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A prostituta
Dom Pedro Casaldáliga5 de setembro de 2008Como uma dor repassada de paciência, ela é morena escura. A franja limita no olhar com uma leve cicatriz antiga. E uma cruz de ouro falso pende sobre o peito, sobre o forte lilás do vestido. Leva o liso cabelo de índia solto. (As bonecas baratas de meus tempos de menino se vestiam como ela.) […]
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A flor
Aleksandr Púchkin4 de setembro de 2008Acho, entre as folhas de um volume, Despetalada e murcha flor. E devaneio estranho assume Todo meu ser interior. Abriu-se onde? Em que primavera? E muito floresceu? E a mão Que a colheu amiga, ou não, era? E pô-la aqui com que intenção? Em sinal de terna entrevista Ou de separação fatal? Ou de excursão, […]
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Os poetas
Adalberto Monteiro4 de setembro de 2008Vejo-os na feira e são muitos. Cada qual a vender o seu pescado. Atrás do balcão, Lá estão, desajeitados. Para viver são obrigados ao que mais odeiam E menos sabem. O ofício é mais avaro. Os trabalhadores do mar Ao menos de seu trabalho vivem. Já os poetas sequer a arte os alimenta. É preciso […]
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