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    Comunicação

    Volúpia

    No divino impudor da mocidade, Nesse êxtase pagão que vence a sorte, Num frêmito vibrante de ansiedade, Dou-te meu corpo prometido à morte! A sombra entre a mentira e a verdade… A nuvem que arrastou o vento norte… – Meu corpo! Trago nele um vinho forte: Meus beijos de volúpia e de maldade! Trago dálias […]

    POR: Florbela Espanca

    1 min de leitura

    No divino impudor da mocidade,
    Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
    Num frêmito vibrante de ansiedade,
    Dou-te meu corpo prometido à morte!

    A sombra entre a mentira e a verdade…
    A nuvem que arrastou o vento norte…
    – Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
    Meus beijos de volúpia e de maldade!

    Trago dálias vermelhas no regaço…
    São os dedos do sol quando te abraço,
    Cravados no teu peito como lanças!

    E do meu corpo os leves arabescos
    Vão-te envolvendo em círculos dantescos
    Felinamente, em voluptuosas danças…

     

    A mensageira das violetas
    Florbela Espanca
    Seleção e tradução de Sergio Faraco
    Editora L&PM – edição 2002

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