A Teoria Marxista Das Classes e da Luta de Classes
A TEORIA marxista das classes e da luta de classes, formulada por Marx e confirmada pela experiência secular do movimento socialista, é um instrumento poderoso nas mãos dos comunistas de todos os países na luta pela derrubada do capitalismo e a vitória do socialismo. Guiado pela teoria marxista-leninista de classes e da luta de classes, o Partido Bolchevique assegurou a liquidação do capitalismo e a edificação do socialismo na U.R.S.S. Os Partidos Comunistas de todos os países têm lutado e conquistado vitórias orientados por essa teoria.
Toda sorte de desvios da teoria marxista da luta de classes, como nos ensina a experiência histórica do movimento da classe operária, leva à degenerescência burguesa do movimento socialista. Todos sabem perfeitamente a que ponto de subserviência à burguesia, caiu o reformismo social-democrático que condenou ao esquecimento a teoria marxista da luta de classes e substituiu-a pela teoria de colaboração entre a classe dos explorados e a classe dos exploradores. Na pessoa dos atuais socialistas de direita, o reformismo social se pôs abertamente a serviço do imperialismo americano.
A burguesia imperialista, através de seus agentes, esforça-se por todos os meios possíveis para desintegrar as fileiras do movimento comunista, para semear o descrédito na teoria marxista-leninista, para embotar a lâmina da teoria marxista-leninista da luta de classes e para arrastar os comunistas ao caminho do reformismo. É perfeitamente sabido que traidores como Bukharin, que se venderam ao imperialismo, lutaram contra a teoria marxista de luta de classes e defenderam a teoria capitulacionista da transição pacífica do capitalismo para o socialismo.
Quanto é pernicioso esse afastamento da teoria marxista da luta de classes, demonstra-o a falência política da direção iugoslava que se afastou do internacionalismo e passou para a posição do nacionalismo pequeno burguês. Os dirigentes iugoslavos viraram as costas à Frente Única Socialista contra o imperialismo e enveredaram pelo caminho da traição à causa da solidariedade internacional dos trabalhadores, expondo assim a Iugoslávia ao perigo de ser escravizada pelos Estados imperialistas.
A renúncia à teoria marxista da luta de classes leva inevitavelmente à submissão e à capitulação à burguesia. Não é a toa que os imperialistas de todos os países atacam tão ferozmente a teoria marxista da luta de classes numa tentativa para privar a classe operária de sua arma mais poderosa.
Os economistas e historiadores burgueses que precederam Marx, reconheceram a existência das classes e da luta de classes na sociedade, mas achavam que a divisão da sociedade em classes era uma lei eterna e imutável da sociedade e apoiavam a reconciliação das contradições de classe. Para eles a divisão em pobres e ricos era uma condição natural e permanente da sociedade.
Marx demonstrou que a existência de classes não era eterna, que estava ligada às formas historicamente determinadas do desenvolvimento da produção e das relações de produção baseadas na propriedade privada dos meios de produção. Além disso, Marx mostrou o caminho para a eliminação das classes e indicou qual a força social que libertaria a sociedade do antagonismo das classes.
A descoberta do papel histórico, mundial, da classe operária, decoveiro do capitalismo e construtor da sociedade socialista constitui um grande serviço prestado por Marx. Entre toda a massa do povo trabalhador e explorado, o marxismo considera a classe operária como a mais consequentemente revolucionária até o fim, a classe que não está amarrada a empecilhos de propriedade, privada, que cresce com o desenvolvimento do capitalismo e que, portanto, é capaz de destruir o capitalismo e de dirigir as massas trabalhadoras para o socialismo.
Marx mostrou que a luta de classe do proletariado tem inevitavelmente que levar à liquidação da dominação política da burguesia e ao estabelecimento da ditadura do proletariado que constitui uma arma indispensável para destruir as classes e afastar as condições que dão lugar às distinções de classes e à exploração do homem pelo homem.
O marxismo-leninismo ensina que o papel dirigente da classe operária na luta pela liquidação do capitalismo e na reconstrução socialista da sociedade não é atingido de maneira elementar, mas sob a direção do partido revolucionário da classe operária. Os comunistas levam a bom termo a luta de classe do proletariado porque são a parcela mais avançada e organizada da classe operária e porque possuem um compreensão científica das condições, do curso e dos resultados gerais do movimento proletário.
Só um partido marxista é capaz de elevar as massas ao nível dos interesses de classe do proletariado, só um partido dessa natureza é capaz de afastar a classe operária do caminho do sindicalismo e de transformá-la numa força política independente. O partido, salienta o camarada Stálin, é o dirigente político da classe operária:
«Nenhum exército, em tempo de guerra, pode prescindir de um Estado Maior experiente, se não quiser ser condenado à derrota. Não é claro que o proletariado tão pouco, e com maior razão ainda, pode prescindir de seu Estado Maior, se não quiser ficar à mercê de seus inimigos mortais? Mas qual é seu Estado Maior? Não pode ser outro senão o partido revolucionário do proletariado. Sem um partido revolucionário, a classe operária é como um exército sem Estado Maior. O partido é o Estado Maior de combate do proletariado».(1)
A existência do partido revolucionário permite ao proletariado conduzir, de maneira organizada, a luta contra o capital e pela edificação da sociedade socialista. O partido dá uma orientação correta às massas de milhões de proletários a fim de que elaborem e executem a estratégia e as táticas da luta de classe do proletariado. Graças à direção desse partido, a classe operária leva em consideração, corretamente, a correlação das forças de classe, encontra e tira vantagens dos resultados em sua luta contra a classe capitalista. Ainda graças ao partido, que está armado com a teoria marxista das classes e da luta de classes, o proletariado conquista aliados na luta contra o capital e encontra a linha justa para pô-la em prática em relação a esses aliados.
O movimento comunista deve sua teoria e sua prática corretas, seus sucessos na luta contra o capitalismo, aos grandes dirigentes — Marx, Engels, Lênin e Stálin. Os fundadores e dirigentes do comunismo armaram a classe operária com o conhecimento das leis da luta de classes e da reorganização socialista da sociedade, com a compreensão do papel do Partido Comunista como a arma mais poderosa do proletariado na luta pela vitória do Comunismo.
Os dirigentes reformistas da social democracia, com suas atividades traiçoeiras, causaram grandes prejuízos ao movimento socialista, subordinando-o aos interesses da burguesia. O movimento comunista cresceu e fortificou-se na luta contra o reformismo e seus dirigentes decadentes.
Lênin e Stálin, criando o partido de novo tipo — o partido dos Bolcheviques, leal ao espírito revolucionário dos ensinamentos de Marx e Engels — elevaram o movimento comunista a novas alturas, assinaladas pela vitória do socialismo num dos mais poderosos países do mundo e pelo crescimento gigantesco das forças do socialismo em todos os outros países.
O Proletariado, seu Papel Dirigente e seus Aliados
A TEORIA marxista da luta de classes baseia-se na concepção da hegemonia do proletariado. Defendendo essa teoria da hegemonia do proletariado no movimento de libertação, Marx e Engels moveram uma luta incessante contra o desprezo pelas camadas não-proletárias das massas trabalhadoras, especialmente o campesinato, bem como contra a tendência oportunista, pequeno-burguesa, da social democracia que substituía a concepção de «povo» pela divisão da sociedade em classes e colocava em último plano a luta de classes.
Marx e Engels condenavam severamente os social democratas alemães por incluírem em seu programa (Gotha), em 1875, a tese lassalleana segundo a qual, em relação a classe operária todas as outras classes constituem apenas uma única massa reacionária. Marx e Engels mostraram que essa tese de Lassalle constituía uma deturpação muito crua do Manifesto do Partido Comunista.
Marx e Engels demonstraram que de todas as classes que se opunham à burguesia, só o proletariado era uma classe revolucionária conseqüente até o fim. Quanto às camadas intermediárias (camponeses, artesãos), tornam-se revolucionárias na medida em que abandonam seu próprio ponto de vista de aceitar o ponto de vista revolucionário. Mas isto não só não nega como pressupõe que a classe operária pode ter aliados nessa camada.
Marx e Engels atacavam incansavelmente as tentativas anti-revolucionárias dos lassalleanos e seus seguidores para isolar a classe operária de seus aliados possíveis e naturais na luta contra a opressão e a exploração dos latifundiários e capitalistas. Marx salientou que somente quando o proletariado fosse apoiado pelo pequeno campesinato poderia a revolução proletária «assenhorear-se do coro, sem o qual seu solo em todos os países agrários será transformado em canção do cisne».
