realização da Copa das Confederações. Nenhum jogo deixou de ser realizado, nenhuma delegação deixou de cumprir o seu trajeto. As forças de segurança demonstraram uma maturidade muito grande para garantir ao mesmo tempo a integridade dos manifestantes e a realização da Copa das Confederações, que nós defendemos que fosse protegida. O mesmo procedimento será adotado em relação à Copa do Mundo. Ou seja, as forças de segurança vão atuar para proteger a Copa, os jogos, garantir o direito dos torcedores, da população e dos visitantes. E se houver manifestação, a garantia da manifestação será a mesma que é dada pela Constituição e a Lei. A minha impressão é que não haverá manifestações. Acho que o país viverá um clima de confraternização e de festa na época da Copa.

Como o sr. viu as críticas na imprensa nacional e internacional à organização do Mundial?

Numa sociedade democrática, é necessário conviver com as críticas. Eu não respondo às críticas. É preciso agir para cumprir o papel que cabe a cada um. E o papel que me coube foi o de ajudar a organizar a Copa do Mundo. Eu encaro a crítica como um direito. Certa ou errada, é uma prerrogativa daqueles que têm uma função constitucional, como o Congresso, ou daqueles que têm função social, como a imprensa.

Há um plano preventivo contra a violência nos estádios durante a Copa do Mundo?

Não vamos adotar nenhuma medida de segurança específica para a Copa. O público que vai para os estádios na Copa não é um público disposto a praticar atos de vandalismo ou de violência. Esses atos de violência já têm punição prevista na lei. Bastava nos episódios de Santa Catarina, São Paulo e de Brasília que a polícia efetuasse as prisões em flagrante, ou com base na Lei do Torcedor, ou com base no Código Penal. Para o crime de tentativa de homicídio está prevista a prisão em flagrante. Só que as prisões não foram efetuadas na mesma proporção que a do número de envolvidos. Houve dezenas de pessoas brigando, tentando se matar, e houve poucas prisões. Se houver prisão em flagrante, já prevista em lei, se houver a identificação e o indiciamento dos acusados, e, a partir daí, o julgamento e a condenação, eu creio que o nível de violência tende a diminuir.

Mas, de qualquer maneira, há uma esfera de ações que cabe aos governos estaduais, e não ao governo federal, porque não há uma nacionalização do crime para que a Polícia Federal possa atuar. Nesses casos, são as polícias estaduais que têm de atuar. A jurisdição também é da Justiça dos estados. Nós conversamos com o Conselho Nacional de Justiça que deverá recomendar a criação de juizados especiais para esses casos. O Conselho Nacional do Ministério Público também vai unificar uma visão a respeito disso, criando delegacias especiais, porque a polícia também se queixa de que não há espaço para alojar tantos presos. São essas as medidas que devem ser colocadas em prática para que a lei seja aplicada, porque a lei já prevê, inclusive, a presença da polícia dentro dos estádios.

O sr. é a favor da torcidas organizadas?

O alvo do poder público tem de ser o criminoso. Não se deve desviar o foco do criminoso para alvos coletivos, como a torcida organizada. Tem de ter uma ação objetiva. Quem cometer o crime tem de ser preso, identificado e punido. E tem de haver uma ação de prevenção, porque tudo isso é organizado pela internet, pelas redes sociais. Atualmente, não há um trabalho de inteligência que previna, que antecipe a ação da polícia, prendendo os potenciais baderneiros.

Algo tirou o seu sono em relação aos preparativos para a Copa?

Num evento como a Copa não há mistério, não há segredo. Essa é a 20ª Copa. A 19ª foi organizada na África do Sul, a 18ª foi organizada na Alemanha e assim por diante. E em tudo isso há um aprendizado. De antemão, já se sabe as operações que foram realizadas para tornar possível o evento.

O que teremos de diferente no Brasil é que estamos realizando uma Copa com 12 cidades-sede, localizadas em pontos diferentes do país, cada uma com suas particularidades. Em todas elas temos preocupações diferentes. Em uma há preocupações com a rede hoteleira, em outra, com o aeroporto, com a mobilidade local, mas tudo isso foi planejado com antecedência, as obras foram iniciadas para corrigir essas necessidades e acho que, com planejamento antecipado e com muito trabalho, não há porque temer qualquer insucesso durante a Copa. Ela não tem segredo, nem tem mistério. O que tem é muito trabalho. E é isso que se exige dos responsáveis pela organização.

Diante da experiência acumulada com a organização do Mundial, há alguma coisa que o sr. faria diferente?

Não faria nada diferente. O mais importante é zelar mais pelos prazos, o que não é um problema só do Brasil. Lamentavelmente, essas obras muitas vezes são entregues muito em cima da data e isso prejudica a realização dos eventos-teste necessários para garantir o êxito da Copa. É preciso testar a acessibilidade, a segurança, a mobilidade antes da realização do evento principal. Se não se trabalha com prazos, isso fica prejudicado.

