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Prosa@Poesia
Bolas de vidro

Bolas de vidro

(para Luciano Siqueira)   sob as patas dos cavalos o asfalto de vidro derrapa a farda   os  meninos brincam com bolas-de-gude   os soldados de chumbo em posição de ataque empinam cachorros e sacam baionetas   as meninas

Cheiro Forte

Cheiro Forte

      De que moeda o poeta se vale quando entrega um poema à sociedade de leitores? Que moeda recebe ele em troca dos contemporâneos?       O repertório de respostas é variado e pode ser levantado à exaustão. Se por

A caixinha de Alice

A caixinha de Alice

      Alice tinha uma caixinha que o avô dela mesmo fez, quando derrubaram o ipê bem antigo da frente da casa em que eles moravam. Hoje nem mais casa tem, que construíram um edifício daqueles muito altos. Ele, o

SilĂªncio em Pedra

SilĂªncio em Pedra

Muitas vezes eu parti chorando na solidão das mil paisagens em que via desfigurar no meu passado o meu futuro; e fere e frio no meu verso sempre estavam Foi-se o tempo e com ele a nostalgia que eu

O Albatroz

O Albatroz

Às vezes, em receio, os homens da equipagem pegam um albatroz, enorme ave marinha que segue, companheiro indolente de viagem, o navio que sobre o agro abismo caminha. Mal no convés se vê, todo desconjuntado, logo esse rei do

Minha Desgraça

Minha Desgraça

Minha desgraça não é ser poeta, Nem na terra de amor não ter um eco… E, meu anjo de Deus, o meu planeta Tratar-me como trata-se um boneco… Não é andar de cotovelos rotos, Ter duro como pedra o

Toda poesia suja

Toda poesia suja

      2006 marcou os 30 anos de publicação de uma dos mais importantes textos da poesia brasileira: "Poema Sujo" de Ferreira Gullar. Escrito num período negro para a América Latina, o "Poema Sujo" é daqueles textos que ressoam a

Desde Dobris a aurora

Desde Dobris a aurora

Em Dobris, junto a Praga, conversando com Jorge Amado, meu companheiro de anos e de lutas: De onde vens agora? Eu, dos largos rios da Guatemala e México, do fulgor verde do rio Doce, adentro. Levava fogo de aves

A leitura como escavaĂ§Ă£o (3)

A leitura como escavaĂ§Ă£o (3)

      Depois de uma redução, as cores locais parecem mais ser aspectos externos da literatura, circunstâncias que as formam, mas que não são seu todo. As tinturas ou cores locais, nesses romances, só os acrescentam, mas uma fenomenologia talvez

Concha e Molusco

Concha e Molusco

Molusco frágil, carente, o que seria de mim sem ti, oh! casulo meu?! Julgas que te protejo. Quando adormeces, fazes de mim um lençol. Do meu tórax, um travesseiro. Julgas-te frágil canoa atracada a um forte cais! – De início,