A Coluna de Maria Prestes pelo Rio Grande do Sul
Desde a convivência com o pai comunista, na década 1940, lutando contra o nazismo na 2ª Guerra Mundial, a menina Altamira Rodrigues Sobral, acostumou-se a encarar uma tarefa revolucionária com muita disciplina. Atualmente, passados os 80 anos, quando poderia usufruir de maior flexibilidade nas agendas, a viúva comunista de Luis Carlos Prestes, agora conhecida como Maria do Carmo Ribeiro Prestes, se dedica à tarefa de defender o legado do chefe militar da Coluna Invicta com o vigor disciplinar que poucos conseguem acompanhar.
Em Porto Alegre, Maria autografa livro para a vereadora Jussara Cony
Tem sido assim, durante o périplo comemorativo dos 90 anos da Coluna Prestes, que atravessou sete cidades do noroeste gaúcho, de onde partiu, em outubro de 1924, a maior marcha revolucionária da humanidade. Quando outros membros da caravana sugerem o cancelamento de algum item da agenda, sob a justificativa de que “dona Maria” se cansaria muito, – matreiramente advogando em causa própria -, ela se apressa em dizer que não está nada cansada, decepcionando os “advogados” exaustos. Mesmo quando os filhos se propunham a revezar nas agendas, a mãe evitava perder aqueles momentos que considerava tão especiais.
Não foi possível atender a todos os pedidos de imprensa durante a caravana
Desta forma, desde Brasília, passando por Porto Alegre, Passo Fundo, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, Ijuí, Santa Maria e voltando a Porto Alegre, tudo em cerca de dez dias, Maria Prestes encontrou forças no ânimo dos filhos Luis Carlos e Mariana, que a acompanharam. Das primeiras horas do dia, partindo de um café da manhã apressado, até perto da meia noite, quando terminavam as enormes filas de jovens estudantes querendo autógrafo no livro “Meu Companheiro, 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes”, ela mantinha o sorriso plácido diante dos comentários de desconhecidos, embora já tivesse dificuldades para se concentrar nas dedicatórias que demoravam a se escrever.
Maria autografa livros no Memorial do Legislativo em Porto Alegre
Em Santa Maria, o estoque de livros tinha se esgotado, o que exigiu um sorteio dos exemplares restantes, disputa que deu um toque divertido ao fim de noite. Todos torcendo para sair seu número da ushanka que Maria traz dos invernos rigorosos da extinta União Soviética para o frio outonal gaúcho. Aliás, ao encerrar um dia desses, só lhe restava cear uma sopinha, antes de dormir para a maratona do dia seguinte, que geralmente incluía algumas horas dentro de um automóvel lotado de malas, até a próxima cidade que conheceu a Coluna Prestes.
Últimos exemplares do livro sao sorteados na ushanka de Maria Prestes
Nesta rotina extenuante seguiram, se dedicando a plenárias, palestras, solenidades, homenagens, entrevistas coletivas e exclusivas, visitas a monumentos e museus, encontros com governador, prefeitos, parlamentares, militares, pesquisadores, artistas, militantes políticos e até mesmo curiosos atraídos pelas reportagens que passavam na televisão. Algumas dessas pessoas traziam fotografias antigas e deterioradas, guardadas com orgulho, mostrando um familiar ao lado de Prestes.
Uma das fotos que anônimos trouxeram para a família, surpreendendo-os.
Em todas as agendas, a família esteve acompanhada dos jornalistas da Fundação Maurício Grabois, Osvaldo Bertolino e Cezar Xavier, responsáveis pelo registro da jornada em texto, áudio, foto e vídeo. O deputado estadual Raul Carrion (PCdoB-RS), presidente da Grabois/RS, se esmerou na confecção meticulosa da agenda, mantendo parte de sua assessoria disponível para o bom andamento da diversificada programação, apoiada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul. Por onde passava, Carrion entregava um mapa da Coluna a entidades e instituições que pudessem fazer bom uso didático do material. O mapa distribuído pela Fundação Maurício Grabois foi feito por Bernardo Joffily e encontra-se em versão interativa na internet: is.gd/THcGj6
Deputado Raul Carrion entrega mapa da Coluna ao Memorial do Legislativo, com presença de Osvaldo Bertolino
Uma jornada com tamanha dimensão, celebrando um evento longínquo, espetacular e polêmico, como foi a Coluna, também foi marcada por contratempos. Incidentes contraditórios que estão relacionados com os tempos do atraso em que vivia o Brasil da República Velha, em que milhares de soldados marcharam atravessando cidades e propriedades rurais para conscientizar a população contra o governo de Artur Bernardes e a necessidade de mudança no sistema político.
