A directora-geral do FMI, Christine Lagarde, disse que as consequências serão devastadoras se ocorrer um descumprimento da dívida por parte dos Estados Unidos. Em entrevista à rede de TV ABC, ela disse que um eventual default teria impacto na economia norte-americana e mundial. Lagarde espera que democratas e republicanos cheguem rapidamente a acordo sobre o aumento do limite da dívida pública.

"Se estivermos perante um cenário de descumprimento, teremos, evidentemente, subida das taxas de juros, quedas enormes nas bolsas e consequências verdadeiramente devastadoras, não só para os EUA, mas para toda a economia mundial", afirmou Lagarde, acrescentando que não imagina esta probabilidade "nem por um segundo".

Os EUA encontram-se actualmente num impasse político, pois democratas e republicanos não se entendem quanto à possibilidade de aumentar o limite da dívida pública do país, que foi atingido em meados de maio.

O Tesouro norte-americano tem insistido que até 2 de agosto terá esgotado todos os recursos para evitar que os compromissos com os detentores de obrigações norte-americanas não sejam honrados.

Alguns economistas estimam que o Tesouro ainda teria meios para controlar a situação após esta data, mas Lagarde partilha dos receios do governo norte-americano.

A responsável do FMI considerou que se as negociações não forem bem sucedidas até essa data, seria "um verdadeiro choque" e "uma má notícia" para as economias.