Marx e Engels não criticavam menos severamente os oportunistas social-democratas que se utilizavam por todos os meios possíveis da palavra «povo» sem a menor tentativa para analisar a base de classe dessa concepção. Com seu fraseado pequeno burguês sobre o «povo» como uma só massa, sobre o Estado como uma espécie de organização acima das classes, os oportunistas encobrem sua negação do papel dirigente da classe operária na luta pela democracia e o socialismo.
Marx e Engels enfaticamente repudiaram as afirmativas dos oportunistas social-democratas de que o Estado poderia pairar acima das classes como um órgão de «todo o povo», reconciliando o antagonismo das classes. Os fundadores do marxismo pensavam que se o proletariado se apoderasse do poder político por meio da revolução, utilizaria esse poder, não para reconciliar e perpetuar as classes, mas para pôr fim à existência de contradições de classes, para liquidar as classes em geral.
Lênin e Stálin, na luta contra os oportunistas, defenderam e desenvolveram a teoria marxista da luta de classes, concretizaram os ponto de vista de Marx e Engels na questão da atitude que o proletariado deveria adotar em relação às massas não-proletárias dos trabalhadores.
Lênin e Stálin submeteram a uma crítica severa a teoria dos populistas que encobria a divisão da sociedade em classes e o aguçamento da luta de classes com o desenvolvimento do capitalismo, que tratava o povo como uma espécie de unidade única sem diferenças internas de classe. Encobrindo a diferença de classes no seio do campesinato e o crescimento dos kulaks, os populistas refletiam os interesses dos kulaks. No interesse da burguesia os populistas e seu último rebento, os social-revolucionários, procuraram encobrir as contradições de classe, afastar as massas da luta de classes, e inoculá-las com a ideologia da conciliação entre oprimidos e opressores.
Em contradição com os populistas e reformistas social-democratas que negavam o papel dirigente do proletariado na luta de libertação, Lênin e Stálin acentuaram bastante o papel histórico-mundial do proletariado como libertador da humanidade da escravidão capitalista. Em seu livro extraordinário, Quem São os «Amigos do Povo» e Como Lutam Contra os Social Democratas?, disse Lênin:
«Mesmo os social-democratas dirigem toda sua atenção e todas as suas atividades para a classe operária».
Acentuando o papel histórico mundial do proletariado, o camarada Stálin já salientava em 1901:
«. . .Na Rússia, e em geral por toda parte, só o proletariado revolucionário é chamado pela história para libertar a humanidade e proporcionar felicidade ao mundo»(2).
Os fundadores do Partido Bolchevique desmascararam e anularam os esforços dos mencheviques para dissolver o proletariado, na massa geral dos trabalhadores, para diminuir e reduzir a nada o papel dirigente do proletariado como classe revolucionária conseqüente. Lênin e Stálin defenderam e desenvolveram a tese marxista segundo a qual, para cumprir seu papel dirigente, a classe operária deve organizar-se como um partido político independente.
Já no período em que o Projeto do Programa do Partido estava sendo elaborado, em 1902, surgiram sérias divergências entre Lênin de um lado, e Plekhanov, Zasulich e seus seguidores do outro, sobre a questão do papel do proletariado e seu partido na reorganização revolucionária da sociedade.
Nesse Projeto de Programa, Plekhanov andou inteiramente errado na questão das relações do proletariado com os pequenos produtores. No projeto da Plekhanov a classe operária não era considerada, sob qualquer aspecto, como diferente da massa geral dos trabalhadores e da população explorada. Em seu projeto havia afirmações gerais sobre o crescimento do descontentamento das massas trabalhadoras e exploradas. Criticando essas teses incorretas de Plekhanov, escreveu Lênin:
«O descontentamento das massas trabalhadoras e exploradas aumenta sempre. Isto é verdade, mas é absolutamente incorreto identificar e fundir um com o outro o descontentamento do proletariado e o dos pequenos produtores, como se faz aqui. O descontentamento dos pequenos produtores freqüentemente provoca (e inevitavelmente tem que provocar em seu seio ou entre uma parte considerável, desse setor) o desejo de defender sua existência como pequeno proprietário, isto é, de defender a base da ordem atual ou mesmo de fazê-la caminhar para trás»(3).
Lênin provou também a insustentabilidade da afirmativa de Plekhanov de que o partido marxista não constitui um partido da classe operária mas é um partido dos trabalhadores tanto quanto dos pequenos proprietários. Nessa afirmativa de Plekhanov transparece a falta de compreensão do papel dirigente do proletariado na luta revolucionária, e a falta de compreensão do papel do partido marxista como vanguarda da classe operária, como a forma mais alta de organização de classe do proletariado.
Plekhanov e seus seguidores não compreenderam que o partido marxista é a arma mais poderosa nas mãos do proletariado para a derrubada do poder do capital, para a tomada do poder político e sua consolidação. Encobrir o caráter de classe do partido marxista significava a completa deturpação da tese marxista sobre as relações do proletariado com as demais massas trabalhadoras e exploradas.
Como é perfeitamente sabido, os liquidacionistas mencheviques subseqüentemente negaram a necessidade de um partido independente da classe operária e sugeriram a dissolução do partido e a formação de um «Congresso de Trabalhadores» sem partido, ou uma organização apartidária dos trabalhadores em geral.
Ao mesmo tempo em que trabalhava na elaboração do programa do partido, Lênin criticava as propostas de Zasulich que, em substância, se resumiam na substituição do conceito da luta de classe do proletariado pelo conceito da luta de todo o povo trabalhador e explorado. Lênin salientou que os pequenos produtores constituem uma camada social especial, que, apesar de também estar ligada ao proletariado por milhares de laços e estágios transitórios, é contudo uma camada social especial que oscila entre o proletariado e aburguesia.
Lênin provou que o partido marxista só poderá tornar-se o dirigente do povo revolucionário se seguir a política de classe do proletariado, se superar as vacilações e a instabilidade das camadas não-proletárias das massas trabalhadoras. Só na base de uma política dessa natureza poderá o partido dos trabalhadores esperar que os elementos pequeno-burgueses abandonem seu próprio ponto de vista e, no curso da luta, aceitem o ponto de vista proletário.
Lênin explicou que as massas trabalhadoras só poderão conquistar sua liberdade e melhorar sua posição sob a direção da classe operária. A tarefa do partido marxista em relação às massas trabalhadoras não-proletárias consiste em explicar-lhes o desespero de sua posição na sociedade capitalista e a necessidade de uma revolução social no interesse da libertação dessas massas da opressão do capital.
Lênin e Stálin moveram uma luta decidida contra os mencheviques e trotskistas que franziam o nariz à simples menção das palavras «povo» e «democracia revolucionária». Lênin explicou que o marxismo divide O «povo» em «classes» não porque deseje que a classe operária se isole em seu próprio seio, mas porque sabe que como
«. . . ela não padece de qualquer política indecisa, instabilidade ou falta de determinação das camadas intermediárias, ela lutará pela causa de todo o povo e à frente de todo o povo, com a maior energia e o maior entusiasmo»(4).
Lênin e Stálin provaram a existência de possibilidades revolucionárias nas fileiras da maioria do campesinato, e a necessidade de utilizá-las na luta da classe operária pela democracia e o socialismo. O capitalismo estrangula e arruma os pequenos produtores, impele-os à pobreza, à ignorância e à miséria e a uma existência desprovida de direitos. A opressão dos capitalistas, latifundiários e comerciantes engendra inevitavelmente a indignação entre as amplas massas, do campesinato. Por sua própria experiência os camponeses trabalhadores convencem-se de que só podem encontrar um aliado seguro na classe operária, de que só em aliança com a classe operária poderão livrar-se da escravidão latifundiário-burguesa.