Os combates contra tropas do governo relegaram a Coluna a um lugar secundário na historiografia oficial, assim como tantos outros movimentos rebeldes que passam por revisão histórica nas últimas décadas. A chegada da Coluna em pequenas localidades já avisadas pela propaganda oficial das supostas barbaridades que eram cometidas pelos soldados, causava um misto de pânico e solidariedade com os revolucionários.
Uma dualidade anacrônica que ainda deixa marcas nas cidades por onde Maria passa com o sobrenome Prestes. No entanto, é a jornada comunista heroica de Prestes, posterior à Coluna, que deixa mais resquícios de resistência conservadora e reacionária em homenagens localizadas.
Reuniões com executivos e legislativos locais acertaram ações comemorativas dos 90 anos da Coluna
Na passagem por Passo Fundo, por exemplo, um professor universitário fez um apanhado das acusações polemistas que marcam o discurso direitista contra a trajetória de Prestes. Diante de seus alunos, o professor ouviu a defesa contundente feita pelo próprio filho de Prestes, sobre a trajetória de decisões difíceis tomadas pelo pai em momentos de violenta perseguição política, pontuando cada uma das acusações. “É fácil analisar academicamente eventuais falhas de meu pai, sem considerar o contexto histórico da época e as variáveis que estavam colocadas diante dele naquele momento histórico”, criticou Luiz Carlos Prestes Filho.
A Coluna atravessa Brasília
Desde a solenidade no Congresso Nacional, quando foram entregues certificados honoríficos a parentes de combatentes da Coluna, sagrando a marcha militar como um momento inquestionável do heroísmo popular brasileiro, as homenagens e discursos que demarcaram o caráter fundamental daquele evento ocorrido há 90 anos na formação da nação brasileira, foram atropeladas pela conjuntura conservadora. Deputados de oposição ao Governo Dilma interromperam a sessão de forma brusca para dar início a uma sessão ordinária para discutir a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, que visa a desgastar o governo, da mesma forma que desrespeita uma solenidade em homenagem a homens e mulheres da mesma estirpe ideológica da presidenta da República.
Maria Prestes recebe certificado honorífico do senador Inácio Arruda
Isso não impediu que a solenidade fosse marcada pela emoção e brilho desejados pelo senador Inácio Arruda e a deputada Luciana Santos, ambos requerentes do plenário mais importante de Brasília. Os Prestes estavam lá, assim como o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do IPHAN, Andrey Rosenthal Schlee, a professora e historiadora, Marly Vianna e o vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado João Ananias.
Maria Prestes no Salão Nobre da Câmara
Além de Prestes, foram agraciados com os certificados Miguel Costa, comandante geral da Coluna, representado por seu neto Yuri Abyaza Costa, entregue pela deputada Luciana Santos e pelo deputado Chico Lopes (PCdoB-CE). O líder João Cabañas foi representado por sua neta Letícia Cabañas, cujo certificado foi entregue pela presidenta da União Nacional dos Estudantes – UNE, Virgínia Barros e pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE) e o comandante de destacamento João Alberto Lins de Barros, representado pela neta Tatiana Lins de Barros. O único combatente vivo localizado, Ezidro Pires Nardes, não pode comparecer devido à idade avançada (104 anos), tendo sido representado por Cleiton Weizenmann, pesquisador que preserva a história da passagem da Coluna por Dionísio Cerqueira (SC).
Familiares de combatentes da Coluna no Salão Nobre da Câmara
O discurso do Presidente Renan Calheiros, lido pela deputada Jô Moraes, começou dizendo que tratava-se de uma justa homenagem a um episódio marcante da história política de nosso país, que teve como principal causa a insatisfação de parte dos militares com a forma que o Brasil era governado na época: sem direitos democráticos, com graves fraudes eleitorais, grande concentração do poder político nas mãos da elite agrária, e exploração das camadas mais pobres da população.
