Nos próximos dias, a militância do PCdoB terá importante participação nas atividades do Fórum Social Temático 2014, que ocorre em Porto Alegre, entre 21 e 26 de janeiro. Membros da direção nacional do PCdoB e lideranças de movimentos sociais e entidades reuniram-se nesta quarta-feira, 22, na sede local da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadores do Brasil (CTB-RS), para os últimos detalhes da mobilização.

Edson França, da Unegro, e Liége Rocha, da UBM (União Brasileira das Mulheres), apresentaram as prioridades que devem catalizar as atenções da militância e das lideranças. Como membros do Comitê Internacional do Fórum Social Mundial, insistiram para que houvesse forte presenças das pautas comunistas tanto na Marcha de Abertura do FST2014, que ocorre nesta quinta-feira, 23, às 15 horas, quanto na Assembleia de Movimentos Sociais, que ocorre no sábado, 25, às 14h.

Além disso, haverá um esforço de mobilização para as mesas de debates com presença marcante de lideranças comunistas do Brasil e de outros países, com destaque para o debate Ideia para o Brasil avançar, com participação de Renato Rabelo e Márcio Pochmann. Nesta quinta, de manhã, na Usina do Gasômetro, ocorre o debate sobre a crise capitalista, que contará com a presença de Aloísio Barroso, que acaba de organizar, com Renildo Souza, e lançar um livro sobre o tema econômico.

Do Quênia à Túnis

Liége explicou que, desde a edição da Tunísia, na África, em 2013, houve um revigoramento do Fórum e dos movimentos sociais. “Túnis foi um tapa com luvas de pelica nos que apostaram no esvaziamento do Fórum. Este evento traz sua força do caráter de articulação política, mantendo-se importante e necessário para todos nós”, avaliou ela. Ela acredita que a militância comunista está cada vez mais forte e presente, seja por meio de entidades CTB, UNE e Fundação Maurício Grabois, seja nos movimentos sociais por meio da UBM, da Unegro e da Conam, por exemplo, ocupando espaços maiores e mais relevantes do Fórum.

Para o diretor da Fundação Maurício Grabois, Leocir Costa Rosa, a direção nacional do PCdoB prioriza o Fórum como ambiente privilegiado de articulação ao instalar um grupo de trabalho específico para preparar a participação das lideranças e militância comunista. Desta vez, houve a garantia de nomes conhecidos da militância comunista em todas as mesas centrais de convergência do Fórum.

O secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, lembrou o dilema pelo qual passou o Fórum Social Mundial, durante a edição ocorrida no Quênia, em que a hegemonia de ongs e igrejas teve um efeito prejudicial sobre o debate político. Ainda assim, o PCdoB esteve presente com ampla distribuição de seu jornal Classe Operária, em inglês. Agora, Alemão considera importante trazer para Porto Alegre a solidariedade à Colômbia, que vive um momento de forte ataques aos movimentos sociais, com a prisão de lideranças políticas da Marcha Patriótica, como Francisco Tolosa.

Devido a pluralidade de atividades, a militância se fragmentava entre as atividades, em que militantes feministas só frequentavam atividades correlatas, assim como outros segmentos militantes. Com a priorização para atividades específicas, a mobilização visa evitar essa fragmentação, quando, além de suas atividades específicas, a militância participa das atividades gerais priorizadas.

Os comunistas estão mobilizados, inclusive, no Acampamento do Fórum, onde o tema da espionagem dos EUA contra o resto do mundo tem forte apelo na juventude para a Marcha de Abertura, que ocorre nesta quinta, 23. Foi assim, por exemplo, que a Marcha de Abertura do Fórum Temático em solidariedade à Palestina contou com intensa mobilização comunista, deixando uma marca e um tom peculiar nos eventos.