14.º Congresso do PC da Venezuela. PCP testemunha empenho revolucionário
Reunindo mais de 500 delegados e constituindo um importante marco na história recente dos comunistas venezuelanos, o 14.º congresso do PCV ocorreu numa importante fase do processo bolivariano, que precede as eleições presidenciais de 2012 e a discussão, entre as forças progressistas e revolucionárias, sobre o seu aprofundamento.
A reunião do órgão máximo do PCV culminou um amplo debate interno realizado num difícil período de resistência dos comunistas venezuelanos, no qual, além da continuada defesa do processo revolucionário e do seu empenho na construção da unidade das forças que sustentam o governo bolivariano liderado pelo presidente Hugo Chavéz, os comunistas venezuelanos se viram confrontados com a necessidade de defender a existência, a importância e o papel do Partido.
As conclusões do 14.º Congresso do PCV confirmam essa linha política, e, com base numa detalhada análise da realidade venezuelana e do desenvolvimento das condições objectivas e subjectivas para o aprofundamento da «revolução de libertação nacional», apontam três eixos fundamentais e simultâneos de acção: o fortalecimento orgânico, de influência política, de ligação às massas e de capacidade de mobilização do PCV, especialmente entre a classe operária e os trabalhadores; a construção da unidade orgânica e política das forças que impulsionam e apoiam o processo revolucionário por via da dinamização e consolidação do Pólo Patriótico; a luta de massas, política e institucional, e uma política de alianças, visando uma alteração da correlação de forças sociais ainda existente – favorável ao capital –, e a constituição de um bloco político revolucionário, condição que os comunistas venezuelanos consideram essencial para conferir uma perspectiva socialista ao processo venezuelano.
Unidos venceremos
Além do PCP, que usou da palavra durante os trabalhos, assistiram ao 14.º Congresso do PCV mais 30 delegações estrangeiras de vários continentes. Dezenas de outras enviaram saudaçes.
Paralelamente aos trabalhos do Congresso, o PCV organizou, em conjunto com o Comité de Solidariedade Internacional, um importante acto público de solidariedade internacionalista na Praça Simón Bolívar, em Caracas, na qual o PCP voltou a intervir.
O Congresso dos comunistas venezuelanos teve um importante impacto político e mediático no país, facto que atesta da crescente importância e respeito adquirido pelo PCV, como aliás o comprova a presença de várias personalidade no Congresso dos comunistas venezuelanos, entre os quais o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana, Fernando Soto Rojas, que usou da palavra no acto de abertura, e diversos membros do governo e dirigentes do Partido Socialista Unificado da Venezuela, entre os quais a sua primeira vice-presidente, Cília Flores.
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, saudou o Congresso com uma mensagem de seis minutos, transmitida em directo via telefónica.
Na mensagem, Chávez referiu a importante «contribuição do PCV para continuar o aprofundamento do processo revolucionário e para a construção do socialismo»; recordou que o PCV foi o primeiro partido a manifestar o apoio à sua candidatura à Presidência da República, e reconheceu que «o Partido Comunista da Venezuela é parte da gloriosa história da luta cívico-militar pela libertação do povo venezuelano».
O presidente Chávez afirmou igualmente que a aliança dos comunistas venezuelanos com as outras forças que sustentam o processo venezuelano «é muito mais que conjuntural», sendo «uma necessidade histórica que teremos que continuar a construir». Chávez terminou a sua saudação com o convite e o apelo a que os comunistas venezuelanos «se juntem, cada vez com mais força, à consolidação do grande Pólo Patriótico que terá de constituir a ampla base de sustentação para a vitória da nossa revolução».
O 14.º Congresso do PCV procedeu à actualização dos seus estatutos e programa, aprovou uma resolução política onde são definidas as grandes prioridades do Partido, elegeu um Comité Central de 45 membros e aprovou por entusiástica aclamação uma resolução que decide o apoio do PCV à candidatura de Hugo Chávez Frias nas eleições presidenciais a realizar em 2012.
Durante a sua estadia em Caracas, Ângelo Alves teve oportunidade de realizar conversações com diversos partidos e organizações políticas, autoridades e membros dos órgãos de soberania venezuelanas. A estadia do PCP em Caracas contribuiu ainda para um maior estreitamento das relações de amizade, cooperação e solidariedade que unem o PCP e o PCV.
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Fonte: jornal Avante!