Calheiros registrou a honra de poder participar de um momento ímpar da democracia ao corrigir um erro do passado político do país. Ele lembrou que o chefe militar da Coluna foi eleito senador com a maior votação de sua época, tendo o mandato cassado em janeiro de 1948, depois que o PCB perdeu o registro em 1947. “Há precisamente um ano, tive a honra de presidir a sessão que reparou essa mácula de nossa história devolvendo o mandato de senador a Prestes. Na oportunidade, como presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, em nome do Parlamento de nosso país pedi desculpas à família de Luiz Carlos Prestes pela atrocidade patrocinada pelo estado contra um ilustre brasileiro, legitimamente escolhido pelo povo para representá-lo”, sublinhou Calheiros.
A proponente da Sessão Solene, Luciana Santos, citou que a memória do povo é a alma da Nação, ao fazer referência à importância do Congresso Nacional ajudar no resgate de um dos momentos que representou um divisor de águas na história brasileira. Para a deputada, uma boa forma de homenagear o “Cavaleiro da Esperança”, era lembrar da definição do poeta Pablo Neruda que disse que “nenhum dirigente comunista da América Latina teve uma vida tão trágica e portentosa quanto Luiz Carlos Prestes”.
O senador Inácio Arruda citou Caio Prado Júnior, que define a Coluna como “um dos episódios máximos da história brasileira”. Arruda enfatizou que o movimento “envolveu homens e mulheres idealistas, abnegados, que abandonaram o conforto de seus lares e suas famílias para se embrenharem no Brasil, ansiando por uma vida melhor para nossa gente”, já que a Coluna aconteceu num momento de crise econômica mundial, onde o Brasil estava inserido como um país dependente.
Com a interrupção no Plenário Ulysses Guimarães, os participantes foram todos, então, para o Salão Nobre, onde a informalidade do espaço favoreceu a comemoração, que tornou-se mais comovente com as manifestações dos parentes de combatentes da Coluna. O lançamento de “Meu companheiro – 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes”, foi uma proposta da Comissão de Cultura, como mais uma edição dos Manifestos Culturais, trazendo também uma exposição sobre os 90 anos da Coluna Prestes, em parceria com a Fundação Maurício Grabois. A exposição relata em painéis a biografia dos participantes da Coluna Prestes e exibe textos, fotografias, vídeos e poesias sobre o movimento, tendo sido levada, também, para localidades do Rio Grande do Sul, por onde a caravana passou.
Tatiana Lins de Barros lê sobre o avô João Alberto na exposição da Câmara
Para a presidenta da Comissão de Cultura, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), “é motivo de orgulho e honra” receber os familiares de Luiz Carlos Prestes, Miguel Costa, João Alberto Lins de Barros e João Cabanas. “O legado da Coluna é o legado luminoso que estamos hoje vivenciando nas conquistas democráticas do povo brasileiro. A pauta da Coluna é uma pauta atual, pela educação pública de qualidade, pelos direitos sociais e aprofundamento da democracia e do sistema político”, destacou ela.
Prestes Filho lembrou a luta do pai contra o conservadorismo da época e disse que esse conservadorismo ainda existe na política atual. “A Coluna é um patrimônio histórico, cultural e social do povo brasileiro, que lutou contra a corrupção e a oligarquia que atrasava o nosso país”, afirmou.
Maria Prestes discursa no Salão Nobre da Câmara
Maria Prestes agradeceu a homenagem feita pelo Congresso e disse que, para além da biografia de sua vida, o livro é um resgate da história do povo brasileiro. Para ela, poucos conhecem a trajetória do “maior comunista da história brasileira”. “O livro conta minha vida ao lado do Luiz Carlos Prestes, homem que até hoje tem o seu nome temido”, pontuou ela, revelando a importância que este sobrenome guarda para os setores que temem o exemplo e a semente deixada entre os movimentos sociais brasileiros que marcham em busca de seus direitos.
