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Prosa@Poesia
Ferramentas

Ferramentas

      Albuquerque gostava de ferramentas. Colecionava todas. Tinha desde o trivial – martelo, serrote, plaina, chaves de fenda, grifo – até furadeiras elétricas, bancada, profusão de parafusos, pregos, arruelas, porcas e tudo o que se podia imaginar.       Não

quase um poema

quase um poema

Jamais a fluidez do sangue se nunca em revoada os sentidos Jamais talvez se nunca a voz do não florescido ainda e sempre em palavras que retornam na escuridão dos olhos cerrados (Batidas na porta) Não recebo ninguém esta

Gente

Gente

      Queria apenas um trabalho, mesmo destes de curvar a espinha até bater a cabeça no chão… estou muito velho. (…) Foi numa creche. Os cobertores ficavam trancados a chave, e, num dia frio, desse frio mesmo, os bebês

Ziguezague

Ziguezague

      Não se sabe se é intencional. Mas quando aparece na tv, ele joga o rosto de um lado para outro, num movimento meio cômico, sempre se apresentando de perfil no vídeo. Nesse bailado cefálico, seu corpo também dá

A ponte

A ponte

      Ponte por sobre as águas. Há quanto tempo não vejo pontes assim? Quando parti, tudo isso era muito pouco e lá, por entre aqueles morros, escorria o sol quando a manhã chegava. As noites eram quentes, agitadas pelas

Uma pergunta difĂ­cil

Uma pergunta difĂ­cil

      Acontece muitas vezes. Acontece de toparmos com uma pergunta difícil. Acontece. Foi assim com uma pobre estudante de artes plásticas. Em vias de entregar o trabalho de conclusão de curso, a pobre universitária foi abandonada pela fortuna quando

Madrugada suburbana

Madrugada suburbana

No bar no pano verde rola a bola sete. O giz se esfarela na ponta do taco. Um rola-bosta rola em torno da lâmpada pontilhada de merda de mosca. No fio alheias aos berros elas repousam e amanhã vorazes sobrevoarão

A ave

A ave

A ave nega o seu vôo para dizer chão e pousa, na calma do pouso, a terra em seus pés para negá-la chão e afirmá-la céu! A ave nega suas asas para tornar-se grão num espaço do mundo e

O militante

O militante

I Enquanto dormes cidadão, teu sono citadino, alguém vela teu lugar. Um homem ou mulher que, da rosa desfolhada, trás o talo sempre pronto a despertar. Enquanto comes, meu amigo, teu salário em feijão, alguém mata a fome de