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    Comunicação

    Os sons do ofício

    1. É porque recolho o vário no aviário das vértebras e me há um silo de células e me há um quase-aquário, que o poema se me chega, estuário. Que me importa a sina jugular das fases, a vida conjugal das frases e o semblante cínico das fezes, se não faço poemas como quem defende […]

    POR: Pio Vargas

    2 min de leitura

    1.

    É porque recolho o vário
    no aviário das vértebras
    e me há um silo de células
    e me há um quase-aquário,
    que o poema se me chega,
    estuário.

    Que me importa
    a sina jugular das fases,
    a vida conjugal das frases
    e o semblante cínico
    das fezes,
    se não faço poemas
    como quem defende teses.

    Faço poemas
    para que passem os dias
    e pascem os rebanhos
    e os oceanos pasmem
    ante o naufrágio
    de todas as datas
    no calendário-lanho.

    2.

    Ou seja, faço-os
    como quem viceja
    os laços do arremesso
    como quem vislumbra
    silêncio nos entulhos
    e aprendeu a estrutura ideal
    para montar barulhos
    sob a língua mais banal.

    Faço-os
    como quem lambe oásis no planalto,
    deixado pelas bases
    de um simples sobressalto.

    É como se o ego
    coubesse inteiro
    na determinação de um prego
    que me fixa exílios sob a carne
    mas que também aciona
    os gatilhos do alarme.

     

    A arte de embrulhar metáforas
    Pio Vargas
     

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