primavera na periferia
Ontem enquanto milhões de pessoas no Brasil estavam ligadas em frente à televisão assistindo novelas, a um joguinho mixuruca de futebol entre Brasil e Colômbia, umas quinhentas pessoas, mais ou menos, foram sequestradas pela poesia, na periferia da
Che Guevara
E, por fim, me chamou também tua morte desde a seca luz de Vallegrande. Eu, Che, prossigo crendo na violência do Amor: tu próprio dizias que “é preciso endurecer-se sem perder nunca a ternura”. Mas tu me chamaste. Também
as cigarras de outubro
Mormaço. A chuva apenas ameaça. Padecemos desejo de líquidos afagos. Penamos saudade de ontens quando, às escâncaras, abriam-se as portas do céu Em trovões e relâmpagos. Goiânia balouçava como uma arca nos braços das tempestades. Chuvaradas que abismaram
OraĂ§Ă£o do milho
Senhor, nada valho. Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres. Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor, mesmo planta de acaso, solitária,
Inquietude
É quando treme a mão nervosa E os frenéticos dedos incessantes Rabiscam insanamente palavras absurdas Letras agitadas, esbaforidas e perdidas Versos como prosa e "vice-verso" É quando a alma quer sair da carne Quando quer ganhar o mundo e