A atitude negativa para com a questão camponesa é típica dos mencheviques, bem como de todos os partidos oportunistas da Segunda Internacional, esses partidos sempre temeram a revolução, nunca tiveram fé na vitória do proletariado e, por conseguinte, não se interessavam pela questão de aliados do proletariado na revolução. Ao desmascarar o significado anti-revolucionário dessa atitude de desprezo dos partidos da Segunda Internacional para com o campesinato, o camarada Stálin salientou que:
«A atitude irônica dos «heróis» da Segunda Internacional para com o problema camponês é por eles considerada como sinal de bom gosto, sinal de marxismo «autêntico». De fato, não há um só grão de marxismo nessa atitude, porque a indiferença para com um problema tão importante como o problema camponês, às vésperas da revolução proletária, não é mais que um aspecto da negação da ditadura do proletariado, um sinal indiscutível de traição direta do marxismo»(5)
O Partido Bolchevique, como partido revolucionário que prepara o proletariado para a revolução, tem dedicado a maior atenção à questão camponesa como a questão de um aliado para o proletariado em sua luta pelo poder. No leninismo a questão sobre os aliados do proletariado recebeu o mais detalhado e profundo aperfeiçoamento na base de uma análise concreta dos interesses de várias classes sociais e sua atitude para com a revolução em suas diversas etapas.
Assim como na questão da hegemonia do proletariado Lênin elaborou de maneira extraordinária a estratégia e as táticas do partido marxista na revolução, desenvolveu também a tese da transformação da revolução democrático-burguesa na revolução socialista. Lênin revelou o reagrupamento das forças de classe que necessariamente tem que ocorrer no curso da transição da revolução burguesa para uma revolução socialista.
Lênin salientou que numa situação histórica concreta, os elementos do passado bem como os do futuro, vários elementos da revolução democrática, bem como da revolução socialista, entrelaçam-se. Mas Lênin salientou que isto não deve ser utilizado para ocultar as diferenças óbvias e determinadas entre a revolução democrático-burguesa e a socialista. Os marxistas não devem nunca esquecer que a luta de classe do proletariado pelo socialismo, mesmo contra a burguesia mais democrática e republicana, é inevitável.
A transição para a revolução socialista significa inevitavelmente um reagrupamento de forças de classe. Definindo a política do partido marxista em várias etapas da revolução, Lênin salientou:
«À frente de todo o povo e, especialmente, do proletariado .pela liberdade completa, por uma revolução democrática consequente por uma república! À frente de todo o povo trabalhador e explorado — pelo socialismo!»(6).
Lênin mostrou que a hegemonia do proletariado constitui uma condição necessária para que a revolução democrático-burguesa se transforme numa revolução socialista. Lênin mostrou também que o proletariado tem que completar a revolução socialista em aliança com a massa das camadas semi-proletárias da população a fim de quebrar pela força a resistência da burguesia e paralisar a instabilidade do campesinato e da pequena burguesia.
A Luta de Classes, Força Motriz da História
APERFEIÇOANDO a teoria da transformação da revolução democrático-burguesa numa revolução socialista, Lênin enriqueceu e concretizou os ensinamentos marxistas sobre a luta de classes e sobre as pré-condições para a vitória da revolução socialista.
A teoria marxista-leninista da luta de classes foi desenvolvida e confirmada na luta contra as teorias burguesas e reformistas, segundo as quais o progresso só é possível à base da «solidariedade», da «colaboração» de todas as classes da sociedade burguesa. Lênin e Stálin defenderam e desenvolveram os ensinamentos marxistas sobre a luta de classes, explicaram que esta é a principal força motriz da história, desmascararam a essência burguesa da teoria reformista da harmonia de classes, a teoria de colaboração do proletariado e da burguesia.
«Segundo os ensinamentos do socialismo, isto é, do marxismo (pois do socialismo não-marxista não podemos agora falar seriamente), a verdadeira força motriz da história é a luta revolucionária das classes, as reformas são sub-produtos dá luta, sub-produtos porque expressam a tentativa fracassada de enfraquecer, de diminuir a agudeza da luta, etc. Segundo os ensinamentos dos filósofos burgueses, a força que impulsiona o progresso é a solidariedade de todos os elementos da sociedade, que reconhecem a «imperfeição» de todas as realizações. Os primeiros ensinamentos são materialistas, os segundos, idealistas. Os primeiros, revolucionários, os segundos, reformistas. Os primeiros determinam as táticas do proletariado no mundo capitalista moderno, os segundos, as da burguesia»(7).
Os modernos socialistas de direita negam de todas as maneiras a idéia da luta de classes e, sob a bandeira do «socialismo democrático», agarram-se à gasta teoria burguesa de um «sólido» progresso social. Os socialistas de direita estão mortalmente apavorados com a possibilidade de que um único fio de cabelo caia da cabeça dos monopolistas, de que os interesses dos exploradores sejam prejudicados na mais Ínfima proporção. Isto seria uma «violação da democracia»!
Os socialistas de direita declaram que apóiam o socialismo, mas ao mesmo tempo procuram convencer os trabalhadores de que só é possível conquistar o socialismo colaborando com os capitalistas. Estão prontos a pôr em prática apenas as medidas que forem aprovadas pela burguesia, isto é, medidas vantajosas para a burguesia.
O líder do Partido Trabalhista Britânico, Attlee, proclama que o socialismo só pode ser atingido através da combinação do capitalismo com a «economia planificada». Defendendo essa mesma idéia da inviolabilidade do capitalismo o teórico do partido trabalhista, Laskí, exorta a burguesia britânica a colaborar com os trabalhadores a fim de evitar uma revolução social.
Os dirigentes trabalhistas, em sua tentativa de mistificar os trabalhadores, são apoiados pelo «socialista independente» Kingsley Martin, que assegura aos trabalhadores que o socialismo não pode resultar da luta de classes, que só pode ser atingido em conseqüência de uma vitória «socialista» nas eleições.
O «caminho para o socialismo» dos trabalhistas significa na realidade o enriquecimento dos capitalistas e o empobrecimento da classe, operária. Sob o governo trabalhista os lucros dos capitalistas subiram uma vez e meia, enquanto as rações alimentares dos trabalhadores foram reduzidas também uma vez e meia.
Rejeitando a luta de classes e a hegemonia do proletariado, os socialistas de direita estão de fato ajudando a burguesia a salvar o capitalismo, a afastar os trabalhadores da verdadeira luta pelo socialismo. Os socialistas de direita deram crédito à tese sobre «socialismo democrático», geralmente aceita pela burguesia; essa tese pretende freiar as massas com sua barreira ideológica constituída de grandes palavras sobre democracia e socialismo, coonestar a contradição de classes da sociedade burguesa e liquidar a luta de classes.
Esse «socialismo democrático» não é senão a teoria e a prática do repúdio do papel dirigente do proletariado na luta pelo socialismo, a teoria e a prática da subordinação do proletariado à burguesia. Esse «socialismo democrático» é a arma ideológica e política da burguesia na luta pela preservação do capitalismo, contra o socialismo.
O marxismo-leninismo ensina que a lei geral da revolução socialista é a derrubada violenta do poder das classes exploradoras e o estabelecimento da ditadura do proletariado. Só a classe operária, dirigida pelo partido marxista-leninista, é capaz de dirigir e levar a cabo a luta de classes contra os exploradores, de unir as massas trabalhadoras não-proletárias, de reeducá-las e levá-las para o socialismo.
Essa lei geral da revolução socialista foi confirmada pelo curso dos acontecimentos históricos. A Grande Revolução Socialista de Outubro na U.R.S.S. e a vitória dos princípios socialistas provaram a grande verdade atual dos ensinamentos marxistas-leninistas sobre a ditadura do proletariado. O camarada Stálin salientou que a Revolução Socialista de Outubro é um exemplo clássico da aplicação prática da teoria leninista da ditadura do proletariado.
O reconhecimento da necessidade de prosseguir sem esmorecimento na luta de classes é a pedra angular da teoria marxista-leninista sobre a transformação da sociedade capitalista numa sociedade socialista. O marxismo-leninismo é incompatível com as idéias oportunistas de que a transição do capitalismo para o socialismo pode ser efetuada por meios pacíficos, à base de eleições parlamentares.
É perfeitamente sabido que nos países capitalistas o poder da burguesia é mantido pela coerção incessante das massas exploradas dos trabalhadores pelas classes exploradoras. As instituições democráticas nos países capitalistas apenas constituem uma cortina que esconde a ditadura da burguesia, sua dominação sem limites sobre o povo trabalhador. Nenhuma eleição, nenhum parlamento pode arrebatar o poder da burguesia e liquidar o domínio do capital.
A classe operária luta por direitos democráticos para criar condições favoráveis à luta pelo socialismo. Os socialistas de direita que afirmam ser possível acabar com a escravidão capitalista por métodos parlamentares, apenas defendem a ditadura da burguesia contra sua derrubada violenta, pelo proletariado. A violência da burguesia contra os trabalhadores só pode ser liquidada pela luta de classes revolucionária.