Maria e Luis Carlos visitam a exposição na Câmara
Da rejeição à monumentalidade
Se, por onde passa, encontra setores minoritários resistentes ao papel progressista da Coluna e da luta comunista de Prestes, na maior parte do tempo e do espaço geográfico ocupado pela marcha de 1924, a caravana encontra mais gestos de grandeza que mesquinharias. Os encontros com autoridades máximas dos Legislativos e dos Executivos locais não se restringiram a formalidades cordiais, mas avançaram para propostas de marcos concretos de homenagem à Coluna e a Prestes nas cidades onde isso ainda não havia. As celebrações dos 90 anos prometem atravessar o ano, chegando às escolas públicas e aos espaços políticos e culturais de muitas cidades.
Os inúmeros Centros de Tradições Gaúchas (CTG) que cobrem o Estado estão se articulando para celebrar a Coluna como um marco cultural. Estes espaços culturais reúnem tradicionalistas para perpetuar danças, ritmos e toadas típicas, vestuário, gastronomia e hábitos gauchescos. A emoção tomou conta da caravana à chegada em Santo Ângelo, quando um grupo de cavalarianos esperavam Maria e os filhos diante do monumento à Coluna, instalado logo na entrada da cidade, doado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Contendo uma cavalariana, em homenagem às vivandeiras que seguiram a Coluna, a cavalgada prosseguiu pelas ruas da cidade até o Memorial à Coluna Prestes, um belo exemplar da arquitetura ferroviária, construído por Luiz Carlos Prestes, quando era capitão do Exército naquela região. O museu reúne doações da família, como roupas de Prestes, assim como documentos, além de conter uma sala em homenagem à comunista Olga Benário, primeira companheira dele.
Recepção gaúcha no Monumento à Coluna em Santo Ângelo
Outro momento em que foi difícil para os Prestes segurar a emoção foi na zona rural de São Miguel das Missões, região onde ruínas das missões jesuítas atestam o contexto de lutas e fortes lideranças políticas que sempre marcaram a região. Ali, existe um roteiro turístico conhecido como Caminhos Revolucionários, que acompanha as trajetórias de Sepé Tiaraju, Andresito Guacurari, Luiz Carlos Prestes e Chê Guevara pela região, avançando por quatro dias até a Argentina.
Em São Miguel das Missões visita às ruínas jesuítas
Visita a assentamento do MST lembra origem camponesa de Maria
Antes de conhecer as ruínas da célebre catedral jesuíta, considerada Patrimônio Histórico e Cultural Mundial, a caravana participou de um almoço num assentamento do Movimento Sem Terra. Em seu discurso, Maria embargou a voz ao lembrar a história camponesa sofrida, de lutas e perseguições que seu pai teve, enquanto falava a lideranças camponesas da região. A galinhada caipira servida foi um dos momentos memoráveis da viagem, seguida de uma visita à aldeia indígena que também se encontra próxima ao assentamento.
São Luiz Gonzaga é um capítulo à parte, permeado de contradições. Enquanto autoridades disputam com Santo Ângelo a paternidade sobre a partida da Coluna, enciumados com a exploração turística que ocorre na cidade vizinha, vereadores conservadores envergonharam os setores mais avançados da cidade, ao negar uma homenagem a Prestes na Câmara. Comenta-se de votantes que sequer conheciam a trajetória local de Prestes, confundindo-o com um “ladrão de cavalos”.
São Luiz chama a atenção pela preocupação com a preservação de sua história. A cidade conta, não apenas com CTGs, mas também com um Instituto Histórico e Geográfico, como também um Museu Arqueológico, a Confraria Missioneira e a Casa do Poeta. Todos se uniram para homenagear Prestes com esculturas, poemas, récita de pajada e música regional. O mestre payador Orci Machado improvisou um emocionado lamento e pedido de desculpas pela indelicadeza dos vereadores, ao som das gaitas. Ainda na Galeria Histórica do Museu Arqueológico, os Prestes conheceram a escultura do Cavaleiro da Esperança, feita por Vinícius Ribeiro, que sonha fazer uma versão monumental de Prestes sobre o cavalo para um dos trevos da cidade.
