Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    Mors

    O campo atravessando, a Morte me aparece Com uma foice às mãos, a ceifar sua messe Por seus ossos entrando a luz crepuscular No ermo em que tudo parecia vacilar Ao homem que espreitava, a foice reluzia E nos arcos triunfais, o triunfador caía Babilônia mudava em completa ruína, A guilhotina em trono, em trono […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    O campo atravessando, a Morte me aparece
    Com uma foice às mãos, a ceifar sua messe
    Por seus ossos entrando a luz crepuscular
    No ermo em que tudo parecia vacilar
    Ao homem que espreitava, a foice reluzia
    E nos arcos triunfais, o triunfador caía
    Babilônia mudava em completa ruína,
    A guilhotina em trono, em trono a guilhotina
    Toda rosa em estrume, a criança em andorinha
    Ouro em cinza, em torrente, os olhos da mãezinha
    Que dizia, gritando “O meu filho perder?
    Para no-lo roubar, por que deve nascer?”
    Ressoava em toda terra um queixoso clamor
    Saíam de enxergões crispadas mãos de dor
    Nas mortalhas zunia um vento glacial
    Os povos, com terror, sob a foice fatal
    Era assustada grei que se esconde, indefesa
    E era tudo, a seus pés, noite, pavor, tristeza

    Atrás dela se vê, com a fronte reluzente
    As almas sobraçando, um anjo sorridente.

     

    Antologia da Poesia Francesa (do século IX ao século XX)
    Organização: Cláudio Veiga
    Editora Record – edição 1991

    Notícias Relacionadas