«A ditadura do proletariado significa a derrubada da burguesia por uma única classe, e o que é melhor, para ser preciso, por sua vanguarda revolucionária. Esperar que essa vanguarda deva primeiramente conseguir uma maioria no parlamento burguês, nas instituições burguesas, etc., isto é, através de votos, enquanto ainda perdura a escravidão dos salários, enquanto os exploradores ainda existem e exercem sua opressão, enquanto ainda perdura a propriedade privada dos meios de produção, esperar isto ou pressupô-lo, significa na realidade abandonar completamente o ponto de vista da ditadura do proletariado e aceitar o ponto de vista da democracia burguesa»(8).
A experiência histórica demonstra que a burguesia, mesmo nas «mais democráticas eleições», dispõe de milhares de meios para fazer pressão sobre os eleitores, lança mão de milhares de truques para ludibriar as massas, para falsear a vontade dos eleitores. Enquanto a burguesia tiver em suas mãos todo o aparelho estatal, todas as alavancas da vida econômica, todos os meios de propaganda, haverá sempre, em qualquer parlamento, uma maioria de seus representantes, seus agentes submissos.
Só depois que a vanguarda da classe operária, apoiada pela maioria dessa classe, esmagar o poder dos exploradores e libertar as massas da opressão econômica, política e moral, só então será possível, em ampla escala, educar politicamente e unificar as grandes massas de trabalhadores em torno do proletariado, só então será possível dar, expressão real à verdadeira vontade da população trabalhadora.
O marxismo-leninismo previu, e a Revolução Socialista de Outubro confirmou admiràvelmente, que depois da derrubada do poder dos exploradores a luta de classes não termina antes se torna mais aguda,
«A transição do capitalismo para o comunismo representa toda uma época histórica. Até que esta época termine os exploradores cultivarão inevitavelmente esperanças de restauração, e essas esperanças se converterão em tentativas de restauração. E depois de sua primeira e séria derrota, os exploradores derrubados, que não esperavam sê-lo, nunca pensaram nessa possibilidade, nem por um minuto, atirar-se-ão, com energia dez vezes maior, com paixão desenfreada e com um ódio dez vezes maior, à luta pela reconquista de seu «paraíso» perdido para suas famílias que levavam uma vida tão fácil e agradável e a quem, agora, o «rebanho comum» condena à ruína e à pobreza (ou ao «trabalho comum»). . .
«No trem dos exploradores capitalistas encontrar-se-ão as amplas massas da pequena burguesia, a cujo respeito a experiência histórica de todos os países, há décadas, testemunha que vacilam e hesitam, marchando um dia atrás do proletariado e no dia seguinte fugindo das dificuldades da revolução; que são tomados de pânico à primeira derrota ou semi-derrota dos trabalhadores, ficam nervosos, correm de um lado para outro desnorteados, choram, e correm de um campo para o outro. . . como nossos mencheviques e revolucionários-socialistas.»(9)
A experiência da revolução socialista na U.R.S.S. mostra que a classe operária só pode desempenhar seu papel dirigente na reorganização socialista da sociedade e estabelecer o socialismo através da supressão implacável da resistência das classes exploradoras.
As classes exploradoras, derrubadas pela Revolução de Outubro, organizaram uma luta armada contra o poder soviético com o apoio de imperialistas estrangeiros. A Guerra Civil constituiu a forma mais aguda de luta de classes do proletariado contra a burguesia e os latifundiários. A derrota militar das forças da contra-revolução interna e dos imperialistas-intervencionistas estrangeiros constituiu uma vitória histórica, mundial, do proletariado na luta de classes contra o capitalismo.
Mas mesmo depois disto não cessou a luta de classes; apenas assumiu novas formas. Além disso, os elementos hostis ao poder soviético conseguiram o apoio de imperialistas estrangeiros que não hesitaram em lançar mão de qualquer método em sua guerra contra o Estado Soviético.
O desenvolvimento da sociedade soviética durante o período transitório foi assinalado pela fórmula de Lênin: «Quem Vence a Quem»? O Partido Bolchevique aplicou incansavelmente esta política pela vitória dos elementos socialistas sobre os elementos capitalistas. Os sucessos do poder soviético provocavam uma oposição cada vez maior dos elementos capitalistas. A nacionalização da indústria, dos bancos, dos transportes e da terra, efetuada pelo poder soviético, arrancou a base econômica do poder dos capitalistas e latifundiários, mas as classes exploradoras ainda não haviam desaparecido.
Sob a Direção do Partido Bolchevique, o Proletariado Constói o Socialismo
O PARTIDO Bolchevique e o Estado Soviético efetuaram, nas condições da NEP, a política de restrição e expropriação dos elementos capitalistas, o que reduziu consideravelmente a força do setor capitalista na economia em relação ao setor socialista.
As classes exploradoras desenvolveram uma resistência feroz ao avanço vitorioso do socialismo, organizando atos de sabotagem, depredações, sonegações e espionagem para os Estados imperialistas. Além disso, as classes hostis ao poder soviético e os estados burgueses estrangeiros tinham agentes dentro do partido nas pessoas dos trotskistas e bukharinistas. Esses agentes traidores tentaram de toda maneira possível minar o papel dirigente do partido no Estado, quebrar a unidade de suas fileiras, afastar o partido do caminho leninista e levá-lo para o caminho da restauração do capitalismo, para o caminho da submissão aos Estados imperialistas.
A realização da política leninista-stalinista de industrialização socialista do país e de coletivização da agricultura foi de importância decisiva para a vitória do socialismo e para a liquidação das classes exploradoras, porque a realização dessa política resultou na completa destruição dos elementos capitalistas nas cidades e nos campos. Não foi por acaso que os elementos capitalistas, imperialistas estrangeiros e seus agentes — trotskistas e bukharinistas — lutaram com tamanha ferocidade contra a industrialização do país e a coletivização da agricultura.
Pela primeira vez na história, o Partido Bolchevique era obrigado a resolver a gigantesca tarefa orgânica relacionada com a edificação dos fundamentos da economia socialista, ligando-a à reconstrução da pequena produção, ao mesmo tempo implantando a disciplina socialista no trabalho. Realizando essas grandes tarefas, o papel dirigente da classe operária como criadora da nova sociedade socialista destacou-se de maneira particularmente poderosa. Sem a orientação do Estado, de todo o progresso da sociedade, pela classe operária, não teria sido possível levar a cabo essas grandes tarefas.
A classe operária só foi capaz de cumprir sua missão histórica sob a liderança do Partido Comunista. O Partido Bolchevique esmagou todos os grupos anti-leninistas e assegurou a unidade nas fileiras da classe operária. A influência dos mencheviques e outros servidores da burguesia no seio da classe operária foi em grande parte liquidada antes da revolução socialista, impedindo assim uma divisão da classe operária.
A direção unitária de um só partido, a saber, o Partido Bolchevique, foi a garantia da vitória da revolução socialista e dos sucessos da classe operária da U.R.S.S. na edificação da sociedade socialista.
«Ao mesmo tempo em que educa o Partido dos trabalhadores, o marxismo ensina a vanguarda do proletariado, capaz de tomar o poder e de dirigir todo o povo para o socialismo, a dirigir e organizar a nova ordem, a ser um mestre, um guia e o dirigente de todo o povo trabalhador na tarefa de organizar sua vida social sem a burguesia e apesar da burguesia»(10).
Lênin assinalou que durante o período de transição do capitalismo para o socialismo, durante o período da luta implacável da classe operária contra os exploradores, durante o período da luta contra os elementos pequeno-burgueses, a importância da disciplina partidária aumenta consideravelmente. Lênin ensinou que o repúdio dopapel do partido e da disciplina partidária é o mesmo que desarmar o proletariado no interesse da burguesia.
Desenvolvendo as idéias de Lênin sobre o papel dirigente e orientador do partido, o camarada Stálin mostrou que o partido é, sob todos os aspectos, a forma mais alta de organização de classe do proletariado, a arma principal de que dispõe a classe operária para atingir a ditadura do proletariado e, em seguida, para consolidá-la e estendê-la.
