Uma epopéia pela liberdade: Guerrilha do Araguaia – 30 anos, com textos de João Amazonas, Luiz Carlos Antero e Eumano Silva, é o novo lançamento da Editora Anita Garibaldi. O livro comemora os 30 anos da Guerrilha do Araguaia (1972-2002) e coloca à disposição dos leitores mais elementos para contribuir com a reflexão sobre a luta do nosso povo – com especial significado neste ano decisivo para conquistarmos um novo rumo para o Brasil.

No dia 12 de abril de 2002 se completou trinta anos do início dos combates no movimento que levantou o brado pela liberdade e pela democracia e entrou para a história como a Guerrilha do Araguaia. De uma fase em que este fato ficou obscurecido pelas forças da repressão e sua historiografia oficial, a Guerrilha do Araguaia tem aparecido cada vez mais nas páginas da imprensa, em publicações, nas provas de vestibular das universidades e até no cinema. A Guerrilha desperta o interesse em jornalistas, pesquisadores e historiadores e a admiração no seio dos militantes dos movimentos progressistas. É uma página gloriosa na história das lutas do povo brasileiro, em especial do Partido Comunista do Brasil – que, coincidentemente, está comemorando seus 80 anos neste mesmo ano.

Na juventude brasileira, ela já se tornou uma bandeira – concretizada no refrão “Tarda, mas não falha; aqui está presente a juventude do Araguaia!”, ouvido nas ruas e praças; em manifestações, encontros e congressos, nas escolas e bairros… por todo o país.

Recentemente o eco do programa entoado pelos guerrilheiros comunistas, de latente passou a ser ouvido nas vozes do povo da região da Guerrilha. Os araguaios perderam o medo antes disseminado pelos resquícios da tirania imposta à força pelo regime militar instaurado em 1964. Lembranças e luta fazem parte da rotina da população dos municípios que abrigaram os guerrilheiros do PCdoB. Explicitadas em atos, sessões solenes, homenagens, museus, memoriais, nomes de rua, aulas e visitas, que se multiplicam.

Uma epopéia pela liberdade apresenta um depoimento inédito do presidente de honra do PCdoB, João Amazonas, que revela alguns detalhes do cotidiano da vida dos guerrilheiros. Ele evidencia o aprendizado dos militantes comunistas com o povo e a selva do Araguaia. Eumano Silva, jornalista do Correio Braziliense, relata a vontade dos moradores da região para fazer ecoar sua visão dos fatos – eles revelam uma profunda ligação afetiva com os combatentes da Guerrilha. Luiz Carlos Antero, sociólogo e jornalista que esteve visitando a região, descreve historicamente como o Araguaia “ferveu” e analisa como os ideais do movimento ainda estão presentes no povo da região e em todo o país.

Além dos textos, o livro apresenta ainda um roteiro de leitura e estudo feito pela pesquisadora Verônica Bercht. Nele, leitores, interessados, estudantes, professores e pesquisadores encontrarão todos os artigos e reportagens publicados por jornais e revistas brasileiras, além do rol de livros disponíveis sobre o tema.

Embora derrotada militarmente por um inimigo infinitamente superior, a Guerrilha do Araguaia alcançou uma vitória política expressiva – tornou-se uma bandeira que simboliza a liberdade e adentrou aos corações e mentes do povo brasileiro!

EDIÇÃO 65, MAI/JUN/JUL, 2002, PÁGINAS 80