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    Comunicação

    No centenário de Paulo Freire, o legado do patrono da educação brasileira

    O educador e pedagogo Paulo Freire, patrono da educação brasileira, completaria um século de vida neste domingo. Ele recebeu o título em reconhecimento ao seu método pedagógico que revolucionou a prática educacional ao propor uma educação horizontalizada, antiautoritária, com desenvolvimento do senso crítico e a serviço da transformação social.   Nascido em Recife, em 1921, […]

    POR: Redação

    11 min de leitura

    Em 1963, Freire executou um notório projeto de alfabetização de mais de 300 adultos em 40 horas, na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte. A experiência foi um sucesso tão grande que, em princípios de 1964, pouco antes do golpe que daria início à Ditadura Militar, o então presidente João Goulart havia oficializado o método de Freire no Plano Nacional de Alfabetização. O que, no entanto, não pôde ser posto em prática por conta da deposição do presidente, das novas políticas autoritárias do governo ditatorial, e a prisão e exílio de Freire. A partir de então, o educador percorreria mais de 50 países, lecionando em diversos centros universitários e aplicando o seu método de alfabetização pelo mundo, sendo amplamente reconhecido e respeitado.
     
     
    Defendendo que uma pedagogia da libertação deveria substituir a pedagogia da dominação, Freire publicou dezenas de livros, é doutor honoris causa em pelo menos 35 universidades pelo mundo, e é referência para formação de professores e educadores em diversos países. Seu livro mais famoso, Pedagogia do Oprimido, foi traduzido para mais de 30 idiomas, sendo a terceira obra mais citada no mundo na área de humanas, segundo estudo da London School of Economics de 2016. Freire é hoje um dos mais conhecidos intelectuais brasileiros. Para saber mais, o portal Grabois replica a lista que o Jornal da USP preparou em homenagem ao centenário de Paulo Freire. Os conteúdos trazem informações sobre o educador e discussões da sua obra.

    Por que celebrar o centenário de Paulo Freire?

    Moacir Gadotti, professor aposentado da Faculdade de Educação (FE) da USP e presidente de honra do Instituto Paulo Freire, destaca no artigo como o educador continua sendo a grande referência de uma educação como prática da liberdade e de uma educação popular. “Não há dúvida de que Paulo Freire deu uma grande contribuição à educação para a justiça social e à concepção dialética da educação. A pedagogia autoritária e seus teóricos combatem suas ideias justamente pelo seu caráter emancipatório e dialético. Seja como for, aceitemos ou não as suas contribuições pedagógicas, ele constitui um marco decisivo na história do pensamento pedagógico mundial”, escreve Gadotti. Confira o artigo completo aqui
    Moacir Gadotti e Paulo Freire – Foto: acervo.paulofreire.org
    A professora Lisete Arelaro ao lado de Paulo Freire – Foto: Reprodução/FEUSP

    Mais que nunca, é preciso Paulo Freire

    O texto traz um pouco da trajetória do educador, sua concepção de educação e sua importância mundo afora, além da recepção atual de sua obra. A Professora Emérita da Faculdade de Educação (FE) da USP Lisete Arelaro, que conviveu com Freire, é entrevistada na matéria e explica por que as ideias de educação do patrono da educação brasileira continuam atuais. Clique aqui para ler o texto.
    Minicurso gratuito fala sobre questões de didática e avaliação em Paulo Freire
    A Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica promoveu um minicurso aberto sobre o centenário de Paulo Freire voltado a professores do ensino básico, alunos de licenciatura e pesquisadores. A transmissão aconteceu pelo YouTube e a aula foi ministrada pela professora Bernardete Gatti, docente aposentada da USP. Foram abordadas as ideias pedagógico-sociais nas obras de Freire, o conceito de didática, o conceito de “dodiscência” e suas implicações na relação professor-aluno e o sentido social do ensinar/aprender/avaliar, entre outros aspectos da obra e trajetória do educador.
    Seminário internacional sobre centenário de Freire discute legado do educador no Brasil e no mundo e atualidade do seu pensamento
    Organizado pela Faculdade de Educação (FE), o seminário Ano 100 com Paulo Freire: tempos, espaços, memórias, discursos e práticas aconteceu entre os dias 7 e 10 de setembro, transmitido pelo YouTube. O evento trouxe especialistas nacionais e internacionais para conversar sobre diversas facetas de Freire.
     