«Mas, que significa «manter» e «estender» a ditadura? Significa imbuir milhões de proletários do espírito de disciplina e organização; significa dar às massas proletárias um esforço e um ponto de apoio contra as influências perniciosas da espontaneidade pequeno-burguesa e dos hábitos pequeno-burgueses; significa reforçar o trabalho de organização dos proletários para a reeducação e transformação das camadas pequeno-burguesa; significa ajudar as massas proletárias a se educarem como uma força capaz de abolir as classes e de preparar as condições para a organização da produção socialista. Mas é impossível realizar tudo isto sem um partido que seja forte por sua coesão e sua disciplina».(11)
Sob a direção do partido de Lênin e Stálin a classe operária da U.R.S.S. efetuou a reorganização socialista da sociedade numa luta de classes implacável contra os elementos capitalistas e seus agentes. Lênin e Stálin educaram incessantemente o partido no espírito da teoria marxista de classes e da luta de classes. O Partido Bolchevique combateu e esmagou as tendências capitulacionistas dos bukharinistas que propagavam que os elementos capitalistas passariam pacificamente para o socialismo.
O camarada Stálin defendeu a tese marxista-leninista segundo a qual só uma luta de classes implacável pode tornar possível a destruição dos elementos capitalistas e do domínio do capital.
«Podem os capitalistas ser liquidados e as raízes do capitalismo destruídas sem uma feroz luta de classes? Não, não podem. Podem as classes ser abolidas se prevalecer a teoria e a prática de que os capitalistas passarão para o socialismo? Não, não podem. Essa teoria e prática só podem cultivar e perpetuar as classes, pois que ela contradiz a teoria da luta da classes»(12)
A fim de liquidar as classes exploradoras e destruir o capitalismo em suas raízes, é necessário não só liquidar os latifundiários e os capitalistas, como também reorganizar a pequena produção de mercadorias através de um longo trabalho de reeducação dos pequenos produtores. Enquanto a economia da pequena mercadoria dominar no campo, também perdurarão as raízes do capitalismo, porque, como disse Lênin, a pequena produção gera o capitalismo e a burguesia constantemente, diariamente, a todas as horas e em grande escala.
Em 1917, quando o partido ainda reunia e organizava suas forças para a revolução socialista, Lênin escreveu na Pravda:
«Não podemos esconder dos camponeses, e muito menos dos proletários e semi-proletários da cidade, que onde quer que exista a produção de mercadorias para o mercado e o capitalismo, as pequenas empresas não poderão libertar a humanidade da pobreza geral, que é necessário pensar em transformá-las numa grande empresa econômica de natureza pública»(13)
Depois da vitória da revolução socialista Lênin disse várias vezes que era impossível destruir as classes sem reorganizar aeconomia baseada na produção de pequenas mercadorias.
«. . . Elas não podem ser expulsas, não podem ser suprimidas temos que viver em harmonia com elas. Podem (e devem) ser transformadas, reeducadas através de um trabalho orgânico prolongado, vagaroso e cuidadoso»(14)
Ao aplicar esses métodos para a vitória dos elementos socialistas sobre os capitalistas, o Partido Bolchevique sempre teve cuidado em consolidar a aliança da classe operária com os camponeses, sob a direção da classe operária. Em sua política para com o campesinato, o partido orientou-se sempre pelas diretivas do Lênin e Stálin, Segundo as quais o campesinato não é uma massa homogênea, e é necessário levar em consideração as diferenças da classe que nele existem.
«Nas condições que prevalecem no campo o campesinato écomposto de vários grupos sociais, a saber, os camponês pobres, os camponeses médios e os kulaks. É óbvio que nossa atitude em relação a esses vários grupos não podo ser a mesma. O camponês pobre é o apoio da classe operária, o camponês médio, seu aliado, o kulak é o inimigo de classe — esta é nossa atitude para com esses respectivos grupos sociais. . .»(15)
Sob direção do camarada Stálin o partido esmagou os trotskistas que se opunham à política de aliança da classe operária com as massas trabalhadoras do campesinato, bem como os bukharinistas que encobriam as diferenças de classe existentes entre os camponeses e defendiam a teoria de que os kulaks passariam para o socialismo.
Os trotskistas, capitulacionistas e traidores, tentaram a todo custo inimizar a classe operária com o campesinato, destruir a política de aliança da classe operária com os camponeses médios, e minar a base da ditadura do proletariado. Com objetivos provocadores os trotskistas propuseram que os kulaks fossem liquidados quando ainda não estavam maduras as condições para isto, quando o campesinato ainda não estava preparado para a coletivização, sobre cuja base, unicamente, poderia ser efetuada a liquidação dos kulaks como classe;
Os bukharinistas, também capitulacionistas e traidores, sob o pretexto de aliança com a classe operária, propuseram o desenvolvimento da economia capitalista no campo. Numa ocasião em que as condições para a coletivização em massa já estavam maduras, em que a crescente indústria socialista já era capaz de fornecer máquinas para a produção coletiva no campo, em que as massas camponesas já estavam preparadas para ingressar nas fazendas coletivas, os bukharinistas manifestaram-se contra a coletivização, contra a política de ataque aos kulaks.
Eis porque, sem esmagar os trotskistas e bukharinistas, o Partido Bolchevique não podia fortalecer a aliança da classe operária com o campesinato, não podia assegurar a industrialização socialista do país e a coletivização da: agricultura, não podia preparar as condições para a vitória do socialismo sobre os elementos capitalistas.
A vitória do socialismo na U.R.S.S. foi conquistada graças à direção leninista-stalinista do partido. Na luta contra os capitulacionistas incrédulos, trotskistas e zinoyievistas, bukharinistas e kamenévistas, é que finalmente desenvolveu-se, depois da morte de Lênin, o núcleo de nosso partido que, como está assinalado na Pequena Biografia de J. V. Stálin, defendeu a grande bandeira de Lênin, congregou o partido em torno do testamento de Lênin e dirigiu o povo soviético para o grande caminho da industrialização do país e a coletivização da agricultura.
O camarada Stálin foi o líder desse núcleo e a força dirigente do partido e do Estado. Sob a orientação do camarada Stálin a nação soviética tornou-se uma grande potência socialista, um poderoso baluarte do socialismo e da democracia.
O Partido Bolchevique e seus dirigentes Lênin e Stálin, incansavelmente fortaleceram as ligações internacionais dos trabalhadores da U.R.S.S. com o proletariado de todos os países. A solidariedade internacional do povo trabalhador é a condição necessária para o crescimento das forças do socialismo e a vitória do socialismo sobre o capitalismo.
«A classe operária da U.R.S.S. é parte do proletariado mundial, sua vanguarda; e nossa República é o filho querido do proletariado mundial. Não pode haver dúvida de que se nossa classe operária não houvesse sido apoiada pela classe, operária dos países capitalistas, não teria podido conservar o poder; não teria assegurado as condições necessárias à construção socialista; e, por conseguinte, não teria obtido.os sucessos que obteve. Os laços internacionais entre a classe operária, da U.R.S.S. e os trabalhadores dos países capitalistas, a aliança fraternal entre os trabalhadores da U.R.S.S. e os trabalhadores de todos os países — eis uma das pedras angulares da força e do poder da República dos Soviets»( 16)
Sob a bandeira, já provada, do internacionalismo, baseando-se na aplicação da política, nacional leninista-stalinista, o Partido Bolchevique fundiu os povos da União Soviética numa só família amiga, esmagou todos os chauvinistas e nacionalistas que, sob a bandeira do interesse «nacional, comum», procuravam encobrir as contradições de classe dentro da nação, reconciliar os trabalhadores com a burguesia nacional, adormecer a consciência de classe dos trabalhadores e subordiná-los à influência da burguesia-nacional.
Os nacionalistas procuraram minar por todos os, meios a solidariedade fraternal dos trabalhadores de várias nações, acender a chama da inimizade entre os povos, e preparar o terreno para a restauração do capitalismo.
Eis porque, sem, esmagar esses desviados nacionais de todos os matizes, o partido não podia realizar a colaboração amigável dos trabalhadores de todas as nações para a edificação de uma sociedade socialista, não podia desenvolver entre os trabalhadores um espírito de internacionalismo, fortalecer a amizade dos povos e criar uma poderosa, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Tendo realizado a industrialização do país e liquidado os elementos capitalistas na indústria, tendo efetuado a coletivização da agricultura e liquidado os kulaks como classe, o Partido Bolchevique assegurou o fortalecimento da aliança da classe operária com os camponeses trabalhadores e sua colaboração com a intelectualidade, e conseguiu uma amizade estável entre os povos da União Soviética. Nessa base também desenvolveu a unidade moral e política da sociedade soviética.
