O desenrolar dos acontecimentos internacionais revela a intensificação da política e das atividades contra-revolucionárias, hegemonistas, expansionistas e agressivas das superpotências. Hoje, não há campo da vida internacional em que não se verifique tal atuação. A aberta interferência nos assuntos internos dos diversos países e a organização de conspirações e golpes encontram-se na ordem do dia da ação do imperialismo norte-americano e do social-imperialismo soviético em todos os lugares onde sua política hegemônica se defronta com resistência e oposição. As relações econômicas internacionais são, outrossim, a esfera na qual se manifestam claramente as suas pressões e imposições, a desigualdade face aos outros países, a lei da selva atuando mais fortemente do que nunca. Os intensos preparativos militares das superpotências são inauditos. A intensificação da sua política de violência e de ditame imperialista é expressão da rivalidade e da desenfreada competição entre ambas no sentido de galgar posições estratégicas mais favoráveis, assim como para realizar a imposição política, econômica e militar-estratégica sobre os países e povos de todos os Continentes.

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A áspera luta por mercados e zonas de influência em escala mundial e pela sua redivisão através de diferentes caminhos e meios, inclusive a força armada, sempre foi, e continua sendo, um dos aspectos característicos do imperialismo. Pode-se afirmar que atualmente as condições internacionais em que esse conflito interimperialista se desenvolve já não são as mesmas de algumas décadas atrás, como, por exemplo, as das vésperas da Segunda Guerra Mundial.

Presentemente, o sistema colonial clássico chegou ao fim. Dezenas de países ex-coloniais converteram-se em Estados com relativa independência política que intentam conquistar a independência econômica frente às potências imperialistas e ao capital monopolista internacional. Contudo, isso não significa que o colonialismo foi liquidado como modo de dominação, saque e exploração. Em seu lugar surgiu o neocolonialismo, prolongamento, com feição nova, do velho sistema colonial, destinado a realizar, em novos tempos e diferentes condições, os fins das potências imperialistas – fins de domínio, espoliação e saqueio ferozes. Em conformidade com esses objetivos orientam-se a estratégia global e a política imperialista das duas superpotências.

Após a Segunda Guerra Mundial, mudaram as relações entre as potências imperialistas. Acirrou-se a rivalidade entre elas pela preservação e nova divisão das zonas de influência política, econômica e militar, sobretudo a disputa americano-soviética pela hegemonia mundial, iniciada na segunda década do pós-guerra, com a conversão da URSS revisionista numa superpotência imperialista. Nessa competição não ficam atrás as outras potências da Europa, o Japão e, ultimamente, a China.
Um dos traços marcantes que caracterizam atualmente a estratégia e a política tanto do imperialismo norte-americano como do socialimperialismo russo é o objetivo e o esforço de ambos pela expansão, hegemonia e dominação que ultrapassam os limites regionais ou as áreas geográficas específicas, indo atingir as chamadas zonas de influência de um e do outro, envolvendo todo o Globo. Por isso, o jogo do "equilíbrio" que Washington e Moscou buscam preservar tende a romper-se porque, como acentuou o camarada Enver Hoxha, "a sua expansão já não encontra espaços vazios por onde estender-se". "Cada passo ulterior defronta-se com os interesses do rival, com o perigo de uma reação que não se pode prever" (Informe ao VIII Congresso do PTA). Qualquer região estratégica e possuidora de grandes riquezas econômicas é, simultaneamente, proclamada como sensível aos interesses próprios de uma e da outra superpotência. Nessas condições, a rivalidade pela hegemonia entre elas engloba agora todos os Continentes ao mesmo tempo. Hoje, não há Estado, nação e povo que, direta ou indiretamente, não sinta o risco que representa a ameaça proveniente das potências imperialistas e, em primeiro lugar, das duas superpotências.

Claro exemplo dessa situação são as regiões do Oriente Médio e do Sudoeste da Ásia. A derrubada do Xá do Irã pelo povo foi um acontecimento que trouxe, e trará, novas conseqüências e desdobramentos prejudiciais ao imperialismo, ao social-imperialismo e à reação. O crescente despertar dos povos e a quebra da tranqüilidade nessas áreas têm preocupado desmesuradamente os Estados Unidos e a União Soviética. Por isso empreenderam e prosseguem empreendendo atividades complexas que visam a sufocar a luta revolucionária dos povos (nesta questão, encontram um denominador comum e entram em acordo) a manter as posições que detêm, a ampliá-las em prejuízo do rival e a recuperar as que perderam. Comprovação disto foi a ocupação militar do Afeganistão pelos socialimperialistas soviéticos. Nas águas do Golfo Arábico e do Oceano Índico navegam as frotas americana e soviética, prontas para ações militares. As "forças de rápido deslocamento" organizadas pelos Estados Unidos destinam-se a essas zonas. Entre os países desse lado do Globo acentuam-se rivalidades, intensificam-se corridas armamentistas e até ocorrem conflitos militares incitados pelas superpotências, como a guerra irânico-iraquiana. Assim também se apresenta a situação na África e em outras regiões.