Acontecimentos como os de violência nos estádios, a morte de operários na construção de arenas e as manifestações populares mancharam a imagem do Brasil a ponto de afastar torcedores estrangeiros?

Não houve notícia de cancelamento de nenhuma viagem por conta desses acontecimentos. Na véspera dos megaeventos esportivos no mundo – em Londres, em Pequim, em Paris -, houve manifestações muito mais violentas do que as que aconteceram no Brasil. Estava conversando com a ministra do Esporte da França e ela me falou sobre os acidentes ocorridos nas obras da Copa. Recentemente, no dia de uma disputa entre o Milan, da Itália, e o Ajax, da Holanda, três torcedores foram esfaqueados nas ruas de Milão. Quero dizer que os acidentes e a violência não são exclusividade do Brasil. Claro, isso não nos exime da tarefa de coibir e reduzir a violência e os acidentes no país. Mas acho que o mundo conhece aspectos mais difíceis de violência do que o Brasil.

Como foi o envolvimento da presidenta Dilma na organização da Copa? Ela acompanhou de perto os preparativos, fez cobranças ou exigências?

A presidente Dilma incumbiu o Ministério do Esporte de coordenar o esforço do governo na preparação da Copa e, periodicamente, eu presto contas de todas as ações realizadas. Ela acompanha com interesse. Participou da entrega dos seis estádios concluídos para a Copa das Confederações e deverá participar da entrega dos outros seis. Inclusive, eu pedi o adiamento da entrega das arenas de Natal (RN) e de Manaus (AM) para viabilizar a presença da presidente Dilma na inauguração.

Entrando no terreno político, o sr. está confiante na reeleição da presidenta Dilma no ano que vem? Gostaria de permanecer mais cinco anos à frente do Ministério do Esporte?

Eu integro o esforço de reeleição da presidente Dilma por compromisso partidário e por convicção. Em minha opinião, Dilma representa a melhor opção para governar o Brasil a partir de 2015. Mas não há nenhum compromisso nem da minha parte, nem da parte da presidente, de eu permanecer no ministério. O compromisso que eu assumi, a pedido dela, foi o de não me candidatar, para continuar à frente do ministério e concluir a organização da Copa. Não foi uma escolha minha, ela me pediu para ficar, para eu não me candidatar. O compromisso que assumi foi o de continuar após Copa, até o fim do ano.

O sr. tem saudades do Legislativo ou pretende permanecer no Executivo daqui para frente?

O Legislativo tem um papel relevante. Eu fui líder do governo, fui presidente da Câmara, fui relator de projetos muito importantes, como a Lei da Biossegurança, que autorizou a pesquisa com células-tronco, fui relator da atualização da Lei do Código Florestal, também um grande desafio. Foi uma grande experiência, na qual pude realizar mais de 200 audiências públicas, viajar por todo o Brasil, percorrendo mais de 200 mil quilômetros. Essas experiências todas foram muito importantes, mas o Executivo também é importante. A experiência política mais rica de todas as que vivi, contudo, foi a presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Por quê?

Porque marcou a minha formação, o meu contato com a vida. Eu estava na universidade e, de repente, me vi com a responsabilidade de presidir uma instituição nacional, tendo de responder a interesses de repercussão nacional, no momento em que o país era governado pelos militares, um governo de exceção. Foi um desafio muito grande.

A candidatura ao governo de São Paulo foi descartada?

Todo político que tem mandato em São Paulo sonha em governar o estado. Aliás, eu era pré-candidato ao governo de São Paulo, indicado pelo meu partido, quando recebi o pedido da presidente Dilma e do ex-presidente Lula para permanecer no ministério.

Como a presidenta Dilma e o Lula conseguiram convencê-lo a refazer seus planos?

O partido já tinha anunciado a minha candidatura, mas eu recebi o pedido dela, do ex-presidente Lula, de outros amigos e de outros ministros, que argumentaram que eu deveria permanecer em função da importância da Copa do Mundo para o Brasil e para o mundo. De certa forma, nos últimos dois anos, eu acompanhei de perto todos os preparativos para a Copa. Acompanhei todas as operações relacionadas à Copa das Confederações. Fui a praticamente todos os jogos, acompanhei todas as operações de segurança, de mobilidade, de telecomunicações. Então, o argumento que pesou foi esse: o do risco de transferir o trabalho para alguém que não tivesse esse conhecimento acumulado.

Quais são as perspectivas do PCdoB para as eleições de 2014?