Enquanto existiram as classes exploradoras e a produção de pequenas mercadorias, existiram, inevitavelmente, agudas contradições de classe na sociedade, e, com elas, contradições nacionais, porque os elementos capitalistas teimavam em apoiar e instigar tendências nacionalistas e sobrevivências da antiga inimizade entre as nações. A liquidação dos elementos exploradores e das causas que davam lugar à exploração e à opressão, significou a destruição de todas as contradições antagônicas na sociedade soviética. A linha divisória entre a classe, operária e o campesinato, entre essas classes e a intelectualidade, está sendo apagada e esses grupos sociais tornam-se cada vez mais unidos. O camarada Stálin em seu Informe ao 18.º Congresso do Partido, caracterizando as realizações do Estado Soviético, assinalou:
«Na esfera do desenvolvimento social e político do país, devemos considerar como a realização mais importante durante o período que analisamos, o fato dos remanescentes das classes exploradoras haverem sido completamente eliminados, dos tra-balhadores, camponeses e intelectuais haverem sido reunidos numa única frente de trabalhadores, da unidade moral e política da sociedade soviética haver sido fortalecida, da amizade entre as nações de nosso país ter-se tornado mais forte e, em conseqüência, da vida política de nosso país haver sido completamente democratizada e uma nova Constituição criada»(17)
Prossegue, na Esfera Internacional, a Luta de Classe
DEPOIS da liquidação dos elementos capitalistas na cidade e no campo, depois da liquidação das contradições dentro do país, o peso da luta de classe transferiu-se inteiramente para a esfera internacional. Nosso Exército, nossos organismos punitivos e fiscalizadores dirigem suas lanças, como assinalou o camarada Stálin, não para dentro do país, mas para fora dele, contra inimigos externos.
No que diz respeito à luta contra as sobrevivências do capitalismo no país, foi ela dirigida no sentido de liquidar as tradições e hábitos do passado, devido ao atraso da consciência do povo em relação à vida social. Esta é a luta contra «os sinais de nascença do capitalismo» e seus portadores que interferem na tarefa da construção socialista.
A luta contra as sobrevivências do capitalismo está ligada em grande parte à luta contra o mundo capitalista hostil, porque os imperialistas fazem todo o possível para inflamar os remanescentes do capitalismo, como o servilismo àcultura burguesa, tendência de possuir e de se apossar de propriedades privadas, preconceitos nacionalistas, superstições religiosas, mentalidade apolítica, a falta de princípios e filisteísmo.
A luta do novo contra o velho, contra as sobrevivências do capitalismo, que se desenvolve na forma da crítica e da auto-crítica, é parte integrante da luta geral do socialismo contra o mundo capitalista hostil.
* * *
A TEORIA marxista-leninista da luta de classes ilumina o caminho dos trabalhadores de todos os países para a libertação do jugo capitalista, para a vitória do socialismo. À base das leis da revolução socialista pode haver formas especiais de desenvolvimento de países para o socialismo. Mas essas formas especiais de maneira alguma cancelam os postulados básicos do marxismo sobre as classes e a luta de classes sobre o papel dirigente da classe operária e seu partido na luta pela destruição do capitalismo e a vitória do socialismo.
O movimento democrático e socialista, no período atual, desenvolve-se nas condições do aprofundamento da crise geral do capitalismo e do crescimento contínuo das forças do socialismo. O domínio do capitalismo monopolista aumenta cada vez mais a decadência e o parasitismo do capitalismo moderno, intensifica a miséria e as necessidades das massas, o que provoca o crescimento continuo da luta de classes do proletariado contra o jugo capitalista.
O desenvolvimento desigual e catastrófico dos países capitalistas levou a um aguçamento sem precedente das contradições do capitalismo, a uma nova guerra mundial que provocou um maior enfraquecimento do campo imperialista. Se, em conseqüência da primeira guerra mundial, o primeiro país que conseguiu a vitória da revolução socialista, a saber, a Rússia Soviética, afastou-se dosistema imperialista, em conseqüência da segunda guerra mundial, numerosos outros países, em que foram estabelecidas democracias populares, também abandonaram o sistema imperialista.
As forças do socialismo e da democracia crescem continuadamente e se fortalecem, sendo hoje muito mais fortes do que as forças do capitalismo e da reação. A classe operária, por toda parte, dirige a luta contra o jugo capitalista, contra a opressão colonial, contra os incendiários imperialistas de uma nova guerra, congregando em torno de si as massas trabalhadoras não-proletárias.
Para essa luta de libertação dos trabalhadores é da maior importância o crescimento e o fortalecimento do primeiro Estado Socialista do mundo, a U.R.S.S. Ao caracterizar o papei do Estado Soviético na luta de libertação dos trabalhadores dos países capitalistas, o camarada Stálin salienta que o processo de separação da órbita do imperialismo, em numerosos países, será muito mais rápido e eficiente, que quanto mais firmemente o socialismo for consolidado no primeiro país vitorioso, tanto mais rapidamente será este país transformado numa base do futuro desenvolvimento da revolução mundial, numa alavanca da futura desintegração do imperialismo(18).
Os trabalhadores dos países socialistas que lutam contra o capital apóiam-se na solidariedade internacional dos trabalhadores do todos os países. Além disso, a União Soviética é o principal baluarte do socialismo.
Já antes da Revolução Socialista de Outubro, Lênin havia previsto a natureza especial da transição de vários países para o socialismo; Lênin considerava especialmente possível, como experiência, que depois da vitória da revolução socialista em um dos grandes países seria mais fácil à classe operária dos pequenas países vizinhos arrebatar o poder das mãos da burguesia quando fosse evidente que sua posição era insustentável. A esse respeito, já em 1916, Lênin dizia:
«A ditadura do proletariado como única classe consequentemente revolucionária é necessária à derrubada da burguesia e para repelir seus ataques contra-revolucionários. A questão da ditadura do proletariado é de tal importância que qualquerpessoa que a negue ou que apenas a reconheça em palavras não pode ser membro da Partido Social Democrático. Mas não pode ser negado senão em casos individuais, excepcionalmente, como por exemplo, num determinado pequeno Estado depois que seu grande Estado vizinha já houver completado a revolução socialista, a submissão pacífica do poder pela burguesia é possível, se esta última estiver convencida de que é inútil resistir, e preferir salvar a pele»(19)
Luta de Classe, Pedra de Toque do Marxismo
MAS Lênin, além disso, avisara que sem luta de classes o socialismo não pode ser atingido, que os exploradores não desaparecerão da arena sem resistência, que o reconhecimento da luta de classes é o único programa seguro para o partido marxista.
Nessas previsões de Lênin está sublinhado como da maior importância para o desenvolvimento rumo ao socialismo dos pequenos estados vizinhos, a sua vitória num grande país. Da declaração de Lênin conclui-se que a natureza especial das formas de desenvolvimento para o socialismo nesses países baseia-se nas leis gerais da revolução socialista e é determinada pelo fato de que no grande país vizinho essa lei especial já foi aplicada. Por conseguinte, essa natureza especial do desenvolvimento para o socialismo nos países pequenos não pode ser considerada de maneira isolada da teoria marxista da revolução, mas unicamente na base dessa teoria.
É claro, portanto, que considerar o caráter especial das formas de transição para o socialismo era qualquer país como um caminho original, nacional, sem relação com o processo geral do crescimento das forças do socialismo, significa afastar-se do marxismo e passar para o campo do nacionalismo.
A existência do poderoso Estado Socialista juntamente com os países da Europa Central e Sul-Oriental facilitou a luta dos povos desses países contra o poder dos capitalistas e latifundiários e o estabelecimento do poder popular.
Enquanto nos países ocupados pelos, exércitos da Grã Bretanha e dos Estados Unidos, os imperialistas anglo-americanos apoiavam as forças reacionárias que se interpunham entre as massas e a ordem democrática, a União Soviética, tendo derrotado a Alemanha de Hitler e seus aliados, e libertado, os povos da Europa Central; e Sul-Oriental dos invasores, permitiu que os povos libertados decidissem eles próprios sobre seu destino, e ajudou a luta pela Democracia Popular, pelo caminho do desenvolvimento socialista.
É sabido que os velhos regimes antipopulares nesses países estavam decadentes. Os altos círculos dominantes da burguesia e dos latifundiários, com suas políticas reacionárias, interna e externa, durante o período anterior à guerra levaram seus países à catástrofe e, durante a guerra, tornaram-se colaboracionistas dos invasores fascistas. A luta das massas contra o jugo fascista alemão tornou-se forçosamente uma luta contra as antigas classes dominantes e seu putrefato e reacionário regime político.