Pajador lamenta mesquinhez de parlamentares contra homenagem a Prestes em São Luiz Gonzaga
A comitiva foi recepcionada pelo prefeito Junaro Rambo Figueiredo, que anunciou que durante os eventos programados para outubro, alusivos aos 90 anos da Coluna, a Prefeitura, juntamente com o Instituto Histórico, estarão divulgando oficialmente a concepção de um marco em homenagem ao histórico levante em São Luiz Gonzaga.
Ponto alto da visita à São Luiz, os Prestes foram gentilmente recebidos pelo comandante do 4º Regimento de Cavalaria Blindado, o tenente-coronel Carlos Alberto Klinguelfus Mendes. A visita ao quartel esteve particularmente revestida de simbolismo, pois, em 1984, Prestes visitou a cidade, já bastante idoso, e, comicamente, o quartel foi colocado em prontidão para o caso do comunista atacá-lo. Foi naquele quartel que Prestes montou as bases da famosa Coluna.
Visita ao quartel de onde partiu Prestes em 1924 em São Luiz Gonzaga
Prestes foi promovido a General, no governo Collor, então Maria Prestes foi recebida como viúva de um general do exército. O tenente-coronel Mendes explicou que fez questão de recolocar na entrada do quartel, a placa de inauguração que Prestes adulterou, em 1924, ao tirar o nome do presidente Artur Bernardes. Agora, ela deixa o acervo museológico do quartel para ficar em sua entrada, com a devida explicação histórica.
Placa recolocada na entrada do quartel foi adulterada por Prestes em 1924 subtraindo o nome do presidente Bernardes.
A tarde prosseguiu, mais uma vez, ambígua em São Luiz, com a visita à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, construída pelas mulheres da cidade, por ocasião do acampamento da Coluna. Se a Santa garantisse uma passagem sem derramamento de sangue, elas dedicariam-lhe aquele santuário. A gruta é toda confeccionada com grandes cristais semipreciosos e árvores fossilizadas buscadas em regiões longínquas do Estado. Houve ainda uma visita à Praça da Matriz, onde em 1995 foi plantado um Ipê, em homenagem à Coluna Prestes e, que, após sofrer uma grave agressão, foi recuperado e se desenvolve plenamente. Luiz Carlos Prestes Filho comoveu-se ao ver o esplendor da árvore plantada por ele.
A caravana encerrou-se em Porto Alegre, que em seus primeiros dias, já havia recebido os Prestes como hóspedes oficiais, tanto pelo governador Tarso Genro (PT), quanto pelo prefeito José Fortunati (PDT). Tanto a Câmara Municipal, quanto a Assembleia Legislativa fizeram suas homenagens, entregando a Medalha do Mérito Farroupilha a Luiz Carlos Prestes, honra máxima concedida pelos gaúchos. Agora, ao final da caravana, era preciso voltar à capital para a despedida. Recém-chegados de Santa Maria, onde concluíram intensa agenda, os Prestes seguem direto para as obras do Memorial a Luiz Carlos Prestes.
Mais uma vez são recebidos pelo prefeito Fortunati e por representantes do Instituto Olga Benário, responsável pelo museu. Único prédio de Oscar Niemeyer em Porto Alegre, o monumento já é um marco da cidade com as formas esculturais sinuosas, e o concreto pintado de branco, além das soluções construtivas inventivas do arquiteto comunista, que tanto admirava Prestes.
Monumento e único marco arquitetônico de Niemeyer na capital gaúcha
Não havia forma mais apoteótica de encerrar a caravana, senão vislumbrando uma marca monumental do surgimento e da passagem de Luiz Carlos Prestes entre os gaúchos. No olhar tímido e humilde de Maria Prestes, diante daquele prédio flutuante à beira do rio Guaíba, era possível notar a satisfação da jovem camponesa Altamira Sobral, com a trajetória que o sobrenome Prestes vai ocupando na história nacional, resgatado da perseguição, da tortura, da prisão solitária, da clandestinidade, do exílio, para se tornar símbolo de uma luta que começa a conquistar batalhas no Brasil.
Memorial deve ser inaugurado no início de 2015 com exposição sobre 90 anos da Coluna
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Cavalarianos de Santo Angelo emocionam familia Prestes
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Ultima agenda e visita a obras do Memorial a Luiz Carlos Prestes em Porto Alegre
Prefeito de Porto Alegre recebe Prestes com comitiva responsável pelas obras