    O legado de Paulo Freire no Brasil e no Mundo

     

    Contribuições para a formação de professores

     

    O legado de Paulo Freire no Brasil e no Mundo

     
     

    Abertura e Seminário Educação como Esperança e Prática de Liberdade:

     

    Podcasts abordam educação libertadora proposta por Paulo Freire, que une vivência e conhecimento

     
    Renato Janine Ribeiro, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, fala em seu podcast Ética e Política sobre o “grande legado de Paulo Freire”, que é o método que valoriza as vivências do educando e busca a libertação de opressões. Ele defende as ideias de Freire no livro Pedagogia do Oprimido: “Alguém quer, em sã consciência, uma sociedade de pessoas oprimidas, humilhadas? Para que a nossa sociedade seja boa, você precisa que as pessoas estejam realmente diante de oportunidades parecidas, iguais.” Clique no player acima para ouvir.
     
    O professor Ricardo Alexino Ferreira, da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP, fala no episódio Em defesa de Paulo Freire sobre o pensamento do educador. Alexino discute a visão de Freire da prática educacional: o pedagogo não acreditava que aluno e educação fossem inertes, marcados pela técnica ou por uma neutralidade. Para Paulo Freire, o sistema de relações sociais dominantes cria uma cultura do silêncio, e o aluno deveria desenvolver uma consciência crítica a fim de reconhecer que essa cultura do silêncio é criada para oprimi-lo.
     
    O economista Luiz Bugarelli, estudante de História na USP e integrante da coordenação da Escola Nacional Paulo Freire, é entrevistado no podcast Brasil Latino sobre a vida e obra de Paulo Freire, em comemoração ao seu centenário.
     
    A importância da pedagogia freireana para a educação socioambiental é discutida no podcast Ambiente É o Meio, a partir da valorização de Paulo Freire à relação do ser humano com o mundo. Para falar sobre isso, o professor Ivo Dickmann, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Chapecó (Unochapecó), foi convidado. A importância, para Freire, da relação do ser humano com o mundo é o principal link que permite aproximar sua pedagogia à pedagogia ambiental.

    Paulo Freire aplicado à prática jornalística: como fazer um jornalismo emancipatório?

    A educação não foi a única área que se beneficiou das contribuições teóricas de Paulo Freire. O jornalismo é visto sob uma ótica freireana no livro Jornalismo e Emancipação: Uma Prática Jornalística Baseada em Paulo Freire, de Dennis de Oliveira, professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Publicado em 2017, o livro tem 173 páginas e pode ser encontrado no site da editora Appris.
    A publicação é assunto no podcast Diversidade em Ciência, em que Oliveira é entrevistado e apresenta conceitos e propostas do educador e filósofo Paulo Freire relacionados à prática do jornalismo. A entrevista é dividida em três blocos:

    Revista de Estudos Culturais teve edição dedicada inteiramente a Paulo Freire

    A quinta edição da Revista de Estudos Culturais, produzida em 2020 pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP Leste, traz o Dossiê Paulo Freire. Todos os seis artigos interdisciplinares estão disponíveis on-line e trazem propostas de diálogo entre a obra de Freire e áreas distintas do conhecimento. Pesquisadores de outras unidades da USP e até mesmo de outras universidades foram convidados a colaborar. Confira:

    Revista Educação e Pesquisa aborda a visão de igualdade e liberdade para Freire

    No volume 45 da revista Educação e Pesquisa, produzida em 2019 pela Faculdade de Educação (FE) da USP, o texto de Walter Omar Kohan, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), fala sobre Freire e o valor da igualdade em educação, a partir do sentido filosófico de igualdade em uma educação que quer ser libertadora. Já no volume 47, deste ano, a produção de Andressa Urtiga Moreira e Lúcia Helena Cavasin Zabotto Pulino, ambas da Universidade de Brasília, explora o conceito de liberdade. Elas discutem essa liberdade a partir das contribuições de Paulo Freire e de Lev Vigotski, psicólogo bielorrusso, na perspectiva da educação e direitos humanos.

     

     

     

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