Mesmo encarando apenas esses fenômenos, torna-se evidente que a política do imperialis¬mo americano e a do social-imperialismo so¬viético, expansionistas e hegemonistas, com vistas ao domínio mundial, são igualmente agressivas, de preparação e desencadeamento de conflitos armados. Representam o princi¬pal perigo de lançar a Humanidade numa ter¬ceira grande guerra. Contra semelhantes polí¬ticas, deve-se lutar com energia e firmeza, sem alimentar a mínima ilusão face a nenhuma potência imperialista. Como acentuou o camarada Enver Hoxha no VIII Congresso do PTA: "os interesses das superpotências e os dos povos não são concordantes nem convergentes em momento algum e em nenhum caso. A sobrevivência do imperialismo impõe a escravidão, ao passo que a libertação dos povos exige a destruição do imperialismo".

Nos últimos tempos, observam-se certas modificações na orientação do imperialismo norte-americano que se distinguem da de alguns anos atrás. Exprimem-se estas modificações nos meios escolhidos por Washington para pôr em prática sua política externa. Imprimindo-lhe acentos mais graves de agressividade e aventureirismo, como métodos adequados à sua viabilização, adquiriram relevo as ameaças militares abertas e os febris preparativos de guerra. Desde que assumiu as rédeas do poder, Reagan e sua equipe governamental falam constantemente do aumento do potencial de choque militar americano, da elevação do nível das despesas bélicas, da produção de armas mais sofisticadas, dos engenhos termonucleares e da bomba de nêutrons, do "efeito" de todos esses petrechos na "preservação da posição norte-americana de maior potência militar mundial". Nesse contexto, inserem-se os gastos com a construção e o fortalecimento das bases estadunidenses nos diversos quadrantes do mundo, importantes pontos de apoio para a aplicação da política de agressão e guerra dos Estados Unidos, a atenção com o contínuo reforçamento das alianças e dos pactos político-militares e com os esforços por ressuscitar os pactos que se decompuseram ou se romperam em virtude da formação de novos blocos nessas zonas, do aumento e dispersão das esquadras em todos os mares e oceanos, e da sua modernização.

O emprego de uma política mais dura, mais agressiva e aventureira por parte do imperialismo norte-americano não é casual. A ênfase nos métodos de ameaça militar e de guerra na execução dessa política tem como meta preencher o vazio criado pelo debilitamento da eficácia de outros procedimentos que usou no passado para conseguir dominar diversos países e regiões do mundo. A questão é que, como maior potência econômica mundial, os EE.UU. alcançavam mais facilmente seus objetivos de assegurar e manter posições políticas, econômicas e estratégico-militares em toda uma série de países e regiões, com a penetração de seus capitais e de sua tecnologia. Hoje, quando o desenvolvimento desigual dos países capitalistas, o aprofundamento da concorrência interimperialista e da crise mundial, bem como a ampliação e a intensificação da luta dos povos oprimidos e explorados contra a dominação e a espoliação do capital monopolista restringiram a liderança americana, assumiram prioridade as ameaças, as chantagens e as agressões armadas, ainda que continuem a ser empregados os métodos de pressão e de domínio através dos processos econômico-financeiros e tecnológicos.