Aumentar a nossa bancada na Câmara dos Deputados é uma ambição natural. Na última eleição, elegemos 15 deputados e pretendemos no ano que vem eleger de 20 a 30. Queremos também ampliar a nossa bancada no Senado. E, dessa vez, colocamos como objetivo eleger pelo menos um governador, no caso o candidato Flávio Dino, no Maranhão. É a nossa candidatura mais competitiva. Ele lidera as pesquisas de opinião e obteve um bom resultado na eleição para o governo, em 2010, tendo encerrado o pleito em segundo lugar. Temos também a candidatura da deputada Jandira Feghali, no Rio de Janeiro, que está em quarto lugar, mas que tem uma boa base na pesquisa, o que nos dá muita esperança.

Como o PCdoB irá se posicionar em São Paulo? Vai apoiar a candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT)?

Não há nenhuma decisão. Temos uma discussão em curso. Nós temos ótimas relações com o ministro Padilha, mas também com outros partidos da base aliada do governo aqui em São Paulo, como como ex-prefeito Kassab, do PSD, e com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB.

Qual sua avaliação sobre a candidatura de Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência da República?

Eu tenho apreço, amizade e respeito por Eduardo Campos. Convivemos muito no Congresso, durante o primeiro mandato do presidente Lula. Nessa época, fui líder do governo e o Eduardo ajudou muito como líder do PSB. Integramos a CPI da CBF-Nike, que eu presidi, e ele integrou a meu pedido. Eu tenho grande apreço por ele, como tinha pelo avô dele, Miguel Arraes. Contudo, não acredito na aliança dele com (a ex-senadora) Marina Silva. Acho que eles têm projetos políticos muito distintos. O Eduardo quer o desenvolvimento do país, e a Marina tem outras prioridades, outros objetivos. Mas respeito. Agora, meu projeto é apoiar a reeleição da presidente Dilma.

Qual é o grande desafio para Dilma?

É o desafio do próprio Brasil. É o desafio do crescimento econômico, do desenvolvimento, de realizar as potencialidades do país, que tem perdido espaço na sua produção industrial e que precisa recuperar. Que precisa aproveitar o potencial agrícola, na ampla fronteira agrícola ainda inexplorada que nós temos. Nossa ampla fronteira mineral, também ainda inexplorada. Precisamos ampliar a capacidade da nossa agricultura, porque não tem sentido a China ter uma produção agrícola maior do que a do Brasil. O Brasil tem disponibilidade de terras aptas para o cultivo, para a pecuária, muito maior do que a China, e nós temos uma produção agrícola inferior à da China. Precisamos melhorar a ciência e a tecnologia do país, modernizar e equipar as Forças Armadas. São esses os desafios da presidente Dilma e de quem quiser governar o país daqui para frente.

Qual o balanço da sua gestão como ministro do Esporte?

O nosso esforço foi concentrado em preparar os grandes eventos esportivos. Isso consumiu boa parte do esforço do ministério. Dar contas das tarefas, conduzir o grupo executivo da Copa e depois também foi criado por decreto o grupo executivo da Olimpíada. Ampliamos os programas do ministério. A execução orçamentária foi sendo ampliada de ano para ano. Ampliamos o investimento na infraestrutura básica para a prática de esportes. Dois terços dos estados brasileiros não tinham sequer uma pista oficial de atletismo. Muitos estados sequer tinham uma piscina olímpica para a prática de competições oficiais. Nós colocamos como meta entregar para cada estado, pelo menos, uma pista oficial para atletismo. Já entregamos no Rio Grande do Norte, vamos entregar em outros estados. Anunciamos, recentemente, a obra de Sergipe. É um absurdo um estado como a Bahia não dispor de uma piscina olímpica nem pública, nem privada. O governo tem de construir. Essas metas nós vamos alcançar. Planejamos a criação de 285 centros de iniciação ao esporte e os recursos para a construção desses centros estarão disponíveis ainda neste ano para 263 municípios.

Como está o orçamento do Ministério do Esporte?

Isso varia, porque temos o orçamento nominal e o orçamento contingenciado. Este ano vamos nos aproximar, provavelmente, da execução de um pouco mais de R$ 1 bilhão.

Essa verba é suficiente?

Claro que não. Mas essa é a receita possível que já é muito maior do que a verba dos anos anteriores. A gente criou programas como o “Brasil Medalhas”, que destinou R$ 1 bilhão para a preparação de nossos atletas para as Olimpíadas de 2016, para a construção de equipamentos, aquisição de material e bolsa para os atletas. Além do Bolsa Atleta, nós criamos o Bolsa Pódio, voltado para atletas classificados entre os 20 primeiros colocados no mundo. Esses atletas recebem bolsa de até R$ 15 mil. Criamos a Bolsa Técnico, para atender preparadores físicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e demais profissionais que ajudam na preparação dos atletas. Agora, temos de ampliar os programas existentes, entre eles, o “Segundo Tempo” e o “Força dos Esportes”, desenvolvido junto com as Forças Armadas. Precisamos levar o esporte para as áreas de fronteira, que são mais pobres, expostas a riscos. Precisamos equipar nossas unidades.

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IG