Madame & Monsieur
Monsieur: não basta ser doutor, não basta ter pudor, não basta ter amor para fazer uma mulher feliz. Não basta libertá-la da jaula paterna, não basta ser amável, afável, terno. Não basta ser polido, ser um homem bom, não
Monsieur: não basta ser doutor, não basta ter pudor, não basta ter amor para fazer uma mulher feliz. Não basta libertá-la da jaula paterna, não basta ser amável, afável, terno. Não basta ser polido, ser um homem bom, não
Estávamos todos na praça puxando unzinhos quando o maluco chegou nos chamando para uma festa de aniversário na Ponta de Sambaqui. Segundo ele, um camarada dele tinha sido convidado para a tal festa e este o convidou. Ele,
Depois do recuo do Ministro da Educação frente à pressão de cineastas e mercadeiros de cinema com referência à contrapartida social, comecei a escrever um roteiro que conta a história do atropelamento da minha cadela, com objetivo de
Dona Anita subiu na laje e foi pendurar umas roupas. Quem olhasse de baixo, veria alguém que planava, mãos erguidas em busca do espaço. Já quem observasse da janela defronte, veria uma parca lutando contra o vento sob
Quem diz da palavra árida o seco, diz eco de outras eras e heróis: diz: dos contrafortes de areia, do mato ralo da catingueira, do mediterrâneo de sol e gretas. Diz do halo das campinas pouca xícara. Diz
Junho vem no lombo de uma lhama. Vem no sopro de uma frente andina que assobia nas copas dos edifícios. As geleiras dos Andes bocejam, bocejam e o bafo chega aqui e faz um pombo saltitar em busca de
pedra em si é pedra viva ser mutante que, em sua imobilidade, traz consigo uma intrínseca transitoriedade. Não está disponível nem desperta. Traz por dentro sua pulsação mineral – passado ígneo em seu presente sedimentado. A pedra em sua
Demorou muito até que percebesse que o sol findara no espaço. Correu tardiamente as persianas, como se lembrasse do calor que sentira em algum lugar nalgum tempo em que suava muito e pouco se comovia. Juntou papéis, arregimentou
Quanto pode esperar aquele que há séculos espera? Como dizer à fome que aguarde o tempo em que pão e carne a extinguirão? O que dizer ao menino, há décadas sem escola, ou ao ancião, que nunca experimentou
Ia pelas rodovias do não, vinha pelos doídos domínios do cão. De onde eu vim, ninguém sai são. Por vezes, minha sede mergulhava em oásis, mas logo a garganta em compulsiva drenagem escarrava areia e sangue: tudo era miragem.