Após o SUS, Mais Médicos é a segunda revolução no sistema de saúde, diz profissional que atuará na Bahia
O baiano Fabiano Santos da Cruz, que acaba de retornar de Cuba, onde ganhou uma bolsa de estudos e se formou em Medicina, disse que o programa Mais Médicos é a segunda revolução no sistema de saúde brasileiro após a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Fabiano, que é natural de Ipirá, a 202 Km de Salvador, vai atuar em Feira de Santana, e pretende ser um instrumento na melhoria de vida da população que mais precisa.
Fabiano e centenas de profissionais das mais variadas nacionalidades que integram a segunda fase do programa estão alojados na Academia Nacional de Polícia, no Distrito Federal, e ainda esta semana vão viajar para as cidades em que prestarão atendimento. Eles participaram nesta terça-feira (22), no Palácio do Planalto, da cerimônia de sanção da lei que institui o Mais Médicos, e contaram ao Blog do Planalto sobre a experiência de ser parte do programa.
“Um país como o Brasil precisa muito de médicos, é uma necessidade básica. Quem não tem saúde, o que pode fazer na vida?”, questiona a médica Celia Steiman, que veio da Argentina para participar do programa. Celia conta que os intercambistas estão aprendendo muito e elogiou o SUS. “Mesmo que ainda esteja faltando alguma coisa e não esteja tudo perfeito, é muito superior o nível da medicina comunitária no Brasil”.
A venezuelana Maria Fernanda Fernández Moraes conta que está feliz por participar do Mais Médicos. “A gente vai poder fazer um trabalho muito bonito aqui, ajudando o povo brasileiro”, disse ao lado do amigo Juan Martín Estevez, a quem incentivou para que também viesse ao país. “Ela me disse: ‘Juan, é hora de abrir portas’”.
Português intensivo
Na Academia Nacional de Polícia, além de moradia provisória, os médicos estrangeiros têm aulas intensivas de português. A professora Lara Amaral acompanhou os alunos durante a cerimônia e falou sobre o trabalho. “A experiência é muito rica para as duas partes”.
“A gente trabalha com um programa de língua portuguesa e cultura brasileira. Para que eles se prepararem para o cenário que eles vão encontrar nos interiores, no sertão, no cerrado. E a gente trabalha com músicas típicas, com vídeos […] Os médicos estão saindo capazes plenamente de ir para o consultório e atender a população”, conta Lara, que destacou ainda o respeito que recebe, em especial, dos alunos cubanos. “Eles têm uma educação, uma postura, que é de tirar o chapéu”.