O mesmo sentido de agressividade e febris preparativos bélicos vem caracterizando cada dia mais a política do social-imperialismo russo, não só como prolongamento da política de invasão militar aberta, que se concretizou na ocupação da Checoslováquia em 1968 e, recentemente, na do Afeganistão, mas também como expressão do acirramento da rivalidade com o imperialismo norte-americano, com o social-imperialismo chinês e com os demais países imperialistas no Oriente Médio, no Oceano Índico e no restante do mundo. A insistência nesse caminho revela, entre outras coisas, que os rótulos pseudo-socialistas, já não ajudam os russos como antes, assim como eles não têm as possibilidades econômicas e tecnológicas para a manutenção e a extensão ulterior de suas posições hegemonistas. A URSS ainda se mascara de socialista e internacionalista, mormente nos países e regiões onde instituiu o seu controle político, econômico e militar. No entanto, desmascara-se na ocasião em que se vê obrigada a responder rapidamente às tentativas de abalo de suas posições nesses países ou a enfrentar a rivalidade da outra superpotência – o imperialismo americano. Em tais condições, dá primazia ao emprego das forças militares. O caso do Afeganistão indica que quando os seus interesses hegemonistas e expansionistas são afetados, ela não se contenta com o atiçamento de diferentes camarilhas em guerras locais nos vários Continentes, nem com a ativação militar dos amigos. Aciona os seus tanques e aviões, embora tente, posteriormente, camuflar os atos de agressão e ocupação com o disfarce de "ajuda internacionalista". O social-imperialismo soviético tem igualmente outros motivos para realçar os métodos de pressão, ameaça, chantagem e agressão armada na aplicação de sua estratégia e de sua política expansionista e hegemonista. Embora seja grande potência, não possui as condições nem os recursos necessários a fim de concorrer com o imperialismo americano, o europeu e o japonês no campo econômico. A tecnologia soviética não é um meio eficaz para a expansão econômica na Ásia, África e América Latina, na medida em que, quantitativa e qualitativamente, está impossibilitada de fazer frente à concorrência da tecnologia ocidental. Entretanto, o social-imperialismo soviético tem totalmente obscurecida a perspectiva de sair dessa situação. A grave crise econômica que abarca a URSS revisionista, e sobretudo, a corrida armamentista e as colossais despesas militares, limitam-lhe extraordinariamente a realização de grandes investimentos visando aprimorar a qualidade tecnológica.

Não apenas os objetivos estratégicos das duas superpotências são idênticos, mas igualmente os caminhos que trilham e os métodos escolhidos para alcançá-los. O uso direto da forca armada caracteriza cada vez mais toda a política externa do imperialismo norte-americano e do social- imperialismo soviético.

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A política de agressão e de preparativos multilaterais para a guerra encontra sua expressão na desenfreada corrida armamentista que envolve as superpotências e os seus aliados. Simultaneamente, aumentou como nunca•o alarido demagógico de cada uma das partes sobre o desarmamento e a suposta manutenção da paz.

De ano para ano vem sendo observada rápida escalada do armamentismo. A competição entre os Estados Unidos e a União Soviética nesse campo alcançou proporções que, faz poucos anos, não poderiam sequer ser imaginadas. Os limites de 80 a 100 bilhões de dólares atingidos pelos orçamentos bélicos anuais das superpotências há um decênio atrás não constituem hoje mais que as verbas militares de cada uma durante alguns meses. Atualmente, o orçamento militar anual norte-americano ultrapassa 220 bilhões de dólares. O nível das despesas das forças armadas soviéticas, por ano, está em torno dessa cifra. E assim atuam também os demais países imperialistas aliados das superpotências. Segundo alguns dados da imprensa internacional, em 1981 foram gastos no mundo, em armamentos, cerca de 600 bilhões de dólares, ou seja, 1 bilhão e 640 milhões de dólares por dia.

Certamente, essa desenfreada corrida armamentista e os preparativos guerreiros como método para "resolver" as renhidas disputas interimperialistas e todas as profundas contradições que corroem o sistema econômico-social capitalista, burguês e revisionista, neste estágio de aprofundamento de sua crise geral, fala não da força, mas da fragilidade, da degeneração e do parasitismo ainda maiores desse sistema, o que pôs objetivamente a revolução na ordem do dia, como problema colocado para solução. Mas isso não significa que o imperialismo esteja de dentes quebrados. Ele luta com todas as forcas no sentido de desfechar golpes contra as lutas revolucionárias que se desenvolvem no mundo, bem como para lançar a Humanidade em aventuras tenebrosas, como a deflagração de outra grande guerra, caso os povos e as forças progressistas não se mostrem vigilantes e ativos a fim de destruir-lhe os planos. A corrida armamentista e a preparação para a eclosão da guerra sempre marcharam lado a lado. Também hoje assim sucede, independentemente da propaganda e da suposta pretensão da busca do "equilíbrio militar", que seria o caminho para o "asseguramento da paz".

