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Os filhos da terra
19 de dezembro de 2002I – O CAMPONÊS Me pintaram a cara de índio e me arrancaram da terra com minhas raízes e meu reino. Lançaram minhas sementes n'areia e n'areia me perdi entre os grãos. E mataram minha colheita, e nas promessas de sol me esqueci sem minhas mãos. Hoje, uma força mineral ronda minha voz: é a […]
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O trigo
18 de dezembro de 2002No confronto com o dia, trabalha-se o trigo. Na ânsia de negar-se trigo para afirmar-se pão (ou bolo ou ainda outra carne que não trigo) queima-se em seu próprio findar ante as coisas do cio. Finda nessa obsessão de consumir-se no claro olho de sua semente e nega-se a aceitar sua própria existência e fim: […]
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O milho
17 de dezembro de 2002Nega-se e nem é pó. O milho, em seu grão, nega a si próprio e cai na fértil tarde do fero céu para brotar noutro que não ele a fim de negar-se milho novamente até ser milharal, mar de verde corrente de verde que rebenta, depois de germinar, num solo que o nega fértil para […]
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