Cresce no pais inceiro entre as mais amplas camadas da população o sentimento patriótico e o ódio ao opressor norte-americano, ganha as mais amplas massas a compreensão de que é indispensável impedir a total colonização do Brasil pelos Estados Unidos e lutar pela independência da pátria. Com o golpe de Estado de 24 de agosto a luta contra o imperialismo norte-americano ganhou novos setores do povo brasileiro. Transformou-se numa luta de grandes massas através de ações concretas e vigorosas das massas. O povo brasileiro, pelas suas camadas mais amplas, faz sua a palavra-de-ordem do Partido Comunista contra o jugo do imperialismo norte-americano e vê neste o inimigo jurado da nação.
O sentimento patriótico do povo é uma grande força. Os comunistas devem intensificar seu trabalho no sentido de mobilizar e unir essas forças para com elas derrotar em todos os terrenos a política de traição nacional dos generais fascistas e dos grupos dirigentes dos diversos partidos das classes dominantes que apoiam, mesmo quando se dizem de «oposição», o governo de latifundiários e grandes capitalistas, a ditadura americana de Café Filho no atual momento.
Para a luta pela emancipação nacional é possível mobilizar a maioria esmagadora da nação. Com exceção do reduzido grupo de serviçais do imperialismo norte-americano, dos traidores da pátria, a todos os brasileiros interessa a independência do Brasil, defender as riquezas naturais do país da pilhagem pelos monopolistas norte-americanos, denunciar os tratados lesivos assinados com o governo dos Estados Unidos, lutar contra a intervenção na vida do país pelos agentes de Washington.
Neste sentido, constitui acontecimento de grande importância a realização da Convenção de Emancipação Nacional, que mobilizou amplos setores da população e tomou resoluções de enorme importância para o ulterior desenvolvimento da luta patriótica do povo brasileiro contra a crescente colonização do país e contra a política de traição nacional do governo de latifundiários e grandes capitalistas.
Com a Liga da Emancipação Nacional, surgida de resolução unânime da Convenção de abril do corrente ano, foi dado um novo e importante passo pelo movimento patriótico. Unificaram-se, em novo nível, todos os movimentos patrióticos, com o apoio caloroso de inúmeros sindicatos, de organizações juvenis, estudantis e femininas, de camponeses, etc. É uma expressão do atual momento nacional e do estado de espirito da maioria da população brasileira.
A Liga da Emancipação Nacional expressa os desejos de coordenação e de unidade das forças patrióticas. Constitui um fator novo e de excepcional importância no caminho da organização dessas forças e abre a perspectiva de um mais rápido desenvolvimento no caminho da luta vitoriosa do povo brasileiro contra o jugo escravizador do imperialismo norte-americano e pela independência e progresso do Brasil. Os comunistas devem dar o mais decidido apoio aos núcleos da Liga da Emancipação Nacional que vão sendo organizados por todo o país, nas fábricas, nos bairros, nas fazendas, nas vilas, nas escolas, nas repartições públicas, nos setores profissionais, etc. Os comunistas devem atuar nos núcleos da Liga da Emancipação Nacional como elemento de coesão entre as diferentes forças sociais, procurando sempre impulsionar a ação concreta das massas pelos objetívos antiimperialistas e democráticos da Carta de Emancipação Nacional. Através de uma atuação combativa nas organizações da Liga da Emancipação Nacional, conseguirão os comunistas ganhar as mais diversas camadas do povo para os objetivos e as tarefas do Programa do Partido e dar passos ainda mais rápidos no sentido da construção da frente democrática de libertação nacional.