Após a chegada de Reagan ao poder, os porta-vozes do imperialismo norte-americano declararam haver um "atraso" no arsenal nuclear dos EE.UU. face ao da URSS, "atraso" esse que se deveria vencer a todo custo e o mais rapidamente possível. Em vista disso, o governo dos Estados Unidos elaborou planos e determinou orçamentos militares sem precedentes. Ainda recentemente, Reagan voltou a acentuar que "o incessante aumento das despesas com objetivos militares cria a verdadeira esperança de se alcançar um acordo relacionado com a redução dos armamentos". O comandante-em-chefe da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), general Bernard Rogers, ampliando a esfera dessa orientação, afirmou, em fevereiro do ano em curso, que “a Aliança Atlântica está atrás da URSS no que respeita às armas nucleares. O único caminho para alcançá-la é aumentar em 4% os gastos anuais com a defesa durante o período de 1983 a 1988". Por seu lado, os social-imperialistas soviéticos proclamam que "não permitirão a ninguém a superioridade militar", pois isso lesaria o "equilíbrio militar" e os "interesses de defesa" da URSS. Enquanto as duas partes desenvolvem ensurdecedora propaganda pelo estabelecimento ou manutenção do chamado equilíbrio, o incremento das suas despesas militares não tem paralelo.

No contexto dessa generalizada corrida armamentista e de outros preparativos bélicos, chama especialmente atenção o armamento da Europa, onde se defronta a política dos blocos militares dos EUA e da URSS. Esta política preocupa tanto pela feroz rivalidade interimperialista aí verificada como pelo perigo que encerra para os povos europeus e para a paz no mundo. Faz-se grande barulho em torno dos mísseis estratégicos das duas superpotências. Ronald Reagan, aplicando sua doutrina de intensa e aberta preparação militar, apresentou a proposta do envio à Europa de 600 mísseis de raio médio de ação como contrapeso aos mísseis semelhantes que a URSS colocou no território europeu. No quadro do estabelecimento da balança estratégica na Europa, ele tenta convencer os aliados da OTAN a aceitarem sem contestação o seu plano. Por seu turno, a URSS, tendo como principais porta-vozes na questão dos mísseis Leonid Brezhnev e seus mais íntimos colaboradores, declara que "adotará medidas para a contra-resposta", caso os aliados dos EUA na OTAN decidam aceitar os novos mísseis americanos na Europa Ocidental.

Esta região, objeto da disputa em torno dos mísseis entre as superpotências, sente a ameaça que constitui para si o arsenal nuclear soviético. Entretanto, possui sua própria posição nas relações interimperialistas chamadas Leste-Oeste e desafia a exigência norte-americana de obediência absoluta ao aliado de além-mar no que tange à instalação desses mísseis. Nem todos os Estados europeus da OTAN aceitaram que sejam postos em seus territórios os mísseis "Pershing" ou "Kruise". Mes¬mo os que estão de acordo, impuseram para isso a necessidade de um entendimento entre as duas superpotências. Nessa questão, não deixa de exercer influência o objetivo de alguns dos principais países europeus da OTAN de não levar as tensões com a URSS até o ponto culminante. Os seus interesses políticos, econômicos e estratégicos os obrigam a manter posições cautelosas, tanto com os Estados Unidos, quanto com a União Soviética. Daí porque a Europa Ocidental manobra cuidadosamente e busca sair da difícil situação em que se encontra. Estabeleceu o ano de 1983 como prazo para que as duas superpotências cheguem a um compromisso em torno dos mísseis de ogivas nucleares de médio raio de ação. Mas, sobre que bases?

O imperialismo estadunidense apresentou a chamada "alternativa zero" que tem por finalidade desmontar todos os mísseis "SS" da URSS como condição para a não instalação dos mísseis "Kruise" e "Pershing" na Europa Ocidental. O social- imperialismo soviético propôs nova "moratória" e procura um acordo com Washington. Esse perigoso jogo em desenvolvimento com armas de extermínio em massa não é outra coisa, em sua essência, senão a rivalidade entre as superpotências e a execução de igual política belicista. O objetivo das superpotências é justificar a corrida armamentista e evitar o crescente descontentamento dos povos europeus, apresentando-se ambas como se fossem pela "paz e segurança" na Europa.

