Agressão imperialista à Líbia. Terreno livre à barbárie
A NATO confirmou a operação mas negou que as vítimas sejam civis, ao que o governo líbio respondeu com a divulgação de imagens de alguns dos corpos das 33 crianças, 32 mulheres e 20 homens que diz terem sido atingidos.
O ataque foi direccionado contra a aldeia de Majar e terá sido levado a cabo em duas fases. Numa primeira foram lançadas três bombas, e numa segunda, quando a população acorreu ao local para socorrer os atingidos, foram lançadas outras tantas.
Nos últimos dias, Zlitan tem sido fustigada pelos bombardeamentos imperialistas. Sexta-feira da semana passada, pelo menos 32 pessoas morreram em mais uma investida. O Conselho Nacional de Transição e a NATO reivindicaram a morte de um dos filhos do coronel Muammar Kahdafi nesse mesmo ataque, mas as autoridades de Tripoli desmentiram tais informações e garantiram que Kamis Al-Kahdafi está vivo.
Na cidade, informa o correspondente da Telesur, tudo tem sido alvo dos agressores: casas que depois de bombardeadas não evidenciam a presença de militares ou armamento, escolas onde ficam apenas escombros de mobiliário e material académico, clínicas ou armazéns de alimentos.
Também a capital, Tripoli, não escapa à fúria imperialista. Na segunda-feira, pelo menos 15 mísseis caíram na metrópole em menos de 30 minutos, reportou Rolando Segura para exemplificar a intensificação da ofensiva, desta feita, desencadeada a partir do Mediterrâneo.
Acrescem as cada vez maiores dificuldades dos habitantes em adquirirem combustível, fruto da sabotagem de um oleoduto pelos rebeldes. Água potável e electricidade começam igualmente a ser um luxo.
Todo o tipo de atrocidades
Entretanto, a União Geral de Organizações da Sociedade Civil Líbia revelou que está a investigar o sequestro de 103 crianças líbias na cidade de Misrata, actualmente sob controlo dos amotinados. A meio de Julho, já o ministro dos Assuntos Sociais líbio, Ibrahim Sharif, havia denunciado o caso, acusando os rebeldes de terem levado para parte incerta os menores, alegadamente com a ajuda de barcos turcos, franceses e italianos.
No rol de atrocidades cometidas desde que o eixo euro-norte-americano e alguns dos seus lacaios na região iniciaram a guerra contra a Líbia, destaca-se, ainda, o êxodo e a morte de imigrantes.
No final da semana passada, cerca de uma centena de refugiados sucumbiram à fome e à sede durante a travessia até à ilha italiana de Lampedusa. O trágico desfecho foi relatado por alguns dos sobreviventes, que testemunharam também que os corpos foram lançados ao mar.
As autoridades de Roma acusam a NATO de não ter respondido ao apelo da guarda costeira transalpina para prestar auxílio de emergência a uma embarcação que transportava 400 refugiados. A Aliança Atlântica diz que vai apurar os factos, mas o resultado deve ser o mesmo do incidente anterior.
Recorde-se que, em Maio, um vaso de guerra francês ao serviço da NATO foi acusado de negar auxílio a um barco de refugiados: 61 dos 72 imigrantes acabaram por morrer.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Itália estima que, desde Março, pelo menos 1500 migrantes vindos da Líbia em embarcações tenham desaparecido durante a travessia do Mediterrâneo. A ACNUR diz ainda que já chegaram a Itália pelo menos 24 mil refugiados provenientes da nação agredida pelo imperialismo.
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Fonte: jornal Avante!