Às classes que anteriormente dominavam esses países estavam completamente desmoralizadas aos olhos das massas é não podiam contar com o apoio das amplas camadas da população trabalhadora. Ás classes exploradoras que eram odiadas pelo povo e estavam isoladas do povo de seus países também não podiam receber o menor apoio de fora por causa da existência da União Soviética, que derrotara completamente a Alemanha de Hitler e garantira a segurança dos países das Novas Democracias contra os ataques militares das potências imperialistas. Se não existisse a União Soviética ao lado dos países de Democracia popular os Estados imperialistas teriam organizado uma intervenção armada para destruir as forças do socialismo e da democracia nesses países. O exemplo da Grécia mostra como os intervencionistas, juntamente com as forças internacionais da reação, através da força militar, do terror e do derramamento de sangue, impuseram ao povo, contra sua vontade, um regime terrorista, reacionário.
Os países da Nova Democracia escaparam desse destino, devido fundamentalmente ao apoio da poderosa União Soviética, graças ao crescimento das forças da democracia e do socialismo no mundo inteiro.
A falta de compreensão desta importância decisiva da grande Potência Socialista e do crescimento das forças do socialismo em todo o mundo no desenvolvimento dos países da Nova Democracia, levou os dirigentes iugoslavos a pensarem em sua presunção, que a Iugoslávia “se libertara” sozinha do invasor fascista, que a Iugoslávia poderia sozinha conservar sua independência nacional, fazer face aos ataques dos Estados imperialistas sem o apoio dos Partidos Comunistas dos outros países, sem o apoio dos países da Democracia Popular, sem o apoio da União Soviética. Só quem se afundou no charco do nacionalismo pode pensar que a Iugoslávia, isolada da frente única socialista e anti-imperialista, pode escapar de ser transformada numa colônia dos países imperialistas.(20)
Nos países de Democracia Popular, a classe operária, sob a direção dos Partidos Comunistas, desempenhou um papel dirigente na luta pela reorganização democrática. Além do mais, a posição dirigente da classe operária, neste Estado não foi conseguida de uma só vez e espontaneamente. No curso da revolução a classe operária, teve que derrubar do poder, uma após outra, às facções burguesas.
Os partidos burgueses agarravam-se desesperadamente ao poder e só com a pressão das amplas massas da classe operária e de uma parte importante do campesinato foram, expulsos de uma posição após outra. Assim, a classe operária, dirigida pelos Partidos Comunistas atraiu para seu lado amplas camadas do campesinato e, degrau por degrau, arrancou o poder das mãos da burguesia.
Os dirigentes iugoslavos esqueceram-se da verdade básica do marxismo, segundo, a qual. sem o papel dirigente da classe classe operária, a aliança dos trabalhadores e camponeses não pode ser adequadamente efetuada durante a luta pela reorganização democrática dos países da Democracia Popular. Repudiando o papel dirigente da classe operária, os dirigentes iugoslavos derraparam para a posição de um partido kulak-populista.
A mobilização das massas trabalhadoras do campesinato para as tarefas da construção socialista não é possível sem que seja assegurado o papel dirigente da classe operária no Estado. É evidente que, nos países da Nova Democracia, não teria sido possível efetuar-se a nacionalização da grande indústria e criar-se o setor socialista na economia nacional sem o papel dirigente do proletariado. É sabido que a efetivação da nacionalização da indústria encontrou a maior oposição dos partidos burgueses.
A nacionalizarão das grandes e médias indústrias foi realizada num período relativamente curto e de diversas maneiras. Só o Partido Comunista, o partido da classe operária, apresentou-se como um lutador conseqüente pala nacionalização dos meios básicos da produção.
Sem o papel dirigente da classe operária a luta de libertação dos países da Nova Democracia teria parado na fase da revolução democrático-burguesa e não teria criado as condições para entrar no caminho da construção socialista. Tudo se teria limitado à liquidação das sobrevivências do feudalismo para o desenvolvimento do capitalismo.
Unicamente a classe operária constitui a força que dirige o desenvolvimento dos paises da Nova Democracia ao longo do caminho socialista e que pode arrastar as massas camponesas para a tarefa da construção socialista. Sem a classe operária os camponeses não podem sacudir o jugo do capital, não podem enveredar pelo caminho socialista.
Por conseguinte, o fortalecimento do papel dirigente da classe operária é uma garantia do poder e da durabilidade do Estado republicano popular, principal condição para a edificação vitoriosa do socialismo.
Os dirigentes iugoslavos deturparam os ensinamentos marxistas sobre as relações mútuas do partido da classe operária e das organizações populares da massa, não-partidária. Como assinalou a resolução do Bureau de Informaçãodos Partidos Comunistas, na Iugoslávia principiaram a considerar a Frente Popular como a força dirigente do país e não o Partido Comunista. Os dirigentes iugoslavos insistiram em que o Partido Comunista não deve ter seu programa especial, que deve contentar-se com o programa da Frente Popular.
Tudo isso significa a existência de tendências liquidacionistas a respeito do Partido Comunista da Iugoslávia; revela a ressurreição das teorias mencheviques sobre o partido, expressas no desejo de absorção do partido pelas massas não-partidárias. Os dirigentes iugoslavos não querem que o Partido Comunista lute pela edificação do socialismo em colaboração com os Partidos Comunistas de outros países, querem sim, uma organização nacionalista que siga cegamente as diretivas dos nacionalistas.
Os sucessos dos países da Nova Democracia estão inseparável-; mente ligados ao crescimento e ao fortalecimento dos Partidos Comunistas. Os Partidos Comunistas asseguram o papel dirigente da classe operária no Estado e o caráter socialista do desenvolvimento dos países da Democracia Popular. A este respeito a luta dos Partidos Comunistas pela unidade política e orgânica da classe operária é da maior importância.
É perfeitamente sabido que a classe operária dos países da Europa Central e Sul Oriental, bem como a de outros países, permaneceu dividida durante longo tempo em conseqüência da política traidora dos socialistas de direita, política que também fez com que a classe operária permanecesse fraca e fracionada. A luta pela unidade política e orgânica da classe operária em vários países da Nova Democracia já alcançou grandes sucessos. Na Rumânia, Hungria, Tchecoslováquia, os Partidos Comunistas e Socialistas fundiram-se num só partido baseado na ideologia e nos métodos marxista-leninistas. Na Polônia estão sendo feitos preparativos para a fusão dos partidos da classe operária.(21)
Isto significa que foi liquidada a divisão política e orgânica existente nas fileiras da classe operária, que foi consolidada a unidade da classe operária e fortalecido seu papel dirigente no Estado. A unificação dos Partidos Comunista e Socialista, à base dos princípios marxistas-leninistas assinala a derrota do oportunismo no seio da classe operária e constitui uma nova prova cristalina da falência da Social Democracia e da vitória do leninismo.
O desenvolvimento dos países de Democracia Popular para o socialismo prossegue de acordo com as leis da luta de classes, por meio da supressão da resistência das classes exploradoras, por meio de ataques às relações capitalistas de propriedade. As classes exploradoras, privadas do podar político, lutam por todos os meios ao seu alcance para derrubar o poder popular, para liquidar as realizações democráticas dos trabalhadores. Além disso, são estimuladas e apoiadas de todas as maneiras pelas forças reacionárias dos países capitalistas.
Em suas lutas contra as Democracias Populares os elementos reacionários recorreram à sabotagem, à conspiração, às depredações, a atos terroristas e atividades diversionistas. Em conseqüência o desenvolvimento dos países de Democracia Popular para o socialismo não exclui, mas pressupõe uma luta de classes irreconciliável do proletariado e seus aliados contra os elementos exploradores, contra os inimigos das repúblicas populares.
Mas os dirigentes da Iugoslávia, que renunciaram à teoria marxista da luta de classes, negam o aguçamento da luta de classes durante o período de transição do capitalismo para o socialismo; partem da premissa oportunista de que durante o período de transição do capitalismo para o socialismo a luta de classes não se aguça, mas vai morrendo aos poucos.
O progresso do socialismo nos países da Nova Democracia pressupõe, não a preservação, mas a liquidação dos elementos exploradores e de toda sorte de exploração do homem pelo homem. Enquanto existirem as classes exploradoras, enquanto estas possuírem uma base econômica e puderem exercer pressão sobre as camadas pobres da população que delas dependem, restringirão, praticamente, e suprimirão os direitos democráticos daquelas camadas da população.