Outro aspecto dos preparativos de guerra é constituído pelo fortalecimento, armamento e ulterior ativação da OTAN e do Pacto de Varsóvia como colunas-mestras do domínio e da aplicação da política externa dos EUA e da URSS. O traço geral de sua atuação é a crescente agressividade, com todas as perigosas conseqüências que pode acarretar para os destinos dos povos. A OTAN e o Pacto de Varsóvia mantêm na Europa mais de 170 divisões equipadas com armamentos modernos. E seu arsenal vai-se incrementando. Vastas proporções assumiram as medidas tomadas no sentido do aprofundamento da integração militar dos países participantes desses tratados. Contínuos esforços são feitos pela uniformizacão do armamento e da técnica de combate, por maior coordenação das produções bélicas através da cooperação entre as empresas, pelo aperfeiçoamento das táticas e dos métodos de treinamentos militares que têm o objetivo de fortalecer a colaboração entre os exércitos membros das alianças etc. A estes fins servem as freqüentes manobras militares de grande envergadura da OTAN e do Pacto de Varsóvia. Atualmente, não só a Europa é palco dessas manobras, mas também outras regiões, o que revela que os blocos militares (e seus adestramentos) são importantes instrumentos na aplicação da política global bélica e de agressão dos EUA e da URSS.
Este desenfreado armamentismo é acompanhado por ruidosa demagogia. Qualquer das superpotências e, com elas, os seus aliados na OTAN e no Pacto de Varsóvia, proclama como seu único propósito a "preservação da paz" e da "segurança" na Europa. Mas os povos deste Continente, não podem ter nenhum tipo de segurança enquanto ali permanecerem milhões de soldados e incontáveis armas e mísseis que constituem enorme perigo para a soberania das nações européias e para a independência dos seus povos.

A intensificação da política agressiva das superpotências encontra igualmente sua expressão no fato de que aumentaram bastante as pressões no sentido de uma subjugação política, econômica e militar cada vez maior dos países que se acham nas suas zonas de influência.

A realização da política aventureira, agressiva e expansionista das superpotências e das demais potências imperialistas e, juntamente com isso, as despesas sempre maiores com objetivos militares, encontram cada dia mais a reprovação e a oposição dos povos amantes da liberdade, das forças progressistas em todo o mundo. Na situação atual, ressaltou o camarada Enver Hoxha no VIII Congresso do PTA, "a luta dos povos e a revolução encontram-se na ordem do dia não apenas como aspiração e dever imediato para a libertação do jugo e da opressão capitalista imperialista, mas também como necessidade histórica a fim de lançar por terra os planos guerreiros do imperialismo e evitar nova conflagração mundial". A análise das relações internacionais e da realidade que vivemos indica que nem a política de violência e ditame, nem os engodos das muitas teorias que buscam dissimular e justificar as políticas das superpotências e das demais potências a elas aliadas, têm possibilidade de deter a presente tendência revolucionária. A classe operária nos países capitalistas amplia e aprofunda sua luta contra a exploração, a opressão e o domínio estrangeiro. Os povos oprimidos em todos os Continentes estão despertando. O Irã, a Nicarágua, EI Salvador, a luta libertadora do povo afegão e dos povos dos países da América Latina comprovam esse despertar. Ao lado deles, muitos outros vêm intensificando os seus sentimentos nacionais e ampliando os embates para serem livres, independentes e soberanos. De modo geral, os movimentos libertadores cobram novo impulso em todos os recantos e seu caráter antiimperialista, anti-social-imperialista e anticolonialista reforçou-se mais. Nenhuma chantagem, nenhuma pressão da força militar do imperialismo é capaz de abater essa poderosa onda antiimperialista e libertadora.

Contudo, o exitoso desenvolvimento do movimento revolucionário dos povos não deve ser concebido sem o fortalecimento qualitativo de sua luta pela derrocada do sistema capitalista-revisionista através da violência. Também esta luta só pode desenvolver-se corretamente se se avaliar com realismo as situações que mostram a tendência da ulterior intensificação da política agressiva do imperialismo norte-americano, do social-imperialismo soviético e dos seus aliados, bem como do aumento das rivalidades e dos complôs imperialistas em geral e dos soviético-norte-americanos em particular. Tudo bem avaliado, surgem possibilidades para que se elaborem táticas corretas e justos posicionamentos, a fim de que a luta dos povos se mantenha em ascenso e a revolução mundial marche adiante sem se deter.

* Publicado na Revista Rruga e Partisë (O Caminho do Partido) – órgão do Comitê Central do Partido do Trabalho da Albânia, em abril de 1982.

EDIÇÃO 5, MARÇO, 1983, PÁGINAS 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27