Aldo Rebelo revela um perfil multifacetado. O ministro guarda em seu novo gabinete imagens que vão desde Padre Cícero e Mao Tsé-Tung até o candomblé e José Bonifácio de Andrada.

“Sou crismado. Fui criado por uma mãe católica, que me levava para a missa todo domingo pela manhã”, explica.

“A concepção do Segundo Tempo não muda, o que pode e deve mudar agora é a execução”.

A saída, para ele, é recorrer a estruturas como prefeituras, governos de Estados, universidades, unidades militares e escolas de educação física para a prestação dos serviços antes oferecidos pelas ONGs.

“Uma ONG pode existir hoje, e amanhã pode não existir mais. Uma faculdade de educação física não, ela tem sentido de continuidade, de permanência”.

Quando presidente da CPI que investigou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Aldo apontou várias fraudes e disse que foi censurado.

“Evidente que a CPI incomodou”, declara. Por outro lado, garante que não usou a comissão de inquérito “como instrumento de perseguição” e que não guarda ressentimentos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

“A minha obrigação institucional é tratar com a CBF num ambiente de cooperação e independência”

Sobre os gastos nas obras para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, diz já ter conversado com ministros do Tribunal de Contas da União e com o ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage.

Aldo Rebelo se mostrou ainda otimista com o andamento das obras. “Eu tenho confiança que vamos concluir antes do prazo definitivo”, afirmou, com base no Maracanã, construído em 1949 para a Copa do Mundo de 50.

“Fizemos o Maracanã, o maior estádio do mundo, num período muito rápido. A engenharia avançou muito de lá para cá, a brasileira inclusive”, argumentou.

Aldo afirmou que continuará brigando para aprovar o projeto do novo Código Florestal Brasileiro, do qual foi relator na Câmara.

Para ele, o socialismo tem tudo a ver com a produção rural. “Um ambientalista de classe média não tem obrigação de pensar quanto custa um quilo de carne ou um quilo de feijão. Um comunista tem”.

Quanto ao desempenho do Brasil nos jogos Panamericanos de Guadalajara, no México, Aldo Rebelo diz que o país tem evoluído, mas precisa investir mais no esporte educacional para preparação de novos atletas.

E completou que tanto as Olimpíadas quanto a Copa que serão realizadas no Brasil vão deixar um legado imaterial, de conscientização sobre a importância do esporte, e também para a infraestrutura e mobilidade social do país.

“Não são apenas estádios para a Copa, são centros de convenções, como o do Corinthians e o do Palmeiras. Ou mesmo o Morumbi, se for reformado. São teatros gigantes”.

 

Fonte: Último Segundo