A Democracia Popular transforma-se numa democracia socialista, conseqüente, na base da liquidação das classes exploradoras, quando não mais existirem elementos que vivam da exploração do trabalho de outros, não mais existirem explorados que sejam obrigados a se curvarem ante os capitalistas, os kulaks, os negociantes e os usurários.
Uma maioria esmagadora da população que apóie o poder popular e o papel dirigente da classe operária no Estado é a pré-condição necessária ao desenvolvimento vitoriosa do socialismo. Esta realização pressupõe que os elementos trabalhadores, não-proletários, aceitaram plenamente o ponto de vista da classe operária, isto é, o socialismo.
Nos países da Nova Democracia, a dualidade, a contradição na posição econômica do camponês como trabalhador, de um lado, e de outro, como proprietário, ainda não foi liquidada. Os camponeses, como cultivadores, estão ao lado do proletariado devido ao seu objetivo comum na luta pela libertação dos latifundiários e capitalistas. O desejo do camponês de conservar sua posição como proprietário está em contradição com os objetivos socialistas do proletariado. Essa contradição não é antagônica enquanto é comum o objetivo básico dos trabalhadores e camponeses na luta contra os exploradores, e esse objetivo comum serve de base para liquidar as contradições entre essas classes.
Mas nos países da Nova Democracia ainda permanecem algumas contradições antagônicas. Paralelamente ao Estado e à propriedade pública, ainda existe a propriedade dos capitalistas e negociantes. Também é perfeitamente sabido que as modificações sociais levadas a efeito nos países da Nova Democracia ainda não destruíram a base econômica dos kulaks, a classe mais numerosa dos exploradores.
A resistência dos kulaks aumenta sempre mais, em proporção ao ritmo crescente das transformações revolucionárias. O kulak constitui um apoio das forças reacionárias no campo. A liquidação dessa classe não pode ser levada a efeito sem a modificação da pequena economia camponesa num sentido socialista; mas isto requer uma preparação séria e prolongada. Só com um trabalho prolongado de limitação dos elementos capitalistas, de fortalecimento da aliança da classe operária com os camponeses, sob a direção da classe operária, só com o desenvolvimento da indústria socialista poder-se-á preparar as condições para a coletivização em massa da agricultura e, sobre esta base, para a liquidação dos kulaks como classe.
A consolidação e o desenvolvimento das transformações democráticas e a aplicação de medidas que levem ao socialismo não serão possíveis sem uma determinada e prolongada luta de classes contra os elementos capitalistas nas cidades e nos campos. O Estado democrático popular, contando com o apoio da esmagadora, maioria da população, com o controle das posições-chaves da economia nacional, constitui a arma principal para consolidar as realizações democráticas do povo e a reorganização socialista. O fortalecimento do Estado democrático dos trabalhadores e camponeses é a condição necessária para o avanço vitorioso para o socialismo nos países da Nova Democracia.
Os Partidos Comunistas são os lutadores conseqüentes pela vitória do socialismo. O crescimento e o fortalecimento dos Partidos Comunistas, a ampliação de suas ligações com as massas, a congregação das massas em torno dos Partidos Comunistas, são estas as únicas garantias seguras da transição vitoriosa dos países da Nova Democracia para o socialismo.
* * *
A EXPERIÊNCIA histórico-mundial da União Soviética ensina que a unidade moral e política do povo é conquistada em conseqüência da luta de classes e da liquidação dos exploradores. Numa sociedade dividida em classes hostis não pode haver uma só espécie de povo. O falatório dos políticos burgueses sobre a unidade do povo numa sociedade capitalista destina-se a encobrir as contradições de classe e a perpetuar a divisão da sociedade em exploradores e explorados.
Os sociólogos burgueses que censuram os marxistas por seu desejo de dividir o povo em classes, na realidade defendem o domínio dos exploradores sobre a maioria da população. Os marxistas não inventaram a divisão do povo em classes, eles mostram que essa divisão existe realmente. Os marxistas não perpetuam a divisão da sociedade em classes e a luta de classes, mas indicam o caminho para a liquidação dos antagonismos de classe.
No reconhecimento da divisão de classes existente entre o povo numa sociedade de classes, no reconhecimento do papel dirigente da classe operária na reorganização socialista da sociedade, na luta de classes contra os elementos capitalistas, na introdução de transformações socialistas no modo de vida e na consciência das massas trabalhadoras não-proletárias, está o caminho que leva à unidade completa, moral e política, do povo, que leva à vitória do socialismo, à libertação completa das massas populares de toda sorte de opressão social e política.
A sociedade soviética é a primeira sociedade do mundo em que a exploração do homem pelo homem foi liquidada, em que foram liquidados os antagonismos de classe e estabelecidas relações amigáveis, colaboração amistosa e ajuda mútua entre os trabalhadores livres de exploração.
A justeza dos ensinamentos marxistas-leninistas sobre o papel histórico-mundial da classe operária foi brilhantemente demonstrada na prática durante o desenvolvimento da revolução russa.
Graças ao papel dirigente do proletariado na luta das massas populares, a revolução democrático-burguesa, que resultou na derrubada da autoridade tzarista, foi completada.
Graças ao papel dirigente da classe operária guiada pelo Partido Bolchevique, a Grande Revolução Socialista de Outubro esmagou o poder dos latifundiários e capitalistas e fortaleceu o poder do povo; o poder da classe operária e dos camponeses foi vitorioso.
Graças ao papel dirigente do proletariado e de seu Partido leninista, as classes exploradoras foram liquidadas em nosso país e foi edificada a primeira sociedade socialista do mundo.
Assim a própria história confirmou e provou na prática os ensinamentos marxistas sobre a luta de classes, sobre o papel dirigente do proletariado e seu partido na luta pela causa do povo, na reorganização socialista da sociedade.
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Notas:
(1) J. STÁLIN — Cuestiones del Leninismo, págs. 85-86 — Ediciones en Lenguas Extranjeras — 1941 — Moscú.
(2) STÁLIN — Obras Escolhidas, Vol. I, pág. 8. — Moscou.
(3) LÊNIN — Obras Escolhidas, Vol. 6, págs. 32-38, — Moscou.
(4) LÊNIN — Obras escolhidas.Vol. 9, pág. 92, 4ª edição russa – Moscou.
(5) J. STÁLIN — Cuestiones del Leninismo. pág. 49 — Ediciones em Lenguas Extranjeras – 1941 – Moscú.
(6) LÊNIN — Obras Escolhidas, Vol. 9, pág. 94, 4.ª edição russa — Moscou.
(7) LÊNIN — Obras Escolhidas, Vol. II, pág. 54, 4.ª edição russa — Moscou.
(8) LÊNIN — «Obras Escolhidas», Vol. 26, pág. 307, edição russa — Moscou.
(9) LÊNIN – Obras Escolhidas, vol. 7, págs. 140 e 141 — Moscou.
(10) LÊNIN — Obras Escolhidas, Vol. 21, pág. 386, edição russa — Moscou.
(11) J. STÁLIN — Cuestinones dei Leninismo, pág. 92 — Ediciones en Lenguas Extranjeras — 1941 — Moscou.
(12) J. STÁLIN — Problemas do Leninismo, pág. 252. edição de Moscou.
(13) LÊNIN — Obras Escolhidas, Vol. 20, livro 1, pág. 220 — Moscou.
(14) LÊNIN — Obras Escolhidas, Vol. 25, pág. 189, edição russa — Moscou.
(15) J. STÁLIN — Problemas do Leninismo, pág. 207, Edição de Moscou, 1947.
(16) J. STÁLIN — Problemas do Leninismo, pág. 518, Edição de Moscou, 1947.
(17) J. STÁLIN — Problemas do Leninismo, pág. 607, Edição de Moscou.
(18) J. STÁLIN — Obras Escolhidas, Vol. 6, pág. 300 — Moscou.
(19) LÊNIN — Obras Escolhidas, vol. 9, pág.229 — Moscou.
(20) Fedoseyev publicou este ensaio no n.º 14 de 30 de Julho de 1948 no «Bolchevique», baseando sua análise no grande documento do Bureau de Informação. Os acontecimentos verificados depois dessa data vieram não só confirmar a justeza da posição do Partido Bolchevique e do Bureau de Informação, como também mostrar claramente a todo o mundo a traição de :Tito e sua camarilha; hoje desmascarados como reles espiões e provocadores do imperialismo ianque.
(21) Em fins de 1948 realizou-se a fusão. O novo partido denomina-se o Partido Operário Unificado.