O poeta-operĂ¡rio
Grita-se ao poeta: “Queria te ver numa fábrica! O quê? versos? Pura bobagem! Para trabalhar não tens coragem”. Talvez ninguém como nós ponha tanto coração no trabalho. Eu sou numa fábrica. E se chaminés me faltam talvez sem chaminés
Os cadernos de Picasso
Desde o momento que recebi o livro emprestado por um amigo e dei uma primeira folheada, eu já sabia que não resistiria à tentação, que a coisa iria virar crônica. Mas vamos à obra, com pressinha, antes
SĂ¡bado Ă Noite
Ela entrou, esfuziante. Do cantinho do bar, eu a observei abraçar a todos, dar risadas, pedir um drinque qualquer e sentar-se de pernas cruzadas e cruzadas de novo. Só ela sabia enroscar as pernas assim. Tinha essa energia
Praia do Caju
Escuta: o que passou passou e não há força capaz de mudar isto. Nesta tarde de férias, disponível, podes, se quiseres, relembrar. Mas nada acenderá de novo o lume que na carne das horas se perdeu. Ah, se perdeu!
Da ilha do MarajĂ³ aos navegantes do futuro
Sejam bem-vindos, cidadãos do Brasil brasileiro! O povo das águas vós saúda desde a boca das amazonas Venham e voltem em paz, façamos escambo bacana: A solidariedade e amizade fique de ambos os lados Da balança Se não a
Ensaio para um julgamento
Um camarada que acredita naquela máxima de “cada um fazer a sua parte”, de tanto falar para seus alunos sobre o efeito estufa, resolveu ele mesmo dar o exemplo e passou a ir ao trabalho de ônibus, deixando
Tango na Paulista
Cinza, frio, noite típica paulistana de inverno. Saio do cinema, lacrimejando, Possuído pelas desgraças dos personagens– algo típico meu. Subo as escadas e assim Com o coração na mão dou de cara com ela. Ela com sua diversa fauna